DEGEO - Departamento de Geologia

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    Petrologia e geocronologia das fácies carbonáticas da Formação Sete Lagoas em Pains (MG).
    (2018) Meyer, Bruna de Oliveira; Leite, Mariangela Garcia Praça; Costa, Adivane Terezinha; Lana, Cristiano de Carvalho; Leite, Mariangela Garcia Praça; Castro, Paulo de Tarso Amorim; Warren, Lucas Veríssimo
    Carbonatos pertencentes à Formação Sete Lagoas, aflorantes na região de Pains (Minas Gerais), registram a sobreposição de duas sequências marinhas transgressivas sobre a porção sudoeste do Cráton São Francisco. Estas transgressões são separadas por um evento de exposição subaérea e acompanhadas por um progressivo aquecimento climático. Calcarenitos calcíticos, de coloração intempérica cinza azulado claro, registram a deposição em parassequências progradantes sobre uma rampa dominada por ondas e tempestades do tipo distally steepened. Relaciona-se a condições marinhas abertas e climas quentes e úmidos. Suas microfácies são neomórficas a cristalinas, com dolomitas sacaroidais médias, não-miméticas e dispersas no arcabouço, provavelmente relacionadas a ascenção de salmouras bacinais ricas em nutrientes em uma coluna d’água estratificada. Sobre descontinuidade erosiva assentam depósitos dolomíticos, de coloração intempérica cinza róseos a arroxeados escuros, localmente reconhecidos em pacotes lenticulares na associação inferior. Registram a exposição subaérea de porções intermediárias dessa rampa e se relacionam ao estabelecimento de um paleocarste. A influência meteórica prolongada sobre o arcabouço subjacente potencialmente se relaciona ao estabelecimento das razões Y/Ho e das feições de dedolomitização nas dolomitas sacaroidais médias dispersas nos depósitos de rampa. A dolomitização em mosaicos das microfácies paleocársticas é potencialmente relacionada à prolongada flutuação da zona de mistura sobre seus depósitos. Acima de paraconformidade se registra nova transgressão marinha, reconhecida em doloarenitos e dolossiltitos a calcários magnesianos, de colorações cinza variadas. Relacionam-se a deposição em ambiente marinho proximal, influenciado por águas doces e pelo influxo siliciclástico, em ciclos de alta frequência de raseamento ascendente sobre rampa influenciada por correntes. Este ambiente era parcialmente restrito por barreiras estromatolíticas e oolíticas, e condicionado por condições evaporíticas em climas semi-áridos. A dolomitização precoce de seu arcabouço é, em geral, mimética e polimodal, sendo mais expressiva junto à associação de rampa intermediária estromatolítica de energia moderada, e provavelmente relacionada ao refluxo de salmouras proximais, a influência da cunha de mistura e a condições eodiagenéticas redutoras. Tal quadro é presumivelmente relacionado aos altos valores isotópicos de carbono desse ambiente eminentemente prolífero. Correlacionam-se a primeira e segunda sequências transgressivo-regressivas do Bambuí, se relacionando ao Membro Lagoa Santa da Formação Sete Lagoas. A influência de fluidos tardios é registrada em expressivas cimentações espáticas calcíticas nas associações paleocársticas e de rampa intermediária a interna influenciada por correntes, e relacionada a condições fortemente redutoras e alcalinas. A disseminação de sulfetos hidrotermais tardios é potencialmente relacionada ao estabelecimento dessas cimentações. Idades deposicionais máximas, obtidas em zircões detríticos da Formação Samburá, e idades deposicionais mínimas, obtidas por datações U-Pb nestas cimentações mesodiagenéticas do arcabouço do Membro Lagoa Santa, indicam limites entre 671 (±31) Ma e 560 (±15) Ma, respectivamente. Um intervalo entre a deposição destas duas sequências carbonáticas marinhas de no mínimo 3 Ma é indicado pelas idades de fechamento diagenético destas sequências, com a datação U-Pb em carbonatos estabilizados durante o evento de exposição subaérea em 594±22 Ma. Estes dados respaldam uma idade Ediacarana para a deposição da Formação Sete Lagoas nesta localidade.