DEGEO - Departamento de Geologia

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    Caracterização e quantificação dos processos erosivos de uma voçoroca na bacia do Riacho Manoel Félix no Complexo Metamórfico do Bação, Quadrilátero Ferrífero - MG.
    (2015) Drumond, Flávio Nasser; Bacellar, Luis de Almeida Prado
    Neste trabalho procurou-se compreender e quantificar os processos erosivos na bacia do riacho Manoel Felix, no distrito de São Gonçalo do Bação, em Itabirito (MG). Na região ocorre o gnaisse Funil, unidade pertencente ao Complexo Bação (Quadrilátero Ferrífero), que se encontra intensamente degradado pela erosão por voçorocas. Na bacia, com relevo colinoso, predominam latossolos vermelho-amarelos, com horizontes superficiais areno-argilosos, pouco erodíveis, sobre saprolitos areno-siltosos, muito erodíveis. Trabalhos de campo e a interpretação de fotografias aéreas de diferentes datas (1951, 1977 e 1986) permitiram o cadastramento e a caracterização das feições erosivas e de seus respectivos estágios de evolução. Foi identificada apenas uma voçoroca ativa (voçoroca Mangue Seco), selecionada para determinação da taxa de avanço e para o monitoramento hidrossedimentológico, que incluiu a coleta diária de dados: pluviométricos; de vazão do sistema de drenagem interna; de sedimentos transportados; e do nível do lençol freático. O acompanhamento da evolução remontante da voçoroca, avaliado por fotogrametria e por monitoramento trimestral por estacas, indicou que a voçoroca, com forma inicialmente linear e que evoluiu mais lentamente entre 1951 e 1977, passou a adquirir forma mais anfiteátrica e a avançar mais rapidamente entre 1977 e 1986. Este incremento e a mudança de forma pode ser explicado pela superação de um nível de base local, ainda bem evidente. De 1986 para cá, as taxas de avanço tem decrescido, possivelmente em função da diminuição das áreas de contribuição à montante. Os principais processos erosivos atuantes na voçoroca são: erosão hídrica superficial (laminar; em sulcos; em alcovas de regressão; e por salpicamento); escorregamentos rotacionais que envolvem todo o talude; escorregamentos planares nos setores com rocha alterada; queda de blocos de solo; rastejos, nos sopés dos taludes com exfiltração do lençol freático, que podem resultar em pequenos escorregamentos rotacionais. Os processos de erosão são mais intensos no período chuvoso, mas os rastejos e pequenos escorregamentos são também freqüentes na estiagem, quando o lençol freático atinge a cota máxima, já que a recarga, estimada em 183,6 mm/ano, se intensifica nos meses de junho, julho e agosto. O transporte de sedimentos se correlaciona melhor com os dados pluviométricos; com os dados de vazão, a correlação é pior, talvez porque nos meados do ano o fluxo de base, de menor erosividade, é mais presente. Comprovou-se que os taludes mais ativos da voçoroca são aqueles sob exfiltração do lençol freático, que dificulta a regeneração vegetal. Isto talvez explique porque a voçoroca não tem avançado apenas de acordo com o aclive topográfico, mas também na direção N, que sofre maior influência dos fluxos subterrâneos. Voçorocas modificam totalmente o regime hidrossedimentológico de pequenas bacias hidrográficas. Seu controle, que exige a utilização de obras estruturais, é essencial para a recuperação destas regiões degradadas pela erosão.