DEGEO - Departamento de Geologia

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    Tectonoestratigrafia da bacia espinhaço na porção centro-norte do cráton do São Francisco : registro de uma evolução policíclica, multitemporal e poliistórica.
    (2002) Danderfer Filho, André; Dardenne, Marcel Auguste
    Neste trabalho apresentam-se os aspectos gerais vinculados com a evolução tectonoestratigráfica do prolongamento setentrional da Serra do Espinhaço, parte integrante da bacia Espinhaço e que se situa na porção norte do Cráton do São Francisco. O arcabouço estratigráfico desse segmento foi reconstruído de forma sistemática, por meio do reconhecimento e da caracterização de oito sintemas, que equivalem a unidades limitadas por discordâncias ou descontinuidades estratigráficas de extensão regional na bacia: Algodão, São Simão, Sapiranga e Pajeú, definindo o intervalo inferior, Bom Retiro, São Marcos e Sítio Novo, remontando o intervalo intermediário, e Santo Onofre, finalizando o empilhamento do Espinhaço. Os sintemas Bom Retiro e São Marcos correspondem ao preenchimento de duas flexuras de interior continental, enquanto as assinaturas sedimentares dos sintemasPajeú, Sítio Novo e Santo Onofre são compatíveis com o desenvolvimento de bacias do tipo rifte, as duas primeiras Geradas por tectônica distensiva e a última unidade, mediante tectônica transcorrente; os sintemas Algodão e Sapiranga são interpretados como o preenchimento de duas bacias do tipo rifte-flexural, ao passo que o Sintema São Simão é relacionado apenas com um magmatismo intracontinental, sem sedimentação associada. Com base nesse contexto e no acervo geocronológico disponível, conclui-se que a bacia Espinhaço registra uma evolução descontínua (no sentido temporal), policíclica (no sentido estratigráfico) e poliistórica, alternando episódios de regimes tectônicos distintos ao longo do tempo.
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    Arcabouço estrutural da Bacia do São Francisco nos arredores da Serra da Água Fria (MG), a partir da integração de dados de superfície e subsuperfície.
    (2008) Hercos, Cízia Mara; Martins Neto, Marcelo Augusto; Danderfer Filho, André
    A porção leste da Bacia do São Francisco, nos arredores da serra da Água Fria, conta com uma seção sísmica (240-RL-300) de direção NW-SE. Ao longo dessa seção foi possível reconhecer os estilos estruturais dominantes no segmento estudado e constatar que o mesmo pertence a um compartimento tectônico, denominado Saliência de Pirapora, onde o embasamento foi envolvido na deformação das rochas da cobertura (tectônica thickskinned). A partir da integração dos dados sísmicos e de campo, foi possível dividir esse segmento em 3 domínios estruturais: Oriental, Central e Ocidental, que são caracterizados, no nível estrutural mais raso, pela presença de megadobras, uma extensa monoclinal (Monoclinal do Boqueirão) e estratos suborizontais, respectivamente. A deformação é maior no domínio Oriental e diminui em direção ao Ocidental. No domínio Oriental foi constatado um soerguimento do relevo estrutural de cerca de 2500m; em profundidade, nos arredores da serra da Água Fria, foi interpretado um hemigráben invertido (inversão fraca) balizado a oeste por um alto de embasamento (Alto do Boqueirão), recoberto em contato discordante por uma unidade que exibe maior encurtamento relacionado ao desenvolvimento das megadobras. O alto do Boqueirão atuou como um anteparo rígido (butress), causando o encurtamento da sequência sin-rifte ao bloquear o transporte tectônico dirigido para oeste. A monoclinal do Boqueirão foi gerada em resposta ao soerguimento desse alto durante a inversão da bacia. O encurtamento total da área foi acomodado por dois mecanismos: inversão de falhas normais em resposta ao soerguimento regional do embasamento, e dobramentos na cobertura amplificados por esforços horizontais.
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    Caracterização do hidrotermalismo “verde” em rochas siliciclásticas do Grupo Pajeú (Supergrupo Oliveira dos Brejinhos), Espinhaço Setentrional, Bahia.
    (2010) Danderfer Filho, André; Gomes, Newton Souza; Alves, Kelly Cristina
    O Grupo Pajeú constitui a unidade superior do Supergrupo Oliveira dos Brejinhos ocorrendo na borda leste da Serra do Espinhaço Setentrional no estado da Bahia. Essa unidade corresponde ao preenchimento de uma bacia do tipo rifte, durante um dos estágios evolutivos da Bacia Espinhaço no norte do Craton São Francisco. A Formação Riacho Fundo, unidade basal do Grupo Pajeú, foi depositada predominantemente por sistemas de leques aluviais e de rios anastomosados, submetidos ao retrabalhamento eólico. Subsequentemente, esta sucessão foi recoberta pelos sedimentos da Formação Ipuçaba, depositados num sistema retrogradacional lacustrino-deltáico. O estágio final do preenchimento da bacia na parte sul foi caracterizado pela ocorrência de vulcanismo intermediário a ácido associado à deposição de sedimentos clásticos e vulcanoclásticos da Formação Bomba, de idade eo-calamiana. De forma notável no segmento norte da bacia, a pilha sedimentar do Grupo Pajeú foi afetada por um evento hidrotermal, responsável por conferir uma coloração verde às rochas epiclásticas das formações Riacho Fundo (arenitos e conglomerados) e Ipuçaba (arenitos, pelitos e diamictitos). As rochas mais antigas do embasamento, representadas por gnaisses do Complexo Paramirim foram igualmente afetadas por este evento, já as sucessões sedimentares superiores não exibem efeitos de alteração hidrotermal, à exceção dos arenitos eólicos basais da Formação Bom Retiro que capeiam toda a extensão do Grupo Pajeú. Investigações microscópicas e por meio de microssonda permitiram caracterizar uma paragênese mineral rara que inclui granada, anfibólio, epídoto, titanita, quartzo e albita. A origem do evento hidrotermal assim como da paragênese mineral a ele associado poderia ser relacionado com o estágio final de formação do rifte Pajeú, tendo como fonte de fluidos o magmatismo que deu origem às rochas vulcânicas da Formação Bomba.