DEGEO - Departamento de Geologia

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    Análise geofísica 3D de anomalias gravimétricas e magnéticas no Cráton São Francisco e no setor setentrional da Faixa Araçuaí : a influência do embasamento na evolução tectônica da Bacia Espinhaço.
    (2019) D'Angelo, Taynara; Danderfer Filho, André; Barbosa, Maria Sílvia Carvalho; Danderfer Filho, André; Endo, Issamu; Oliveira, Natália Valadares de; Melo, Gustavo Henrique Coelho de; Mane, Miguel Ângelo
    O presente trabalho teve como intuito avaliar questões acerca da estruturação do embasamento e sua influência sobre a deformação elencadas por estudos de bacias paleo a mesoproterozoicas, materializadas sobre o bloco São Francisco, as quais foram total ou parcialmente invertidas ao final do ciclo Brasiliano. Dessa forma, duas áreas internas ao bloco São Francisco foram escolhidas como objeto de estudo. A primeira, sem inversão do embasamento, corresponde aos domínios Morro do Chapéu e Irecê na Chapada Diamantina Oriental - BA. Já a segunda área insere-se no Espinhaço Central-MG, no contexto da faixa de dobramentos Araçuaí apresenta o embasamento envolvido na deformação. Análises geofísicas qualitativas, semiquantitativas e quantitativas dos dados aeromagnéticos (CPRM/CODEMIG) e gravimétricos de satélite (TOPEX) foram executadas com vistas caracterizar a arquitetura do embasamento cristalino encoberto e a estruturação profunda dos segmentos crustais selecionados. Em ambas as áreas as análises qualitativas demonstraram que os lineamentos N-S são os mais antigos e se correlacionam a descontinuidades de idade arqueana a paleoproterozoica mapeadas sobre o embasamento cristalino e edificadas no processo de estabilização do mesmo. De forma geral, estas estruturas se apresentaram nas análises semiquantitativas, como descontinuidades com raiz crustal profunda, que exerceram importante papel nos eventos de rifteamento superpostos instalados sobre o bloco do Estateriano ao Toniano. Tais descontinuidades foram relacionadas a nucleação das falhas de bordas das bacias proterozóicas bem como as normais que limitam os grabens e horsts, os últimos identificados através da interpolação 3D dos perfis de solução de Euler dos dados magnéticos. Os perfis de solução de Euler dos dados gravimétricos permitiram delinear uma superfície com profundidades entre 25 e 35 km que, como foi confirmado pelas análises quantitativas (modelagem gravimétrica), exibem a geometria da descontinuidade de Moho nas áreas. Na avaliação da geometria extensional, verificou-se que os hemigrabens encontram-se preservados mesmo após a inversão e foram elencadas especificidades para cada um dos segmentos avaliados. Na Chapada Diamantina foram caracterizados dois eventos extensionais. O primeiro evento foi relacionado à evolução do hemigraben assimétrico, cuja falha de borda leste apresenta orientação NNE-SSW, que acolheu a sedimentação do Grupo Chapada Diamantina. O segundo evento deu origem a um graben assimétrico que evoluiu segundo uma tectônica strike-slip dextral, ao longo do lineamento Barra dos Mendes-João Correia, e foi preenchido por rochas do Grupo Una no domínio Irecê. Já no Espinhaço Central, caracterizou-se que os riftes Sítio Novo e Santo-Onofre foram controlados por falhas de borda N-S. Este trend é truncado por uma direção NE-SW, mais jovem, correspondente ao da zona de cisalhamento Córrego do Buraco, a qual teve seu papel como de falha de borda da bacia Macaúbas confirmado. Tanto na Chapada Diamantina quando no Espinhaço Central verificou-se que as estruturas impressas sobre a cobertura sedimentar apresentam-se paralelas as direções delineadas para o paleorelevo das bacias e das descontinuidades arqueanas a paleoproterozoicas do embasamento cristalino. Isto sugere que a geometria xviii das bacias controlou a deformação, por concentração de stress e strain ou por efeito de anteparo rígido (buttress) durante a inversão positiva ao fim do ciclo Brasiliano. Em resumo, a similaridade entre feições identificadas tanto na Chapada Diamantina Oriental, onde não há registro de inversão do embasamento, quanto no Espinhaço Central, onde o embasamento encontra-se envolvido na deformação, sugere que: "Nos domínios do bloco São Francisco a formação das bacias proterozoicas foi controlada por estruturas antigas do embasamento cristalino e, durante a tectônica de inversão, a geometria do embasamento das bacias proterozóicas influenciou a deformação da cobertura sedimentar".