PPGECRN - Programa de Pós-graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais

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    Dois séculos de viagens motivadas pelo (re)conhecimento da geodiversidade : bases metodológicas e teóricas para inventariação, qualificação e quantificação de valores da geodiversidade relevantes ao desenvolvimento do geoturismo no Caminho dos Diamantes (Estrada Real, Minas Gerais, Brasil).
    (2018) Paula, Suzana Fernandes de; Castro, Paulo de Tarso Amorim; Castro, Paulo de Tarso Amorim; Pires, Maria do Carmo; Azevedo, Úrsula Ruchkys de; Machado, Maria Marcia Magela; Nolasco, Marjorie Csekö
    Desde 2003 o Instituto Estrada Real gere um produto que tem por finalidade organizar, fomentar e gerenciar ações e infraestrutura para o desenvolvimento de possiblidades turísticas em quatro caminhos distintos que compões a Estrada Real, no sudeste brasileiro. O presente trabalho busca propor uma nova abordagem àquelas que já são utilizadas no referido produto: o geoturismo. O recorte dado aos estudos foi o segmento do Caminho dos Diamantes, que liga os municípios de Ouro Preto e Diamantina, em Minas Gerais Foram consultadas bibliografias e relatos de viajantes naturalistas do século XIX que percorreram a região e que corroboram com o entendimento de que o patrimônio geomineiro sempre foi um atrativo para aqueles municípios, visto a toponímia deste lugares que, em sua maioria, remetem à aspectos da geodiversidade. Sendo assim, utilizando de metodologias capazes de qualificar, quantificar, dimensionar e comparar geossítios, foi possível estabelecer parâmetros que apontam as prioridades no desenvolvimento de atividades de interesses geoturísticos nos municípios que fazem parte deste produto turístico já consolidado. A partir das informações, cálculos, mapas e sistematização de todos os produtos obtidos, foi possível estabelecer uma forma de dar visibilidade e demonstrar a viabilidade d desenvolvimento do geoturismo no Caminho dos Diamantes já que se trata de uma abordagem pouco utilizada ou desconhecida.
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    Protocolo de avaliação e inventariação de lugares de interesse geológico e mineiro : bases para um turismo científico e aplicação em um circuito geológico e mineiro urbano (Ouro Preto) - MG.
    (2013) Paula, Suzana Fernandes de; Castro, Paulo de Tarso Amorim; Castro, Paulo de Tarso Amorim; Costa, Adivane Terezinha; Azevedo, Úrsula Ruchkys de
    Em função da sua história e dos recursos que possui, Ouro Preto, localizada ao Sul do Quadrilatero Ferrífero, é uma das mais importantes províncias minerais do Brasil e foi o cenário da descoberta do ouro e da nucleação dos primeiros centros urbanos brasileiros afastados da zona litorânea. A descoberta do ouro na região ao final do século XVII, representou um marco da interiorização e urbanização do Brasil. Estes trabalhos resultaram em uma intensa modificação da paisagem, com a remoção de grandes volumes de rochas, escavação de minas e construção de aquedutos. Com o final do ciclo do ouro, as minas foram abandonadas resultando em um importante acervo arqueológico representado por aquedutos, sarilhos, galerias subterrâneas, ruínas de mundéus, barragens para retenção de água para as atividades mineiras e diversas edificações. Quanto ao patrimônio mineiro, os registros da mineração de ouro a partir do século XVIII na região das minas são de grande importância e proporciona o desenvolvimento estudos e trabalhos condizentes com a divulgação do patrimônio geológico e mineiro, para turistas e moradores locais, valorizando e envolvendo as comunidades para o significado deste patrimônio. A Geomorfologia Antropogênica tem como objeto de estudo as geoformas produzidas bem como aquelas modificadas pelas atividades humanas. Em regiões mineiras, como o Quadrilátero Ferrífero em Minas Gerais, a mineração tem sido o principal atividade antrópica a afetar e modificar a paisagem. A partir das premissas da geoconservação são analisados pontos em que são evidentes as ações antrópicas na modificação da paisagem: tanto pela mineração quanto pela instalação de infraestrutura urbana que subsidiava as pessoas que nela trabalhava. Esses pontos integram um roteiro turístico urbano Ouro Preto de base científica e educativa. A difusão de informações sobre a realidade geológica que fazemos parte ainda é deficiente, dificultando seu entendimento pela grande maioria das pessoas, por isso, foi elaborado, no Departamento de Geologia da Universidade Federal de Ouro Preto, o Protocolo de Avaliação e Inventariação de Lugares de Interesse Geológico e Mineiro. Esta metodologia baseia-se na descrição e quantificação de aspectos e variáveis relativas aos geossítios selecionados possibilitando a identificação, qualificação e comparação entres determinadas localidades e/ou variáveis.
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    Análise geofísica 3D de anomalias gravimétricas e magnéticas no Cráton São Francisco e no setor setentrional da Faixa Araçuaí : a influência do embasamento na evolução tectônica da Bacia Espinhaço.
    (2019) D'Angelo, Taynara; Danderfer Filho, André; Barbosa, Maria Sílvia Carvalho; Danderfer Filho, André; Endo, Issamu; Oliveira, Natália Valadares de; Melo, Gustavo Henrique Coelho de; Mane, Miguel Ângelo
    O presente trabalho teve como intuito avaliar questões acerca da estruturação do embasamento e sua influência sobre a deformação elencadas por estudos de bacias paleo a mesoproterozoicas, materializadas sobre o bloco São Francisco, as quais foram total ou parcialmente invertidas ao final do ciclo Brasiliano. Dessa forma, duas áreas internas ao bloco São Francisco foram escolhidas como objeto de estudo. A primeira, sem inversão do embasamento, corresponde aos domínios Morro do Chapéu e Irecê na Chapada Diamantina Oriental - BA. Já a segunda área insere-se no Espinhaço Central-MG, no contexto da faixa de dobramentos Araçuaí apresenta o embasamento envolvido na deformação. Análises geofísicas qualitativas, semiquantitativas e quantitativas dos dados aeromagnéticos (CPRM/CODEMIG) e gravimétricos de satélite (TOPEX) foram executadas com vistas caracterizar a arquitetura do embasamento cristalino encoberto e a estruturação profunda dos segmentos crustais selecionados. Em ambas as áreas as análises qualitativas demonstraram que os lineamentos N-S são os mais antigos e se correlacionam a descontinuidades de idade arqueana a paleoproterozoica mapeadas sobre o embasamento cristalino e edificadas no processo de estabilização do mesmo. De forma geral, estas estruturas se apresentaram nas análises semiquantitativas, como descontinuidades com raiz crustal profunda, que exerceram importante papel nos eventos de rifteamento superpostos instalados sobre o bloco do Estateriano ao Toniano. Tais descontinuidades foram relacionadas a nucleação das falhas de bordas das bacias proterozóicas bem como as normais que limitam os grabens e horsts, os últimos identificados através da interpolação 3D dos perfis de solução de Euler dos dados magnéticos. Os perfis de solução de Euler dos dados gravimétricos permitiram delinear uma superfície com profundidades entre 25 e 35 km que, como foi confirmado pelas análises quantitativas (modelagem gravimétrica), exibem a geometria da descontinuidade de Moho nas áreas. Na avaliação da geometria extensional, verificou-se que os hemigrabens encontram-se preservados mesmo após a inversão e foram elencadas especificidades para cada um dos segmentos avaliados. Na Chapada Diamantina foram caracterizados dois eventos extensionais. O primeiro evento foi relacionado à evolução do hemigraben assimétrico, cuja falha de borda leste apresenta orientação NNE-SSW, que acolheu a sedimentação do Grupo Chapada Diamantina. O segundo evento deu origem a um graben assimétrico que evoluiu segundo uma tectônica strike-slip dextral, ao longo do lineamento Barra dos Mendes-João Correia, e foi preenchido por rochas do Grupo Una no domínio Irecê. Já no Espinhaço Central, caracterizou-se que os riftes Sítio Novo e Santo-Onofre foram controlados por falhas de borda N-S. Este trend é truncado por uma direção NE-SW, mais jovem, correspondente ao da zona de cisalhamento Córrego do Buraco, a qual teve seu papel como de falha de borda da bacia Macaúbas confirmado. Tanto na Chapada Diamantina quando no Espinhaço Central verificou-se que as estruturas impressas sobre a cobertura sedimentar apresentam-se paralelas as direções delineadas para o paleorelevo das bacias e das descontinuidades arqueanas a paleoproterozoicas do embasamento cristalino. Isto sugere que a geometria xviii das bacias controlou a deformação, por concentração de stress e strain ou por efeito de anteparo rígido (buttress) durante a inversão positiva ao fim do ciclo Brasiliano. Em resumo, a similaridade entre feições identificadas tanto na Chapada Diamantina Oriental, onde não há registro de inversão do embasamento, quanto no Espinhaço Central, onde o embasamento encontra-se envolvido na deformação, sugere que: "Nos domínios do bloco São Francisco a formação das bacias proterozoicas foi controlada por estruturas antigas do embasamento cristalino e, durante a tectônica de inversão, a geometria do embasamento das bacias proterozóicas influenciou a deformação da cobertura sedimentar".
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    Mapeamento geoquímico de sedimentos fluviais : diferentes métodos e suas aplicações ambientais.
    (2019) Leão, Lucas Pereira; Nalini Júnior, Hermínio Arias; Leite, Mariangela Garcia Praça; Costa, Raphael de Vicq Ferreira da; Nalini Júnior, Hermínio Arias; Santiago, Aníbal da Fonseca; Ribeiro, Elizene Veloso; Roeser, Hubert Mathias Peter; Souza, Caroline Delpupo
    O mapeamento geoquímico de sedimentos fluviais é um dos métodos de investigação mais utilizados para prospecção mineral e geoquímica ambiental. A utilização dos sedimentos fluviais, se justifica por esses serem considerados uma amostra representativa de rochas e solos presentes na bacia de drenagem, a montante de seu local de amostragem. A escolha do local de amostragem, é um dos critérios mais importantes para obtenção de resultados satisfatórios, uma vez, que bacias de diferentes ordens, apresentam características distintas dos sedimentos, como tamanho dos grãos, mineralogia e graus de intemperismo. Neste trabalho, foram avaliadas distintas campanhas de mapeamento geoquímico para a região do Quadrilátero Ferrífero, a fim de se verificar as principais diferenças entre os resultados obtidos. Foram utilizadas metodologias de estatística uni e multivariadas, ferramentas de SIG para elaboração de mapas geoquímicos além processamento de imagens digitais. As concentrações dos metais pesados apresentaram diferentes comportamentos em relação às distintas granulometrias, e bacias amostrais sendo observado para a fração < 63um coletadas nas bacias de 3º ordem, maiores concentrações de Cd, Fe, Zn e Mn, já o As foi encontrado em maiores concentrações associados a sedimentos <0,175 mm em bacias de 1º e 2º ordem. Além disso, o mapeamento geoquímico conduzido com frações granulométricas mais finas, apresentaram maior distribuição espacial de elementos potencialmente tóxicos, com valores muito acima do background geoquímico da região. Neste sentido, as amostras mais finas foram utilizadas para avaliação do grau de poluição dos sedimentos fluviais a partir dos índices fator de contaminação (CF), fator de enriquecimento (EF), índice de geo-acumulação (Igeo), índice de carga de poluição (PLI), índice de potencial risco ecológico (RI), grau de contaminação modificado (mCd), índice de poluição (PI) e índice de poluição modificado (MPI). Os diversos índices permitiram a verificação de uma intensa contaminação de As, Cd e Cr em grande parte da região, o que não havia sido quantificado até então, e a delimitação de duas áreas bem definidas que apresentaram contaminação para todos os parâmetros analisados, que somadas ocupam aproximadamente 20% de toda área do Quadrilátero Ferrífero. Ressalta-se ainda a importância da utilização de diferentes índices de qualidade de sedimentos, uma vez observado que os índices Igeo e mCd tendem a subestimar a contaminação dos sedimentos. Elevadas concentrações de Mn foram observadas em bacias com registros de atividades minerárias de Fe e/ou Mn, sendo classificadas pelo CF e EF como contaminação extremamente alta. Uma análise criteriosa dos sedimentos fluviais da bacia do rio Conceição, indicaram amostras com concentrações muito acima dos valores do background geoquímico da região, sendo classificadas como potencialmente contaminadas com Cd, Cr, Cu, Mn e Ni. Verificou-se ainda, pela primeira vez, o padrão de distribuição dos Elementos Terras Rara em amostras de sedimentos com concentrações elevadas de metais pesados, sendo observado forte correlação entre o As e anomalias positivas de Eu/Eu* e Ce/Ce*.
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    Evolução arqueana e paleoproterozoica de corpos plutônicos aflorantes no Bloco Itacambira – Monte Azul e em suas imediações : geocronologia U-pb, isótopos de Hf e geoquímica.
    (2019) Bersan, Samuel Moreira; Danderfer Filho, André; Danderfer Filho, André; Medeiros Júnior, Edgar Batista de; Gonçalves, Cristiane Paula de Castro; Soares, Antônio Carlos Pedrosa; Silva, Luiz Carlos da
    O paleocontinente São Francisco, localizado na porção centro-oriental do Brasil, é formado por núcleos arqueanos e terrenos relacionados com arcos magmáticos paleoproterozoicos, amalgamados no decorrer de processos orogênicos globais entre o Sideriano e o Orosiriano (~2.36-2.0 Ga). Embora bem investigado na porção setentrional e meridional, o domínio central e elo entre essas duas regiões do paleocontinente São Francisco carece de investigações para embasar melhor a sua evolução crustal. Na presente tese foram conduzidos estudos no embasamento leste da faixa Araçuaí, no bloco Itacambira-Monte Azul (BIMA) e no segmento meridional do bloco Gavião, região norte de Minas Gerais, a partir de estudos petrográficos, litogeoquímicos, geocronológicos (U-Pb em zircão e titanita) e isotópicos (Lu-Hf em zircão) em plutonitos arqueanos (Pedra do Urubú, Rio Gorutuba e Barrocão) e paleoproterozoicos (Barrinha-Mamonas, Estreito, Paciência, Morro do Quilombo, Serra Branca, Mulungú, Confisco e Montezuma/Complexo Córrego Tinguí). Os granitoides que integram os plutons arqueanos apresentam assinaturas geoquímicas e petrográficas semelhantes à biotita-granitos arqueanos gerados pelo retrabalhamento de crosta continental mais antiga. Resultados geocronológicos obtidos neste trabalho, aliados a dados compilados da literatura, indicam que esses granitos foram gerados em dois eventos distintos de retrabalhamento crustal, um de idade Mesoarqueana, e outro no Neoarqueano. Além disso, zircões herdados com idades entre o Paleo e o Neoarqueano (entre 3.36 Ga e 2.51 Ga) são abundantes nos granitoides paleoproterozoicos tardi- a pós-colisionais que ocorrem no BIMA. Esses zircões apresentam assinaturas de Hf negativas e sugerem uma evolução arqueana duradoura para esse segmento do paleocontinente São Francisco. Processos de retrabalhamento crustal são predominantes, enquanto eventos de crescimento crustal seriam esporádicos em torno de 3.05 Ga. Os diversos plutons paleoproterozoicos afloram segundo uma orientação preferencial N-S ao longo da região centrosetentrional do BIMA e na região do Complexo Córrego Tinguí, no setor meridional do bloco Gavião. As assinaturas químicas dessas rochas, que variam de appinitos, sienitos, quartzomonzonitos a granitos, mostram que esses diversos corpos plutônicos são dominantemente potássicos a ultrapotassicos, com afinidade alcalina a alcalina-cálcica, com forte enriquecimento em LILEs e elementos terras raras leves, empobrecimento em Nb, Ta e Ti, além de moderados a altos Mg#. Esse magmatismo potássico/ultrapotássico é compatível com um ambiente tectônico tardi- a pós-colisional, no qual o processo de slab-break off foi seguido pelo colapso orogenético e ascensão de uma pluma mantélica, associadas à um magma gerado pela fusão parcial de uma fonte mantélica previamente metassomatizada por subducção, com posterior hibridização de magmas gerados pela fusão parcial de crosta continental (protolitos ígneos e/ou sedimentares). As datações U-Pb em zircão e titanita para esses granitoides indicam um evento duradouro, com idades de cristalização entre 2.06 Ga e 1.98 Ga, compatíveis com o estágio tardi- a pós-colisional registrado para o paleocontinente São Francisco ao longo da transição entre o Riaciano e o Orosiriano. Apesar das semelhanças geoquímicas e geocronológicas, uma assinatura isotópica contrastante registrada em zircões cristalizados e herdados presentes nessas rochas, se mostra compatível com a existência de dois terrenos crustais distintos: um de natureza predominantemente arqueana que possivelmente representa a borda ocidental retrabalhada do paleocontinente São Francisco; e um terreno dominantemente juvenil, exótico em relação à crosta paleo a neoarqueana do núcleo desse paleocontinente, provavelmente relacionado a um ambiente de arco de ilhas, posteriormente acrescionado à sua margem. Dessa forma, os resultados apresentados nesta tese trazem indícios de que a evolução paleoproterozoica do segmento estudado registrada em granitoides tardi- a pós-colisionais é mais complexa do que previamente proposto, mostrando-se em alguns aspectos similar com aquela registrada na região do cinturão Mineiro, na porção meridional do paleocontinente São Francisco.
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    Denudação geoquímica em sistemas fluviais de cabeceira de drenagem da borda sul do Quadrilátero Ferrífero – MG.
    (2019) Martins, Ramon Messias; Bacellar, Luis de Almeida Prado; Castro, Paulo de Tarso Amorim; Bacellar, Luis de Almeida Prado; Val, Pedro de Almeida; Magalhães Junior, Antônio Pereira
    A existência de processos de denudação geoquímica envolvidos na retração das cabeceiras ou mesmo no aparecimento de zonas deprimidas próximas às nascentes constituem processos complexos não totalmente entendidos. Nesse contexto, o presente trabalho teve como objetivo estudar a espacialidade da denudação geoquímica em bacias de cabeceira, na região centro-sudeste de Minas Gerais, a partir da perda geoquímica em diferentes hierarquias fluviais. A proposta tem como área de estudo duas bacias (bacia B1 e B2) situadas em rochas do Grupo Sabará, unidade supracrustal da seção estratigráfica do QFe. Foram empregados trabalhos de campo para caracterização hidrogeomorfológica e mapeamento geológico, morfometria fluvial dos canais principais, construções de sessões topográficas, caracterização hidrogeoquímica via sonda multiparâmetros e espectrometria atômica via plasma acoplado indutivamente. As bacias são classificadas como endorréicas, com drenagem Consequente coincidindo com mergulho do acamamento de trend N24W32NE. O padrão de drenagem é do tipo Retangular, com as direções perpendiculares e paralelas ao acamamento. A bacia B1 possui 0,701 km2 , altitude do centroide em 1261 m e amplitude altimétrica de 157 m. Nela estão contidas 2 microbacias de 1ª ordem com áreas entre 0,142 e 0,278 km2 , e 2 bacias de contribuição de nascentes entre 0,012 e 0,018 km2 . A bacia B2 possui amplitude de 93 m, centroide em 1302 m e 0,349 km2 de área em que são contidas 5 microbacias de 1ª ordem, entre 0,007 e 0,082 km2 , e 5 bacias de contribuição de nascente com área entre 0,005 a 0,018 km2 . Os resultados indicam que as bacias são alongadas com índice de circularidade ~ ou <0,51 e magnitude da rede de drenagem muito alta (>15 canais/km2 ) com grande capacidade de geração de canais. A densidade de drenagem é caracteriza como muito alta (>3,50 km/km2 ) e a área mínima para a manutenção de 1 m2 de canal fluvial ocorre entre 172 m2 /m e 220 m2 /m. Foram caracterizadas 4 morfologias de nascentes (afloramento, duto, concavidade e cavidade) com exfiltração associadas à interseção de duas famílias de fraturas N-S (paralela ao acamamento) e ENE-WSW que demonstra a articulação da drenagem subsuperficial e superficial em áreas fraturadas. As tipologias são de contato; tubular; e fraturada inclinada; com vazão fluvial de 6ª magnitude e 7ª magnitude. A mobilidade da exfiltração foi de 0,01 m a 4,99 m para pequenas migrações; 5 m a 19,99 m para migrações de distâncias intermediárias e 20 m a 49,99 m para grande distância. Os dados hidrológicos indicam 2 períodos distintos (chuvoso e seco) e as vazões são maiores nos 1º e 2º trimestres de mensuração (chuvoso) e menores no 3º e 4º (seco). O monitoramento do pH indica que estes tendem a acidez (< 6,0) e os valores de eH não apresentam distribuição homogênea. Os domínios de estabilidade da água (eH-pH) indicam ambiente isolado da atmosfera/ambiente transicional para as amostras de nascentes e ambiente transicional/ambiente em contato com a atmosfera para os canais. Os resultados de condutividade elétrica evidenciam que as nascentes possuem as maiores mineralizações dentre as hierarquias fluviais. Os resultados indicam baixa alcalinidade (< 30 mg/L de CaCo3-) em função das litologias mapeadas não apresentarem assembleia mineral de alta solubilidade ou rica em sais. A analise de espectrometria atômica via plasma identificou os Elementos Maiores (EM) Al, Fe, Ca, K, Na, Mg, S, Si e Elementos Menores e Traço (EMT) Ba, Sr, Zn, Mn e Li que agrupados como Sólidos Totais Dissolvido (STD) indicam maior concentração destes na estação seca. A hierarquia nascente apresentou valores de EMT entre 0,002 e 0,116 mg/L e a canais fluviais de 0,002 a 0,111 mg/L. Em relação aos EM, as nascentes apresentam valores entre 0,011 e 2,680 mg/L e os canais de 0,011 a 2,906 mg/L. A perda geoquímica instantânea é expressa pela somatória dos elementos. Para as nascentes estes valores oscilaram no 1º, 2º, 3º e 4º trimestres respectios de 1,106 a 2,917 mg/L; 0,773 mg/L a 5,693 mg/L; 1,275 mg/L a 3,393 mg/L e 2,597 a 5,445 mg/L. Para os canais fluviais a oscilação foi de 1,173 a 2,298 mg/L; 1,118 a 3,491 mg/L; 1,980 a 3,649 mg/L e 3,105 a 3,519 mg/L. No geral, observa-se que apesar de existir maior variedade de elementos químicos nas águas durante o período úmido é no período seco que ocorre maior quantidade de STD e maior perda geoquímica instantânea. A denudação geoquímica anual de EMT ocorre de 0,005*10-1 a 0,039 ton/ano/km2 para nascentes, 0,004*10-1 a 1,894 ton/ano/km2 no canais de 1ª ordem e 0,047 a 0,485 ton/ano/km2 nos canais de 2ª ordem. Já a de EM para as respectivas ordens foi de 0,001*10-1 a 1,101 ton/ano/km2; 0,001*10-1 a 76,200 ton/ano/km2 e 0,956 a 42,890 ton/ano/km2. Em relação a denudação média por área constata-se que as bacias de contribuição de nascentes perdem entre 0,054 a 2,119 ton/ano/km2 de massa, as bacias de 1ª ordem de 0,158 a 136,277 ton/ano/km2 e, as bacias de 2ª ordem, entre 57,987 a 71,350 ton/ano/km2 . Em conclusão os dados revelam que a bacia B1 possui perda anual de 40,820 ton/km2/ano e rebaixamento do relevo de 15,69 m por Ma e a bacia B2 perda anual de 6,880 ton/km2/ano com rebaixamento topográfico do relevo de 2,65 m por Ma.
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    Estudo geoquímico e isotópico de amostras de itabiritos dos sinclinais Gandarela e Ouro Fino, Quadrilátero Ferrífero.
    (2019) Sampaio, Geraldo Magela Santos; Nalini Júnior, Hermínio Arias; Nalini Júnior, Hermínio Arias; Lana, Cristiano de Carvalho; Melo, Gustavo Henrique Coelho de; Rios, Francisco Javier; Silva, Rosaline Cristina Figueiredo e
    Formações ferríferas são rochas sedimentares que foram depositadas essencialmente no Pré-cambriano, ricas em ferro que contém informações sobre a composição da água do mar antiga, da evolução da vida e dos processos ocorridos no sistema da Terra primitiva. A formação ferrífera de margem continental (tipo Lago Superior) da Formação Cauê, Quadrilátero Ferrífero, Brasil, compreende um metassedimento químico rico em ferro que foi alterado durante a circulação hidrotermal de fluidos basais, metamorfismo de fácies xisto verde a anfibolito, e enriquecimento supergênico do ferro. O objetivo deste trabalho é desenvolver e implementar métodos para a determinação de elementos-traço, especialmente os elementos terras raras (ETR) em amostras de itabiritos, e interpretar o comportamento do fracionamento do ferro (δ 56Fe) e dos ETR na Formação Ferrífera Cauê em um contexto diagenético, hidrotermal e metamórfico. O método implementado para análise de traços por ICP-MS após dissolução ácida e a metodologia desenvolvida para determinação de ETR por LA-ICP-MS se mostraram adequados ao uso pretendido. Análises litogeoquímicas baseadas na paragênese de amostras de dois testemunhos de sondagem com diferentes graus de alteração destacam a importância dos processos hidrotermais, metamórficos e supergênicos nas composições de REE e δ56Fe da formação de ferrífera. O primeiro furo de sondagem é proveniente do Sinclinal Ouro Fino (SOF) e apresenta litofácies menos alteradas na base, seguidas de outras que sofreram alteração hidrotermal e supergênica. O segundo furo é proveniente do Sinclinal Gandarela (SG) e possui itabiritos intensamente alterados por fluidos hidrotermais, enriquecimento supergênico e intemperismo. O efeito do enriquecimento do ferro e do intemperismo é melhor capturado ao longo do perfil de profundidade de cada furo pela relação inversa entre SiO2 e Fe2O3. Os valores de SiO2 são mais baixos e os valores de Fe2O3 mais altos perto da superfície. A presença de goethita a 500 m registra a profundidade máxima desses processos no subsolo. As anomalias ETR e Y das litofácies mais profundas e menos alteradas em ambos os núcleos são típicas de deposição em uma coluna de água redox estratificada. As litofácies intemperisadas apresentam diversas alterações nos padrões de ETR, anomalias de Ce e ausência de anomalias de Y, causadas principalmente pela percolação de fluidos. A mudança na composição isotópica do ferro com profundidade é mais complexa. Os valores mais negativos do SOF podem refletir a redução dissimilatória microbiana do Fe, e os valores positivos do SG podem estar relacionados à oxidação parcial do Fe2+ entre a fonte hidrotermal de ferro e os (hidr)óxidos de ferro. No entanto, quando interpretados em conjunto com dados mineralógicos e de ETR, esses dados provavelmente registram os vários processos de alteração que afetaram a Formação Ferrífera Cauê. Tais achados ressaltam a importância do acoplamento da análise sedimentológica com química elementar e isotópica para entender a deposição da formação ferrífera e processos de formação de minério de ferro.
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    Simulação do processo de queda de blocos em taludes da serra do Itacolomi.
    (2018) Esteves, Lucas Leonardo Swerts; Sobreira, Frederico Garcia; Bacellar, Luis de Almeida Prado; Sobreira, Frederico Garcia; Lana, Milene Sabino; Aguiar, Cibele Clauver de
    Queda de blocos são movimentos de massa complexos, de alto poder destrutivo, cujo comportamento é extremamente difícil de ser previsto. Quando são de grandes magnitudes e/ou quando ocorrem em áreas ocupadas ganham contexto de desastres naturais, ocasionando danos crescentes no Brasil. Os mecanismos geradores do processo de queda de blocos podem ser de diferentes naturezas, cuja trajetória pode ser influenciada por parâmetros intrínsecos aos blocos e à encosta. Este estudo teve como objetivo avaliar o papel e o peso de determinados fatores envolvidos na mecânica do movimento de queda de blocos, assim como as suas influências nas trajetórias dos blocos a partir da simulação a três dimensões, usando o programa “RockyFor3D” nas encostas da Serra do Itacolomi, no setor sul da área urbana de Mariana. Verificou-se o comportamento das trajetórias e alcance dos blocos em relação às propriedades do bloco e da superfície topográfica, avaliando a forma, tamanho e volume dos blocos, a rugosidade da superfície e o tipo de solo. Além disso, buscou-se apresentar uma metodologia de trabalho para análises realistas de trajetórias dos blocos, investigando o seu padrão e suas características, assim como a avaliação do Conjunto Cabanas, adotada como área-laboratório, provavelmente a ser afetada por futuras quedas de blocos. Foi realizado um mapeamento topográfico por meio de técnicas de aerofotogrametria com drone e foram identificadas e diferenciadas as unidades geológico-geotécnicas, assim como os pontos de desprendimento de blocos no talude. Posteriormente, foram elaborados os mapas de entrada para o RockyFor3D para a realização das simulações de queda de blocos na área do Conjunto Cabanas. A partir dos resultados obtidos foi possível concluir que a trajetória de queda de blocos é controlada principalmente pela rugosidade e pelo tipo de solo da superfície de impacto.
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    Conservação do complexo geopaisagístico Serra da Canastra, Minas Gerais : contribuições metodológicas do Direito sob o signo da integração.
    (2019) Alvarenga, Luciano José; Castro, Paulo de Tarso Amorim; Bernardo, João Manuel; Castro, Paulo de Tarso Amorim; Azevedo, Úrsula Ruchkys de; Carmo, Flávio Fonseca do; Nolasco, Marjorie Cseko; Mansur, Kátia Leite
    A Serra da Canastra, SW de Minas Gerais, Brasil, é frequentemente lembrada por sua biodiversidade. A variedade e a raridade das espécies de flora e fauna da região, entre elas o lobo-guará, canídeo endêmico da América do Sul, e o pato-mergulhão, uma das aves mais ameaçadas de extinção no planeta, justificam o regime jurídico estabelecido pelo Parque Nacional da Serra da Canastra—PNSC, em 1972. O território singulariza-se, igualmente, por uma notável geodiversidade, devido às rochas e feições terrestres que o compõem e a uma vastíssima rede hidrográfica. Por sua diversidade geológica, a Serra da Canastra foi indicada pelo Serviço Geológico do Brasil—CPRM para o estabelecimento futuro de um geoparque, nos moldes propostos pela Unesco. Trata-se, de fato, de um território que abriga vários lugares de interesse geológico, entre eles o Chapadão da Canastra e a Cachoeira Casca d’Anta, a maior e uma das mais exuberantes quedas d’água do Rio São Francisco. A monumentalidade da Serra da Canastra, que não se confina aos limites do PNSC, impressiona seus visitantes, entre eles o naturalista francês August de Saint-Hilaire, que percorreu a região no início de século XIX. Para além de sua riqueza biológica e geológica, a Serra da Canastra é palco de modos de criar, fazer e viver dignos de salvaguarda, porque contentores de referências à memória e à identidade dos povos da região. Saberes e fazeres típicos da serra, como a produção do queijo-canastra, também compõem vivências da paisagem. De uma perspectiva teórica integradora, pode-se afirmar que os aspectos natural e cultural da paisagem canastreira são indissociáveis: geodiversidade (rochas, formas da serra, rede hidrográfica), biodiversidade (flora e fauna) e cultura (representada pelo queijo-canastra) combinam-se para a constituição de um patrimônio indiviso e que se pode experienciar de modo integral no Complexo Geopaisagístico Serra da Canastra. Correlativamente, faz-se necessário construir, com participação cidadã, estratégias de ordenamento e gestão assentes na integração das diversas dimensões do patrimônio natural e cultural do território em foco. Esta tese objetiva discutir possibilidades de desenvolvimento de iniciativas de geoconservação na Serra da Canastra, em integração com outros aspectos do patrimônio natural e cultural, a partir dos regimes jurídicos relacionados ao (1) parque nacional, unidade de conservação prevista na Lei 9.985, de 2000, e instituída na região da Serra da Canastra em 1972; (2) o trecho do Rio São Francisco patrimonializado pela Lei 14.007, de Minas Gerais; (3) as Áreas Especiais e os Locais de Interesse Turístico, previstas em lei federal de 1977; (4) a paisagem cultural, cuja chancela é regulada por portaria do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional; (5) o museu de território, à luz do Estatuto dos Museus. A investigação conduziu à percepção de que a área estudada carece de ações preparatórias e estruturas para compreensão e valorização de aspectos da geodiversidade e da paisagem. Estratégias complementares, como cursos para condutores, trilhas autoguiadas, excursões, roteiros, palestras, jogos e atividades lúdicas, textos impressos e on-line, podem e devem ser realizadas para valorizar, promover o conhecimento e a conservação da geodiversidade na região. Sugestivamente, compreende-se que o estabelecimento de um museu de território na Serra da Canastra, em acoplagem e complementaridade ao regime jurídico do PNSC, pode favorecer o desenvolvimento local, ao induzir práticas de fruição (vivências) do patrimônio natural e cultural in situ, estimular e dinamizar atividades econômicas compatíveis com esse patrimônio. Ulteriormente, a musealização pode ser útil para que a Serra obtenha o label “Geoparque Global Unesco”, como proposto pelo CPRM.
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    Manejo agroecológico de áreas sobre canga usando tecnologias e conhecimento tradicional.
    (2019) Urriago Ospina, Lina Marcela; Kozovits, Alessandra Rodrigues; Messias, Maria Cristina Teixeira Braga; Leite, Mariangela Garcia Praça; Kozovits, Alessandra Rodrigues; Costa, Adivane Terezinha; Almada, Emmanuel Duarte
    Atualmente, os ecossistemas estão sendo influenciados pela pressão advinda dos processos de extração de recursos a fim de suprir as necessidades das populações. Dentre esses processos inclui-se a mineração. No Brasil, a região do Quadrilátero Ferrífero - Minas Gerais apresenta grande representatividade na produção mineral, principalmente na extração de ferro e alumínio, que tem provocado inúmeros problemas ambientais. O impacto em áreas mineradas, muitas vezes, torna o ambiente inóspito para a maioria das espécies vegetais, no processo de sua revegetação. Dada a necessidade de suavizar os impactos sobre os ecossistemas e as estruturas socioambientais destas áreas, propõe-se averiguar o conhecimento tradicional das comunidades em Ouro Preto (MG) no manejo de solos lateríticos para o cultivo de espécies úteis. Neste contexto, este trabalho teve como foco o conhecimento local sobre a implementação de métodos agrícolas, tecnologias e inovação, capazes de influenciar a estrutura física e química dos solos de canga, tornando-os aptos ao cultivo de plantas. Adicionalmente, foram coletadas amostras de solos manejados pelas diferentes técnicas tradicionais para analises físicas e químicas (fertilidade e metais), assim como amostras de espécies medicinais e alimentares (teor de metais). Além disso, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com habitantes das áreas estudadas.