PPGECRN - Programa de Pós-graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais
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Item Caracterização faciológica da Formação Moeda (Grupo Caraça, Supergrupo Minas) e estudos geocronológicos U-Pb nos sinclinais Gandarela e Ouro Fino, Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais.(2020) Madureira, Rafael da Silva; Queiroga, Gláucia Nascimento; Martins, Maximiliano de Souza; Lana, Cristiano de Carvalho; Queiroga, Gláucia Nascimento; Novo, Tiago Amâncio; Alckmim, Fernando Flecha deA bacia Minas registra a ocorrência de um Ciclo de Wilson completo entre ca. de 2.5 a 2.0 Ga na porção meridional do craton São Francisco, Quadrilátero Ferrífero, Brasil. A unidade basal (Grupo Caraça) materializa os estágios iniciais de rifteamento com evolução para margem passiva, representado pelas formações Moeda e Batatal. A fim de contribuir para a reconstrução da história de preenchimento tectono-sedimentar dos estágios iniciais da bacia Minas, foram conduzidos levantamentos faciológicos de alta resolução associado a análises isotópicas em zircões detríticos da Formação Moeda nos sinclinais Gandarela e Ouro Fino, centro leste do Quadrilátero Ferrífero. As análises isotópicas também abordaram o Grupo Nova Lima, como constituinte do arcabouço litoestrutural, e a Formação Batatal, como datum de topo para a Formação Moeda na região. O levantamento faciológico resultou na identificação e caracterização de nove litofácies para a Formação Moeda: três conglomeráticas (Cms, CcsI e CcsII) e seis areníticas (Amm, Amg, Ammg, Apmg, Atmg e Acd). Foram levantadas oito colunas estratigráficas que, a partir da correlação lateral, permitiram agrupar as litofácies descritas em seis associações de litofácies, três no sinclinal Gandarela (ALG1, ALG2, ALG3), e outras três no sinclinal Ouro Fino (ALOF1, ALOF2, ALOF3). As associações de litofácies ALG1, ALOF1 e ALOF2, são conglomerado dominantes típicas de sistema de leques aluvio/fluviais proximais, depositados em borda de falha. A associação de litofácies ALG2 é representada por arenitos finos a médios, depositados em sistema de lençóis subaquosos em área de planície de inundação aluvial. As associações de litofácies ALG3 e ALOF3, são predominantemente areníticas, interpretadas como depósitos em zonas médias a distais de leques fluviais. O estágio de margem passiva incipiente é registrado pela presença de rochas metapelíticas da Formação Batatal, que recobriram toda a sequência anterior. Os dados isotópicos apontam idades 207Pb/206Pb de 2777 ±14 Ma para o agrupamento de zircões detríticos mais jovens da Formação Moeda, e de 2782±10 Ma para os da Formação Batatal. Os espectros de distribuição de idades 207Pb/206Pb dessas unidades sugerem os complexos arqueanos Bação, Bonfim e Belo Horizonte como principais áreas fontes para ambas. Os resultados isotópicos U/Pb, associados aos dados de campo, indicam que o arcabouço litoestrutural da bacia Minas é parcialmente formado pelo Grupo Nova Lima. A idade 207Pb/206Pb do agrupamento de zircões detríticos mais jovens desta unidade encontrada foi de 2676 ± 14 Ma, sendo proposto os complexos Santa Bárbara, Bação, Bonfim, Belo Horizonte e granitos potássicos do evento Mamona I como suas principais áreas fonte na área de estudo.Item Evolução geodinâmica dos estágios de rifteamento do grupo Macaúbas no período Toniano, meridiano 43°30'W, região centro-norte de Minas Gerais.(2019) Souza, Maria Eugênia de; Queiroga, Gláucia Nascimento; Martins, Maximiliano de Souza; Martins, Maximiliano de Souza; Alckmim, Fernando Flecha de; Costa, Alice Fernanda de Oliveira; Novo, Tiago Amâncio; Cruz, Simone Cerqueira PereiraA Bacia Macaúbas ocupa a margem oriental do Cráton do São Francisco, porção sudeste do Brasil. Correspondendo a uma típica bacia rifte que evoluiu para uma margem passiva e de história policíclica, seu registro (Grupo Macaúbas) engloba o evento tectônico de quebra do Paleocontinente São Francisco – Congo durante o Neoproterozoico, bem como o(s) evento(s) climático(s) de abrangência mundial. Aparentemente, o evento extensional que culminou em sua formação se associa a quebra do supercontinente Rodínia. Este evento compreende dois estágios riftes (um Toniano e outro no Criogeniano) seguidos de um estágio de margem passiva com proto-oceanização (Criogeniano – Ediacarano). Estendendo-se ao longo da direção N-S, ao longo do meridiano 43º30’ no Estado de Minas Gerais, o rifte toniano da Bacia Macaúbas se superpõe, no tempo e no espaço, ao ciclo bacinal Espinhaço de idade mesoproterozoica. De tal forma, esta é uma típica bacia influenciada por herança tectônica de ciclos pretéritos. Um proeminente e significativo sistema de par conjugado de lineamentos morfoestruturais de trends N50W e N45E controlaram a nucleação e desenvolvimento dos depocentros tonianos da bacia Macaúbas, influenciando diretamente na sua arquitetura tectono-estratigráfica. Este sistema de lineamentos aparenta ter idade Paleoproterozoica e ter passado por multi-estágios de reativação ao longo de toda a evolução tectônica do Paleocontinente São Francisco – Congo. No Toniano, este sistema controlou os depósitos essencialmente siliciclásticos do rifte Macaúbas, limitando espacialmente a ocorrência dos depósitos de fan deltas aluviais e depósitos fluviais registrados na Formação Matão-Duas Barras (aqui redefinida). Os novos dados de proveniência sedimentar apresentados nesta tese somados ao estudo de fácies e associação de fácies indicaram que a sedimentação inicial do rifte Macaúbas no Toniano foi fortemente condicionada pelo Bloco Porteirinha. Esta fase iniciou-se em ca. 1.0 Ga e se finalizou pouco antes da colocação do enxame de diques máficos da Suíte Metaígnea Pedro Lessa, que foi aqui datado em ca. 939 Ma. Assim, a fase inicial, essencialmente siliciclástica do rifte Macaúbas é restringida ao intervalo de ca. 1.0 Ga a 939 Ma. Consecultivamente, o rifte Toniano evoluiu e atingiu o seu estiramento máximo em torno de 890 Ma. Esta nova fase é principalmente registrada na sequencia vulcano-sedimentar Planalto de Minas, cujo magmatismo máfico corresponde a basaltos toleíticos, intraplaca, com assinatura geoquímica EMORB, e parâmetros isotópicos que indicam a participação de magma astenosférico em sua gênese (ƐHf > +2,95 e < +6,77; ƐNd > +0,60 e < 0,78), com provável influência térmica de pluma mantélica. Esse episódio magmático tem relevância global, por ser o registro final de magmatismo da LIP Bahia-Gangila relacionada a quebra de Rodínia. Após esta fase, houve um momento de quiescência tectônica, marcando a interrupção do rifte Toniano. Marcado por discordâncias erosivas em sua base e no seu topo, o rifte Toniano pode ser restringido ao intervalo de tempo compreendido entre 1.0 Ga e 867 Ma. Os resultados obtidos neste estudo demonstram que a complexa evolução do Paleocontinente São Francisco-Congo gerou uma densa herança tectônica que refletiu na nucleação e evolução do rifte Macaúbas no Toniano. Sua arquitetura geológica se encontra bem preservada e retrata esta complexa evolução tectônica. De tal forma, o rifte Toniano da bacia Macaúbas representa um excelente laboratório natural para estudos de tectônica, sedimentação e magmatismo em bacias pré-cambrianas.