ICSA - Instituto de Ciências Sociais e Aplicadas

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    O lugar do(a) negro(a) sob um olhar decolonial : uma análise da série Atlanta.
    (2023) Nunes, Amanna Luiza de Brito; Coração, Cláudio Rodrigues; Coração, Cláudio Rodrigues; Tavares, Frederico de Mello Brandão; Soares, Rosana de Lima
    Esta pesquisa surge com o intuito de se explorar e discutir as questões raciais abordadas na série Atlanta, através de uma perspectiva temporal que busque analisar o lugar do(a) negro(a) sob um olhar decolonial. Diversas violências estruturais existentes na América - como o racismo - são decorrentes do processo de colonização europeu que ocorreu séculos atrás. Ainda que com suas especificidades em cada região, o racismo permanece como uma marca colonial que institui hierarquias raciais, sociais e culturais e que prossegue reduzindo e inferiorizando o modo de ser do não branco. A série em questão, ao apresentar vivências dos negros e negras da periferia da cidade de Atlanta (Georgia - EUA), traz pontos relevantes sobre a questão racial nos Estados Unidos e demonstra que ideias coloniais de raça permanecem na realidade atual. Dessa maneira, pretende-se com esta dissertação, realizar um estudo sobre de raça, colonialidade e decolonialidade, como forma de compreender a construção de hierarquias sociais que se mantêm nos países colonizados, sob uma lógica colonial. Além disso, a pesquisa também irá trabalhar aspectos dos estudos culturais e midiáticos, de modo a refletir acerca da estrutura de poder imbricada nas relações da mídia com a sociedade. Por fim, a pesquisa buscará compreender o lugar do negro no audiovisual e os estigmas e estereótipos endereçados a eles neste contexto. A partir de todo este acervo teórico, será realizada uma análise de quatro episódios da série Atlanta, com o objetivo de observar a maneira com que a obra atua na construção/desconstrução de estereótipos raciais e sistemas de opressão, no contexto da comunidade negra nos Estados Unidos da América.
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    Meninas negras em animações infantis : entre protagonismo, branquitude e subalternidade.
    (2022) Reis, Maria Luísa Sousa; Barbosa, Karina Gomes; Assis, Mariana da Silva
    O objetivo deste trabalho é investigar dez meninas negras protagonistas de animações veiculadas em meios de comunicação do Brasil em 2019. Ancoradas pela leitura de Bell Hooks (2019) e Gayatri Spivak (2010) sobre feminismos negros e subalternidade e pela perspectiva culturalista Douglas Kellner (2001), analisamos quantitativa e qualitativamente quais representações o audiovisual constrói acerca dessas protagonistas negras e quais afetos e possibilidades são apresentados a elas. Concluímos que há um apagamento da raça nas protagonistas, que ocupam lugares de subalternidade e não refletem a multiplicidade das experiências negras quando são protagonistas únicas.
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    Beyoncé sob uma lente interseccional : uma análise das representações de mulheres negras em Lemonade, Homecoming e Black is King.
    (2022) Roza, Sandra Rita de Cássia; Silva, Karina Gomes Barbosa da; Silva, Karina Gomes Barbosa da; Carrera, Fernanda Ariane Silva; Mariano, Agnes Francine de Carvalho
    Este estudo visa analisar as representações de mulheres negras nos álbuns visuais Lemonade (2016) e Black is King (2020) e no documentário Homecoming (2019), da cantora estadunidense Beyoncé, sob uma lente interseccional própria. Para isso, foi escolhido como método de pesquisa a análise fílmica, a partir da abordagem metodológica dos estudos culturais, especificamente o protocolo de codificação e decodificação desenvolvido por Stuart Hall (2003), aplicado sob uma abordagem atual feminista negra interseccional, afro diaspórica, latino-americana, antirracista e jovem. As matrizes conceituais estão ancoradas em AKOTIRENE (2018), ALMEIDA (2019), BENTO (2002), CARRERA (2020), CRENSHAW (1989; 2002; 2004; 2016), DIANGELO (2020), ESCOSTEGUY (2007), FANON (2008), HALL (1997; 2003; 2006), HANNAH- JONES (2019), KILOMBA (2016), LORDE (1980), ROZA (2018), SODRÉ (1999), SCHUCMAN (2012; 2020) e TELLES (2012). A escolha pela lente própria foi feita considerando o lugar de fala da pesquisadora: uma mulher negra jovem, feminista negra interseccional, latina americana, diaspórica e antirracista. Antes de iniciar a análise, foi realizado um aprofundamento teórico sobre relações étnico-raciais, saúde mental, branquitude, comunicação, racismos, feminismo negro, interseccionalidade e representações, e nos contextos sócio-históricos desses assuntos no Brasil e Estados Unidos. A partir das análises foi possível perceber que os três trabalhos se encontram, principalmente, no feminismo negro, no recuperar as referências e histórias de mulheres negras, seja nos EUA, na diáspora ou no continente africano. Em mostrar aquelas que também tiveram protagonismos em lutas antirracistas, mas que ficaram apagadas desse processo. Em trazer representações que conectem as futuras gerações para que elas “Sejam o que podem ver” (EDELMAN, 1959), em deixar um legado, apontar possíveis sinais de caminhos a seguir, questionar, investigar e reformular rotas e direções e criar outros sinais e códigos.
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    A herança africana e a construção do Estado brasileiro.
    (2021) Oliveira, Paulo Roberto de
    Este artigo tem como objetivo compreender como, de maneira aparente- mente paradoxal no Brasil, com uma so- ciedade erigida em estreita relação com o Continente Africano, se construiu um Es- tado que desde suas primeiras décadas de existência mostrou-se hostil aos africanos e a seus descendentes, promovendo, ao con- trário, a continuidade de uma civilização europeia nos trópicos.
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    O assassinato de Beto Freitas no Carrefour : racismo, genocídio e a construção do acontecimento jornalístico nos sites G1 e UOL.
    (2021) Mendonça, Pedro Henrique Magalhães; Maia, Marta Regina; Maia, Marta Regina; Oliveira, Dennis de; Tavares, Frederico de Mello Brandão
    O presente estudo visa identificar e analisar como o assassinato de Beto Freitas no Carrefour, em Porto Alegre, no dia 19 de novembro de 2020, foi trabalhado, enquanto acontecimento jornalístico, nas coberturas dos sites G1 e UOL. Faz-se uma discussão teórica sobre o racismo no Brasil, discorrendo sobre temas como identidade e raça, usando como referência estudos de Bhabha (1998), Hall (2001), Cuche (1999), Lane (1983) e Mignolo (2008), além dos estereótipos étnico-raciais em espaços comunicacionais, como na telenovela, no cinema e na publicidade. Pensando no acontecimento jornalístico como um recorte da realidade (QUÉRÉ, 2012) e em sua concretização como algo real (FRANÇA, 2012), realiza-se um debate sobre acontecimento e jornalismo, buscando entender como o crime que vitimou Beto Freitas mobilizou o debate público. Entende-se que o assassinato de Beto está compreendido na problemática étnico-racial do Brasil e, por isso, esta dissertação traz uma problematização sobre o racismo estrutural, com base nos pensamentos de Fanon (2008), Munanga (2004), Oliveira (2021), Sodré (1999) e Telles (2012). Metodologicamente, o estudo tem por base o processo de individuação do acontecimento proposto por França (2011), seguindo as etapas de: descrição, narrativização, pano de fundo pragmático, caracterização como um problema público e normalização, em consonância com o conceito de interseccionalidade no sentido da intersecção entre raça, gênero e classe, conforme apresenta Collins (2015). Nota-se que os veículos de comunicação fizeram coberturas factuais sobre o assassinato de Beto, sem apresentar o contexto do racismo sistêmico e estrutural que fundamentam a violência e a opressão contra pessoas negras, fomentando o genocídio que pode ser percebido em estatísticas, nas quais se encontra Beto Freitas e outros tantos indivíduos negros.
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    O Novo Evangelho de Djonga : secularização do corpo negro no mundo do rap.
    (2021) Santos, Solange Stéfane; Coração, Cláudio Rodrigues; Coração, Cláudio Rodrigues; Viana, Pablo Moreno Fernandes; Mariano, Agnes Francine de Carvalho
    Gustavo Pereira Marques, o Djonga é popularmente conhecido no universo do rap por sua produção fonográfica com apurada denúncia ao sistema social vigente, na qual os diversos modos de poder se entrecruzam por meio de uma refinada elaboração crítica. Pela reatualização narrativa dos versos dos Racionais Mc's, o rapper constrói o que entendemos como um universo particular, através do qual sua autointitulação como Deus recria as potencialidades do corpo negro pelo reposicionamento deste a um local sacralizado. Desta forma, esta dissertação tem por objetivo principal compreender as formas utilizadas pelo rapper para a inauguração de um instante de denúncia pós Racionais Mc's, em que o reconhecimento e a identidade tematizados instituem um movimento horizontal de tensionamento, mas, sobretudo, de autoaceitação entre os negros, e inaugura uma nova percepção coletiva consciente por meio do Rap. Para sua realização, optou-se pelo recorte nos quatro primeiros álbuns produzidos pelo cantor em sua carreira solo: Heresia (2017), O menino que queria ser Deus (2018), Ladrão (2019), Histórias da Minha Área (2020). A percepção da cultura midiática como meio para a propagação da marcação das violências e da própria sacralização da negritude será observada em quatro videoclipes: Junho de 94 (2018), Corra (2018), Hat-Trick (2019) e Eu vou (2019). Por meio de categorias como a descolonização do olhar e a estética da correria, questões caras à reflexão teórica sobre a ancestralidade e a representação racial são articuladas com a observação analítica sobre a cultura midiática e seus desdobramentos em relação à comunicação e à produção musical contemporânea, mais especificamente às pertencentes ao rap brasileiro.