ICSA - Instituto de Ciências Sociais e Aplicadas

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    Da beleza ao horror, da ditadura à resistência : a ressignificação de paisagens em Postcards from Brazil.
    (2022) Santos, Ana Carolina Lima; Vilela, Isabela de Souza
    Este artigo investiga a obra Postcards from Brazil, realizada em 2016 por Gilvan Barreto, na qual fotografias de paisagens difundidas durante a ditadura civil-militar brasileira são transformadas em cartões-postais que, retalhados, passam a referenciar assassinatos ocorridos nos locais retratados. Busca-se, aqui, apreender de que forma a ressignificação dessas imagens visa o passado autoritário sob a ótica da reconstrução da verdade e da memória sobre a violência ditatorial. O artigo reflete sobre a noção de paisagem, inclusive no que diz respeito à sua constituição histórica. Em seguida, analisa como o artista a subverte em seus predicados imaginados na medida em que inscreve os crimes no espaço, dando visibilidade aos horrores da ditadura, em um mecanismo de resistência voltado para as vítimas, então eternizadas nos vazios impostos à paisagem.
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    A mobilização da infância em fotos de migração e refúgio no Instagram da Reuters.
    (2021) Lage, Nádia Nunes; Santos, Ana Carolina Lima
    Este trabalho analisa a maneira como o perfil da Reuters no Instagram fez uso de fotos de meninos e meninas para noticiar, de 2016 a 2019, a migração, o refúgio e temas correlatos, notadamente a situação dos sujeitos nos países responsáveis pelos grandes deslocamentos transnacionais contemporâneos. Observando de forma particular as imagens mais curtidas na rede social da agência, o artigo se propõe a identificar os modos de ver e narrar essas pautas possibilitados pela figuração de crianças.
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    O corpo criança em fotografias do Instagram da Reuters.
    (2021) Lage, Nádia Nunes; Santos, Ana Carolina Lima; Santos, Ana Carolina Lima; Biondi, Angie Gomes; Silva, Karina Gomes Barbosa da
    O presente trabalho pretende investigar modos de ver e narrar o mundo possibilitados pela figuração visual do que está sendo chamado de corpo-criança, posta em fotografias que tiveram significativo interesse do público ao serem publicadas pela maior agência de notícias internacional do mundo, a Reuters, em seu perfil da plataforma de rede social Instagram (https://www.instagram.com/reuters). A pesquisa parte de uma discussão teórico-conceitual a fim de vislumbrar o corpo-criança, considerando as demarcações advindas da hifenização proposta: corpo que dá a ver a criança do modo como tem sido concebida socialmente, permitindo diferenciá-la. Corpos esses que são instituídos em estruturas simbólicas passíveis de engajar afetos, assinalar condições, estimular percepções e condutas – que geralmente figuram refletindo infâncias. O referencial bibliográfico levantado também faz possível assimilar a relação da sociedade com a imagem e sua articulação com a imaginação, sendo possível avistar configurações histórico-sociais que culminaram no advento da fotografia e sua afirmação contemporânea. Destaca-se nesse percurso o posicionamento do fotojornalismo, cuja articulação com a ideia de acontecimento conforma-se protagonista do elo entre fotografia e discurso. Através de análise empírica, na articulação dos dois eixos teóricoconceituais, busca-se a possibilidade de observar como o corpo-criança opera na comoção, atuando como condição discursiva e vetor das significações. Pretende-se, ademais, apontar discursividades visuais que rondam o corpo-criança, percebendo o que essas fotografias, colocadas em relação, podem revelar.
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    As imagens de Dilma Rousseff da ditadura civil-militar ao impedimento.
    (2020) Santos, Ana Carolina Lima
    A fotografia, entendida em seu valor de testemunho histórico e em sua potência poética, pode comportar leituras distintas dos fatos, de como eles foram e de como poderiam ter sido. Este artigo investiga de que modo essas duas facetas se apresentaram em imagens de Dilma Rousseff feitas na ditadura civil-militar e reformuladas durante a campanha eleitoral de 2014 e a luta contra o impedimento de 2016. Por meio da análise do processo de transmutação (de forma, mas também de sentido e de adequação memorialista) pelo qual passaram essas imagens, avaliam-se as implicações da mudança de temporalidade que as permeou, posto que, recompostas e ressignificadas, as fotos já não aludiam mais a um passado dado e se configuravam como materializações de uma instância simbólica que apontava para o futuro, para certo horizonte de expectativas. Além disso, tenta-se explicitar como, ao propor comparações entre passado e presente, as imagens inadvertidamente ajudaram a sabotar o amanhã por elas almejado.
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    Escravidão a cores : aproximação, reconhecimento e acolhimento da humanidade dos sujeitos negros na obra de Marina Amaral.
    (2020) Santos, Ana Carolina Lima; Ferreira, Sarah Gonçalves
    Este artigo toma para análise o trabalho In Color: Slavery in Brazil, 1869, da colorista Marina Amaral para observar de que maneira o gesto de apropriação da artista ressignifica os arquivos da escravidão brasileira, mais precisamente os tipos fotográficos feitos por Alberto Henschel. Parte-se do entendimento de que as imagens de Henschel (e de outros fotógrafos da época que apontavam suas câmeras para mulheres e homens negros) são assinaladas por uma lógica tipificadora que perpassa não apenas sua produção, mas seu consumo, no passado e no presente. Nessa acepção, os novos sentidos que são alcançados com o projeto da artista só podem emergir da ruptura com esse estatuto. Para isso, Amaral recorre à colorização e à montagem das fotografias de maneira que convida o espectador a enxergá-las de outro modo, distanciado daquele que é o cerne da representação das pessoas negras escravizadas: a ideia de Outro, peculiar, diferente e estranho. O que a colorista propõe, em direção contrária, é fazê-las aparecer nas fotos a partir de sua natureza humana. Trata-se, defende-se aqui, de uma ação de caráter estético amplo, de teor político – essencialmente antirracista.
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    Claudia Andujar na busca pela Outra : as narrativas fotográficas sobre a mulher brasileira na revista Realidade.
    (2020) Nogueira, Aline dos Santos; Santos, Ana Carolina Lima; Santos, Ana Carolina Lima; Bartolomeu, Anna Karina Castanheira; Valle, Flávio Pinto
    A presente pesquisa visa a compreensão de como as fotografias de Claudia Andujar que foram publicadas na revista Realidade constroem uma imagem da mulher brasileira nas décadas de 1960 e 1970. A pesquisa toma as fotografias de Andujar enquanto objeto de construção de personagens tidas como Outras, mas em um movimento que às vezes as destituem de estereótipos, possível a partir do contato entre a fotógrafa, as fotografadas e os leitores do periódico. Para tanto, o trabalho estabelece um caminho teórico-conceitual e analítico que permite ponderar o papel da fotografia, principalmente no contexto jornalístico, na retratação de sujeitos, em especial das mulheres, a fim de entender de que modo a produção de Andujar a realiza, em termos singulares. No exame das imagens da fotógrafa, a análise iconográfica, a interpretação iconológica e a desmontagem, com o estabelecimento de séries, possibilitam avaliações acerca de sua criação, evidenciando o lugar da fotógrafa, das fotografadas e do leitor no processo de produção de sentido, com destaque para a maneira como Andujar dá a ver as mulheres, em uma busca própria, que revela algo delas tanto quanto de si mesma.