PPGECRN - Doutorado (Teses)

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    Reconstituição paleoambiental com base na assembleia palinoflorística e palinofácies de sedimentos holocênicos do Parque Estadual do Rio Doce/MG.
    (2017) Silva, Fernanda Mara Fonseca da; Kozovits, Alessandra Rodrigues; Carvalho, Marcelo de Araújo; Kozovits, Alessandra Rodrigues; Trindade, Viviane; Cassino, Raquel Franco; Lana, Cláudio Eduardo; Sousa, Hildeberto Caldas de
    Análises palinológicas e de palinofácies foram realizadas em amostras de um testemunho de 90cm, recuperado no Parque Estadual do rio Doce (PERD-MG), com o objetivo de reconstruir os paleoambientes das coberturas holocêncicas do PERD, além de contribuir para a compreensão dos eventos ambientais ocorridos na evolução da paisagem dessa região. Foram identificadas 21 espécies de esporos de pteridófitas, 52 espécies de grãos de pólen e 06 espécies grãos de fungo. Além disso, um gênero de algas de água doce Spirogyra e um gênero Incertae sedis (Pseudoschizaea rubina) foram registrados. As amostras são claramente dominadas pelos grupos de pólen, em particular as angimnospermas, que é o grupo mais abundante no testemunho estudado. A distribuição estratigráfica das 17 amostras permitiu a definição de 4 fases. A 1 fase (10.375 — 9.350 cal. anos AP) observou baixa concentração e diversidade de grãos de pólen e COT atribuídos a um sistema fluvial com presença de granulometria grossa. No entanto, essas condições tendem a aumentar nas amostras subsequentes. Evidenciou que até 9.351 anos AP a região não tinha sofrido com a movimentação tectônica (desnivelamento e basculamento) do leito do rio Doce. A fase 2 (9.062 — 8.195 cal. anos AP) é um intervalo que pode ser interpretado como uma transição do ambiente fluvial para lacustre, observando um aumento no índice de diversidade da flora, com exeplares de Mauritia flexuosa, Ludwigia sp., Heteropterys sp., Tetrapterys sp., Microlicia sp., Psychotria sp., Polygonum sp., Sapindus sp., Gleichenia sp., Lycopodiella alopecuroides, que apoiam a hipótese de ser uma floresta pantanosa ou arborizada. Na fase 3 (7.905 — 4.785 cal. anos AP) iniciou-se a acumulação de sedimentos finos como lamas e argilas (alto valor de COT) e o aumento da recuperação de palinomormos, registrando alta abundância e diversidade de Pteridófitas, como Anemia sp., Cheilanthes sp., Lophosoria sp., Dicksonia sp., Lycopodiella alopecuroides, Lycopodiella caroliniana, Lycopodiella cernua e Pityrogramma sp. indicando uma condição úmida em um ambiente permanentemente fechado com água (lacustre). Na 4 fase (4.785 — 50 cal. anos AP) observou o registro de menor abundância da flora herbácea que é substituída por outros grupos de vegetação (pântano, cerrado, Mata Atlântica). A amostra de ~ 50 anos representa o ambiente atual, isto é, uma situação registada sazonalmente de água e, portanto, reflete a colmatação do sistema lacustre.