Navegando por Assunto "Abaetetuba - PA"
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Item Eco-epidemiologia da doença de Chagas aguda em área amazônica. Município de Abaetetuba, estado do Pará, Brasil, 2008 – 2009.(2013) Santos, Soraya Oliveira dos; Coelho, George Luiz Lins MachadoNa Amazônia Brasileira as descrições sobre Doença de Chagas Aguda (DCA) tem se limitado a análise de surtos orais e casos isolados. O Estado do Pará, a partir da sistematização da vigilância da doença de Chagas, registrou entre 2005 e 2012 um número crescente de casos agudos, principalmente na região nordeste do Estado. Para avaliar fatores associados ao risco de ocorrência de DCA foram selecionadas áreas urbanas, rurais e ilhas, no município de Abaetetuba onde foram feitos cortes epidemiológicos entre os anos 2008 e 2009 confrontando-se as informações da casuística registrada pelo Sistema Nacional de Notificação de Agravos (SINAN) no período 2005-2012 com os achados do trabalho de campo. Nos inquéritos realizados foi aplicado um questionário, coleta de amostras biológicas para estudo sorológico e parasitológico, capturas entomológicas em unidades domiciliares e ecótopos naturais para determinar os níveis de infestação, infecção pelo Trypanosoma cruzi e estudo de fonte alimentar em triatomíneos, georreferenciamento das residências, palmeiras e casos humanos, análise ambiental para estratificar o grau de antropização e dados climatológicos. De uma população de 6213 residentes (4,3% da população do município), foram analisadas 4699 amostras, dando uma soroprevalência geral de 2,54 por mil hab. Não foram encontrados triatomíneos domiciliados e dos 250 espécimes capturados em palmeiras, 85,20% foi da espécie Rhodinus pictipes, com uma infectividade de 11,26% que se alimentaram principalmente com sangue de gambá e roedor. A análise multivariada demostrou que a febre, contato com triatomíneos, palmeiras infestadas e velocidade do vento são fatores altamente significativos e associados (RC= 28.7; 14.5; 10.3 e 4.36 respectivamente) ao risco de contrair a doença de Chagas, principalmente na ilha de Ajuaí, área menos antropizada, que no momento da pesquisa apresentava um ciclo enzoótico ativo e estabelecido; no banco de vigilância observou-se associação significante entre a ocorrência de DCA e apresentar edema, febre e alimentar-se com açaí. Os resultados indicam uma epidemiologia da DCA diferenciada entre as áreas de estudo onde a dinâmica de produção do açaí produzido nas ilhas tem relação com a ocorrência dos casos agudos por transmissão oral na área urbana. Estes achados devem ser considerados na formulação das políticas públicas para o controle da doença na região amazônica.