Navegando por Autor "Val, Alexandre Costa"
Agora exibindo 1 - 15 de 15
Resultados por página
Opções de Ordenação
Item Corpos trans : um ensaio sobre normas, singularidades e acontecimento político.(2019) Val, Alexandre Costa; Guerra, Andréa Maris CamposEste ensaio pretende refletir sobre como a sexualidade tem sido circunscrita por alguns campos do conhecimento, sobretudo aqueles ligados à medicina, e como isso nos afeta no contexto social atual. Partindo do pressuposto de que estamos imersos em uma rede de dispositivos que se constituem como condição de nossa própria existência, examinamos especialmente as experiências relacionadas aos gêneros e às sexualidades que escapam do enquadramento normativo habitual, buscando localizar suas dimensões políticas a partir de alguns elementos extraídos das elaborações do psicanalista Jacques Lacan e dos filósofos Judith Butler e Giorgio Agamben. Pretende-se manter no horizonte a pergunta relacionada aos modos de resistência e invenções que podemos produzir estando dentro dessa rede. Adentramos na temática revisitando algumas noções incorporadas ao campo médico – sobretudo ao da psiquiatria – para, em seguida, nos debruçarmos, mais especificamente, sobre algumas experiências trans que têm ocupado espaço nos meios de comunicação de massa e redes sociais. Esses relatos, ao revelar algo que escapa a qualquer tentativa de normatização, subsidiarão propostas de formas do político, tendo como foco as singularidades com o objetivo de provocar reflexões que possam (re) orientar as nossas práticas no cotidiano.Item O cuidado da população LGBT na perspectiva de profissionais da Atenção Primária à Saúde.(2022) Val, Alexandre Costa; Manganelli, Mariana de Sousa; Moraes, Vitor Miguel Fernandes de; Cano Prais, Hugo Alejandro; Ribeiro, Gustavo MeirellesAs pessoas LGBT se deparam com dificuldades e barreiras que prejudicam o acesso aos serviços de saúde. A falta de preparo e de sensibilidade dos profissionais, nesse contexto, são alguns dos elementos que reiteram as iniquidades em saúde e a vulnerabilidade desses corpos. Para conhecer esse fenômeno, entrevistamos 15 trabalhadores da Atenção Primária à Saúde e analisamos suas falas seguindo a perspectiva da análise do discurso foucaultiana. Os resultados evidenciaram que, apesar de os profissionais conhecerem a temática, eles usam estratégias discursivas que velam seus preconceitos e resistências, dificultando o reconhecimento das possibilidades de agência na transformação dessa realidade. A mobilização de categorias relativas às identidades e aos direitos sexuais em seus discursos indica deslocamentos no regime de sexualidade contemporâneo que devem ser considerados em intervenções de educação em saúde. A implicação de cada um na materialização das diferenças que marcam o campo sexual se demonstrou, nesse sentido, fundamental para discussão de formas de cuidado que sejam verdadeiramente acolhedoras e que não reforcem as desigualdades dos corpos que desafiam o binarismo e a heteronormatividade social.Item Entre o singular e o coletivo : a experiência de um serviço na abordagem das anorexias e bulimias.(2015) Val, Alexandre Costa; Carvalho, Maria Bernadete de; Campos, Rosana Tereza OnockoInvestiga-se o manejo das dimensões do coletivo e do singular no âmbito de serviços de saúde orientados, ou, senão, tensionados pela psicanálise. A discussão teórica é sustentada pela descrição de um serviço público voltado para a atenção a sujeitos com diagnóstico de bulimia e/ou anorexia, cuja orientação clínica é dada pela construção dos casos, em equipe interdisciplinar. Os dados foram obtidos através de consultas a documentos do serviço e por meio da observação e participação direta em suas atividades clínicas. Evidencia-se o privilégio dado nesse serviço à singularidade na clínica como forma de tratamento das particularidades do coletivo em questão.Item Incongruências classificatórias : uma análise dos discursos sobre as propostas da CID11 em relação às experiências trans.(2021) Cano Prais, Hugo Alejandro; Val, Alexandre Costa; Souza, Érica Renata deInvestigamos, neste artigo, os discursos relacionados à classificação das experiências trans presentes em um sítio criado pela Organização Mundial de Saúde na ocasião da construção da 11ª Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID11). Trata-se de um estudo qualitativo em que analisamos as falas de 16 participantes, estabelecendo quatro eixos de discussão, que, finalmente, se convergem em torno da concepção da “Incongruência de Gênero” como uma “perturbação físico-moral”. Nesse percurso, o ato social de classificar assim como as possibilidades de cuidado das pessoas trans fora do marco patológico são problematizados.Item Itinerários terapêuticos de sujeitos com sintomas anoréxicos e bulímicos.(2016) Carvalho, Maria Bernadete de; Val, Alexandre Costa; Ribeiro, Maria Mônica Freitas; Santos, Lúcia Grossi dosO objetivo deste estudo foi identificar e contextualizar as características dos itinerários terapêuticos de pacientes atendidos em um ambulatório universitário, especializado nas anorexias e bulimias nervosas. Para isso, buscou-se reconstituir, junto a 20 entrevistados, a sucessão de movimentos desencadeados neles e em seus próximos pela classificação das práticas anoréxicas e bulímicas como “problemas de saúde”. As narrativas foram analisadas de forma a vincular as experiências individuais e o contexto social de sua ocorrência (organização dos serviços de saúde, características da prática e do saber médico, características da subjetividade contemporânea), tendo como referencial teórico estudos da Saúde Coletiva e da Psicanálise. A análise dos dados revelou que esses itinerários são tecidos a partir de conexões e desconexões entre duas lógicas distintas: uma que organiza a conduta dos pacientes e outra que rege as condutas das instituições de saúde e das famílias. Se essas últimas pressupõem uma busca pela saúde, isso não é o que ocupa prioritariamente os sujeitos em questão. A recusa destes em moderar suas restrições alimentares marca os itinerários e indica a funcionalidade dessas práticas. Elas participam de um trabalho de recomposição da imagem do eu.Item Me chame pelo meu nome.(2018) Val, Alexandre CostaEste ensaio propõe uma reflexão sobre o lugar do psicanalista diante das transformações jurídicas, políticas, subjetivas e sociais que fazem parte do contemporâneo, tendo como foco a questão do nome social das pessoas trans. Para isso, as regulamentações brasileiras são examinadas e tensionadas com a Ley de Identidad de Género da Argentina a partir do relato das experiências de três sujeitos. Discute-se, finalmente, a possibilidade de que certas leis acomodem melhor os sujeitos e suas singularidades, diminuindo assim a segregação social.Item Multiplicando os gêneros nas práticas em saúde.(2016) Val, Alexandre Costa; Gomes, Gabriela de Lima; Dias, Fernando Machado VilhenaItem Multiplicando os gêneros nas práticas em saúde.(Editora UFOP, 2016) Val, Alexandre Costa; Dias, Fernando Machado Vilhena; Gomes, Gabriela de LimaItem Navegar é preciso, viver é (im)preciso.(2016) Coelho, Vivian Andrade Araújo; Val, Alexandre Costa; Silva, Rosimeire Aparecida da; Cunha, Cristiane de FreitasEste artigo se propõe a refletir sobre as respostas políticas e sociais que vêm sendo construídas no território nacional para lidar com o que hoje é conhecido como “o problema das drogas”. Partiremos da perspectiva histórica das políticas públicas voltadas para a assistência dos sujeitos que se drogam para, em seguida, fazer o tensionamento entre o que tem sido proposto atualmente e o que de fato ocorre na prática. Finalmente, discutiremos criticamente as dificuldades de apropriação de certas propostas pelo campo da saúde, valendo-nos da biopolítica como categoria de análise. A experiência dos Consultórios de Rua no município de Belo Horizonte será apresentada como uma possibilidade de intervenção no contexto da Saúde Coletiva à luz da Psicanálise.Item Nem essência, nem aparência : a produção de corpos, “normalidades” e liberdades mediadas pelas tecnociências.(2022) Souza, Érica Renata de; Val, Alexandre CostaEste artigo investiga em que medida certos corpos materializam as normas a partir de intervenções das tecnociências contemporâneas. Trata-se de um estudo qualitativo em que foram construídas três narrativas de pessoas que vivenciaram transformações corporais drásticas por meio de restrições alimentares, atividades físicas excessivas ou cirurgias bariátricas. Essas histórias foram tensionadas com literatura antropológica sobre o corpo e com as elaborações de teóricas feministas, especialmente Judith Butler e Donna Haraway, de forma a fomentar um debate a respeito dos efeitos individuais e coletivos da autoprodução de novas subjetividades. Evidencia-se, finalmente, que, no processo de materialização da “normalidade”, as fronteiras entre a natureza e a técnica são borradas e os corpos podem se abrir tanto para novos constrangimentos como para novos projetos de liberdade em que nem suas supostas essências nem suas aparências estão mais em jogo.Item Nunca me falaram sobre Isso! : o ensino das sexualidades na perspectiva de estudantes de uma escola federal de medicina.(2019) Val, Alexandre Costa; Mesquita, Leonardo Mendes; Rocha, Vinícius de Abreu; Cano Prais, Hugo Alejandro; Ribeiro, Gustavo MeirellesEstudantes e profissionais de saúde se mostram embaraçados ao se depararem com questões relativas às sexualidades de seus pacientes. Diante disso, não é incomum o estabelecimento de uma relação superficial, erros no diagnóstico e a impossibilidade de condução do tratamento. Pesquisas indicam que essa dificuldade decorre de uma formação inadequada dos profissionais, especialmente no que diz respeito ao cuidado de grupos vulneráveis, cujas experiências extrapolam os marcos heteronormativos hegemônicos que delimitam o campo sexual. No Brasil, poucos estudos buscaram compreender como esse assunto é tratado no ensino médico. Esta investigação se debruçou sobre essa questão e teve como objetivo conhecer, na perspectiva de estudantes de uma escola federal de Medicina, como os aspectos relacionados às sexualidades e aos gêneros são abordados em suas graduações. Trata-se de uma pesquisa qualitativa em que foram realizadas entrevistas semiestruturadas com 15 estudantes do último ano do curso. As falas foram gravadas, transcritas e examinadas por meio da análise de conteúdo. O diálogo entre as categorias empíricas que se sedimentaram ao longo da investigação e a literatura revelaram dificuldades dos alunos em lidar com um tema que não pode ser completamente apreendido por um saber técnico e operacional. A ideia de que não se fala sobre o assunto no curso de Medicina contribui para velar o fato de que se fala (e se fala muito) sobre tais questões. A abordagem, no entanto, se dá por um viés organicista, que contribui para a manutenção da crença em categorias binárias, naturalizadas e essencializadas, que reforçam as normas que regulam o campo da sexualidade. Apostando no protagonismo de todos aqueles envolvidos no ensino médico, discute-se, finalmente, a necessidade de alterações qualitativas no currículo que possibilitem a construção de novas formas de conhecimento e de atuação. Formas que, valorizando experiências, saberes e práticas pedagógicas diversas, possam romper com as dicotomias e com as hierarquias hegemônicas, transformando positivamente a realidade social.Item Pode um corpo transviado lecionar?(2023) Lopes, Lucas Eduardo Souza Assunção; Diniz, Margareth; Diniz, Margareth; Val, Alexandre Costa; Pereira, Marcelo RicardoCom esta pesquisa pretendi interrogar a seguinte questão: Pode um corpo transviado lecionar? Advinda de uma experimentação onírica, onde a partir da ruptura de um saber inconsciente pude investigar aquilo que se apresentava como um enigma para mim. A fim de interrogar mais ainda sobre esse saber não sabido, ofertei um espaço para uma “conversa” com cada sujeito colaboradora/or em exercício docente em instituições de Ensino Superior, públicas e privadas do Estado de Minas Gerais, dissidentes do sistema sexo-gênero vigente a fim de esmiuçar a relação com o saber e o “estilo” docente de cada uma dessas pessoas. Desse modo, esperava responder - ainda que parcialmente - a pergunta que me “despertou”. No entanto, o que estava diante de mim não era uma pergunta genérica, endereçada a qualquer corpo docente transviado de uma normativa cisheterossexual, mas sim, atrelada ao meu corpo (marcado como um corpo viado ainda na infância) e o meu desejo de um dia lecionar. Desse modo, no momento à posteriori às “conversas” pude constatar a relação singular que cada uma dessas pessoas detinha com o saber e as reverberações das experiências docentes em suas práticas; os atravessamentos do amor de transferência e a incidência da sexualidade e do gênero em seus ofícios e; a emersão de um “estilo” próprio do fazer docente, o que se mostrou intimamente relacionado com a possibilidade de nomear a si mesmo. Ter me deparado com essas elucubrações me permitiu aceder mais um motor desta pesquisa, talvez o motor que faltava desde o início, aquele que, enfim, me autorizaria a falar do meu lugar enquanto um corpo transviado rumo à docência. Agora, diante de uma nova questão: Pode o meu corpo - transviado - lecionar? Foi em torno dessa autorização que eu propus como uma elaboração desta pesquisa um ensaio autobiográfico.Item Psicanálise e saúde coletiva : aproximações e possibilidades de contribuições.(2017) Val, Alexandre Costa; Modena, Celina Maria; Campos, Rosana Tereza Onocko; Gama, Carlos Alberto Pegolo daEste artigo discute possibilidades de contribuições da Psicanálise lacaniana para alguns impasses e dilemas vivenciados no campo de prática e pesquisa da Saúde Coletiva. Parte-se do pressuposto de que as formulações psicanalíticas potencializam transformações nas práticas em saúde relacionadas à desconstrução do paradigma biomédico, possibilitando uma abordagem mais complexa do processo saúde-adoecimento. Para isso, apresentase aspectos históricos, epistemológicos, teóricos, metodológicos e políticos através da problematização dos conceitos de inconsciente, sintoma, diagnóstico, transferência, trabalho interdisciplinar, produção do conhecimento e laço social. A reflexão pretende destacar a necessidade de se estimular reflexões criativas para além da mera prescrição de condutas, de forma a se operar em uma ética que foge da imposição de normas e valores. Propõe-se, assim, um alargamento da compreensão dos fenômenos, a identificação de novas dinâmicas e racionalidades, assim como a construção de novas formas de intervenção.Item Sobre anorexias e bulimias : concepções e suposições etiológicas na perspectiva dos profissionais de saúde.(2019) Val, Alexandre Costa; Coelho, Vivian Andrade Araújo; Machado, Marília Novais da Mata; Campos, Rosana Tereza Onocko; Modena, Celina MariaAnorexias e bulimias são síndromes graves que requerem um manejo cuidadoso. A prática clínica e a literatura mostram, entretanto, que sua abordagem é, muitas vezes, inadequada. Neste estudo, interessou-nos conhecer o discurso dos profissionais de Saúde acerca da caracterização e etiologia desses quadros. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com 13 trabalhadores da rede pública de saúde de um município de Minas Gerais. A partir dos pontos de convergência, divergência e silêncio das falas, localizamos eixos discursivos tais como distorção da imagem corporal, estigma e padrão estético do corpo magro veiculado pela mídia. Chegamos à formação discursiva de todos eles por meio de um diálogo crítico com a literatura médica, psicanalítica e sociológica. Os resultados encontrados apontam para a insuficiência do saber biomédico nesse contexto, indicando a necessidade de diálogos com outras teorias para o alcance de estratégias mais eficazes de abordagem.Item Somos de todas as cores : narrativas de acesso à saúde de mulheres cis lésbicas e bissexuais e de homens trans.(2021) Coelho, Bruna Schneider Pinto; Figueiredo, Adriana Maria de; Val, Alexandre Costa; Figueiredo, Adriana Maria de; Val, Alexandre Costa; Raimondi, Gustavo Antonio; Lima, Eloisa Helena deA população LGBTI+ - Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Intersexo e outros - sofre com piores desfechos de saúde e maiores barreiras no acesso aos serviços de saúde, podendo, deste modo, ser considerada uma população negligenciada. Constituem esse grupo uma gama de experiências diversas e diferentes conforme a orientação sexual, identidade de gênero, além das interseções com raça e classe social. Dentro desse termo guarda-chuva, nascer no sexo feminino determina uma série de vivências e questões de saúde para pessoas dissidentes da lógica cis-heteronormativa. Ou seja, mulheres lésbicas e bissexuais e homens trans sofrem, nos serviços de saúde, com invisibilização, desconhecimento de suas necessidades de saúde e discriminação. Aqui, denominamos esse recorte como LBT (lésbicas, bissexuais e trans) - DSFN (designadas(os) do sexo feminino ao nascer). Salientamos também que, com frequência, pessoas DSFN encontram-se à mercê de um cuidado em saúde reduzido ao binômio "mulher-útero", que engendra a medicalização de seus corpos, em detrimento da abordagem integral das necessidades e subjetividades destas pessoas. Com foco nessas questões, analisamos as experiências de pessoas LBT-DSFN da região de Ouro Preto, Mariana e Itabirito na busca por cuidados em saúde. Para isso, convidamos pessoas dessa região, maiores de 18 anos, através do contato com coletivos LGBTI+ da região, e de participantes indicadas(os) por outras(os) participantes. A partir da concordância desses em participar voluntariamente deste estudo, foi solicitado que assinassem um questionário sociodemográfico e um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). A metodologia utilizada foi a abordagem qualitativa de análise, através de entrevista individual, semi-estruturada, captada por meio de plataforma de vídeo-chamada. Todas as entrevistas foram transcritas, e, a partir delas, foram construídas narrativas para cada participante, as quais passaram por análise de conteúdo. Mostrou-se eloquente a heterogeneidade das experiências, que remetem aos marcadores das diferenças e revelam que as (os) participantes não são apenas vítimas passivas de um sistema normativo, mas também sujeitos ativos, o que se pode constatar através de sua resistência, subversão e negociações.