Navegando por Autor "Souza, Jackeline da Silva"
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Item Medicalização da infância na fase escolar : um debate à luz das categorias poder e resistência.(2022) Souza, Jackeline da Silva; Ferreira, Carla Mercês da Rocha Jatobá; Torres, Marco Antônio; Ferreira, Carla Mercês da Rocha Jatobá; Torres, Marco Antônio; Diniz, Margareth; Caliman, Luciana VieiraO objetivo da pesquisa consistiu em analisar o processo de medicalização da infância na fase escolar a partir das produções científicas do período entre 2009 e 2019. Para isso, utilizamos como o principal referencial teórico-metodológico os estudos foucaultianos, pois essa perspectiva tem se mostrado mais promissora no debate das relações de poder e resistência. A pesquisa se classificou como qualitativa a partir da busca em bases eletrônicas de dados, com a seleção de 63 trabalhos, tendo por recorte temporal os anos de 2009 a 2019, com elaboração de um Estado da Arte sobre o tema de pesquisa a posteriori. Na análise de dados, encontramos enunciados que dizem dos efeitos da materialidade do discurso da medicalização incidindo no controle dos corpos. Identificamos que há o apagamento e o silenciamento da criança e/ou do adolescente como sujeitos, interferindo na potência que cada um tem e pode demonstrar a partir daquilo que está sendo chamado de conflito, problema e dificuldade na instituição escolar. Nessa lógica, os aspectos sociais, políticos, econômicos e subjetivos pelos quais perpassam a existência de infâncias diversas são descartados. Verificamos formas de resistências às práticas medicalizantes a partir de estudos realizados por meio da pesquisa-intervenção, ao abarcar outras leituras sobre as infâncias, como a psicanálise, quando busca ressignificar saberes juntos aos atores envolvidos, como a criança, a família, a escola e o especialista. Portanto, o discurso da medicalização da infância na fase escolar vem ganhando status de verdade a partir das relações, tomando enunciados como meio de gerir e normatizar a vida em sociedade e, para além disso, atender aos interesses do sistema capitalista e dos grandes laboratórios farmacêuticos. Levando em consideração que temos relações de poder, podemos repensar os modos de ação sobre os outros a partir de novos enunciados que considerem a existência de infâncias diversas e o lugar da criança e/ou do adolescente no processo de aprendizagem.