Navegando por Autor "Santos, Bruna Rossi dos"
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Item Compreendendo a farmacopeia e o uso tradicional de plantas no Cerrado : uma abordagem etnoecológica.(2016) Santos, Bruna Rossi dos; Messias, Maria Cristina Teixeira Braga; Messias, Maria Cristina Teixeira Braga; Soldati, Gustavo Taboada; Andrade, Livia EchternachtA etnobotânica, como parte da etnoecologia, busca compreender as inter-relações entre grupos humanos e o ambiente em que vivem, sob a perspectiva de utilização dos recursos vegetais. No entanto, a natureza humana não permite uma avaliação puramente biológica, sendo necessárias análises que considerem as peculiaridades culturais de cada grupo humano. Com pretensões de se encontrar e estabelecer teorias que possam elucidar padrões de comportamento humano em relação à utilização de recursos vegetais, pesquisadores em todo mundo tem se debruçado sobre questões ecológicas, aplicando-as em investigações com povos de diversas culturas e ambientes. A presente pesquisa foi realizada em uma comunidade rural no sudeste brasileiro, no bioma Cerrado, com o intuito de entender algumas questões relacionadas à seleção de plantas úteis pela comunidade: a aparência ecológica (aqui testada a partir da visão da comunidade acerca da disponibilidade do recurso) e a hipótese da diversificação de uso aplicada para espécies medicinais, sugerida por Albuquerque (2006) e testada pela primeira vez no cerrado. A investigação foi realizada apenas com os moradores reconhecidos na comunidade como grandes conhecedores da flora local, sendo, também, referência no conhecimento de plantas medicinais. Os dados foram coletados por meio de entrevistas semiestruturadas, listas livres, turnês guiadas e diagnóstico participativo. Foram identificadas 198 espécies distribuídas em 72 famílias botânicas, das quais 155 são nativas e 43 exóticas. A principal categoria de uso em número de espécies e citações foi a medicinal, com 140 espécies e 335 citações. A hipótese da aparência não explicou a seleção de espécies no estudo, no entanto, a metodologia de diagnóstico rápido aplicada para avaliar a percepção dos entrevistados mostrou-se robusta para a avaliação de disponibilidade de recursos. A seleção das espécies parece estar mais relacionada a sua qualidade do que a disponibilidade no ambiente, embora ainda seja evidente uma relação de custo benefício, onde a qualidade do recurso é considerada, no entanto as áreas de exploração de mais fácil acesso aparecem como os ambientes mais importantes. Para o estudo com plantas medicinais, embora tenhamos encontrados sobreposições no tratamento de algumas doenças e sistemas corporais, a hipótese da diversificação parece melhor explicar a inserção de espécies exóticas na farmacopeia local, com algumas doenças citadas sendo tratadas exclusivamente por espécies exóticas. Em uma avalição geral, espécies exóticas não parecem uma ameaça ao conhecimento tradicional da comunidade, pois além de aparecerem em pequeno número, sua importância relativa é baixa diante das espécies nativas.Item The role of exotic species in traditional pharmacopeias of the Cerrado : a case study in southeast Brazil.(2018) Santos, Bruna Rossi dos; Jacintho, Jessica de Oliveira; Milliken, William; Messias, Maria Cristina Teixeira BragaThe “diversification hypothesis” proposes that exotic species are incorporated into plant pharmacopeias to broaden the range of treatments and meet therapeutic demands unattended by native species. The “versatility hypothesis” suggests that the wider range of uses of exotic species explains their selection in traditional pharmacopeias. This study was conducted with experts in medicinal plants in the Cerrado (Brazilian savanna), selected through the “snowball” technique, to test if the versatility and diversity hypotheses explain the incorporation of exotic species in the popular pharmacopeia. Relative importance (RI) index was calculated for each species, as a measure of versatility. A variance analysis was performed to compare RI of native and exotic species. An analysis of similarity (ANOSIM) was used to test the differences among the types of therapeutic indication and the ICD-10 body systems, by native and exotic species. The local pharmacopeia has 108 native and 32 exotic species for the treatment of 52 health issues. The results do not support the versatility hypothesis, since native and exotic species have similar RI. However, the repertoire of native species tends to be more versatile, being suitable for treating a wider range of disorders. In spite of the overlap of native and exotic species in therapeutic indications, some exotic species are unique to the treatment of certain diseases, effectively strengthening the local pharmacopeia and thus supporting the diversification hypothesis.Item Uso popular de plantas medicinais e perfil socioeconômico dos usuários : um estudo em área urbana em Ouro Preto, MG, Brasil.(2015) Messias, Maria Cristina Teixeira Braga; Menegatto, Maria Flávia de Morais; Prado, Amanda Cristina Costa; Santos, Bruna Rossi dos; Guimarães, Mariana Fernandes MonteiroEste trabalho teve por objetivo identificar as plantas medicinais de uso popular e o perfil socioeconômico de seus usuários em área urbana de Ouro Preto, MG. O levantamento utilizou entrevistas semiestruturadas e amostragem aleatória, perfazendo 10% das residências. O grau de conhecimento sobre plantas medicinais foi medido pelo número de espécies citadas. Analisou-se a relação entre o saber popular sobre as plantas medicinais e características socioeconômicas dos entrevistados (renda, escolaridade, sexo, idade e forma de aquisição do conhecimento). Foram questionadas 6.713 pessoas, onde mais de 90% usam plantas medicinais para se tratarem. Identificou-se 342 espécies, reunidas em 94 famílias. Para cada espécie foram referidos os nomes populares, hábito, procedência, uso medicinal, parte usada, e forma de preparo. As principais moléstias tratadas com plantas foram: diarreia, insônia, gripe, hidropisia, distúrbios hepáticos, renais e do trato respiratório. Há um grande número de espécies nativas utilizadas. Dentre as exóticas, a maioria é de origem europeia. O uso místico de espécies, embora presente na cultura popular do município, foi pouco citado. Algumas espécies identificadas figuram na lista das espécies ameaçadas de extinção. O grau de conhecimento sobre plantas medicinais pela população de Ouro Preto independe, tanto do nível econômico, como da escolaridade ou do sexo. A idade e a forma de aquisição do conhecimento influenciam no saber popular das ervas medicinais. As pessoas com maior saber popular sobre as plantas adquiriram esses conhecimentos principalmente pelo costume familiar, por livros, ou por outras pessoas. Pessoas mais jovens conhecem menos espécies medicinais que as mais idosas, sugerindo risco de perda desse conhecimento tradicional. A grande riqueza de plantas citadas neste trabalho denota a importância de estudos etnobotânicos no resgate do conhecimento tradicional em áreas urbanas, tanto pelo seu valor histórico-cultural, como pela importância científica.