Navegando por Autor "Sanches, Dalton"
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Item Agonística buarquiana : Sérgio Buarque de Holanda em combates com Gilberto Freyre e Alceu Amoroso Lima (1920-1960).(2019) Sanches, Dalton; Pereira, Mateus Henrique de Faria; Maciel, Emílio Carlos Roscoe; Mata, Sérgio Ricardo da; Rangel, Marcelo de Mello; Rodrigues, Henrique Estrada; Nicodemo, Thiago Lima; Pereira, Mateus Henrique de FariaTendo como fio condutor a imagem nietzscheana da agonística ateniense, esta tese aborda as disputas intelectuais de Sérgio Buarque de Holanda com Gilberto Freyre e Alceu Amoroso Lima. Ao lançar mão de variada estratégia discursiva e textual no combate com os dois interlocutores, Sérgio Buarque representa-se e erige sua memória intelectual assente nesse jogo de pares antitéticos, cujo móvel é a negação das empreitadas intelectivas e projetos postos em curso por eles. Como personagens nodais em cujas trajetórias se entreveem muitas das questões candentes que figuram ao longo da periodização aqui delineada, sustentamos que, compósita e plasticamente, Buarque de Holanda molda-se por e molda tal relação triangular em três tempos: estético-político, ético-político e político-epistemológico. O primeiro, que terá como fontes privilegiadas publicações de artigos de imprensa, configura-se no ambiente dos modernismos na década de 1920, no qual se projetam os anseios e as disputas por interpretações seletivas de cunho estético em busca de uma “expressão nacional”; o segundo, já nas décadas de 1930 e 1940, que terá como excelência analítica as duas primeiras edições de Raízes do Brasil (1936-1948), é o ambiente no qual emergem poderosas e sedutoras propostas de leituras sobre o passado nacional e cujas rivalidades sobre modelos interpretativos, seguidas de apagamentos, construção de identidades e contração de memórias podem ser antevistas nas permutas efetuadas no clássico livro; no terceiro tempo, por fim, veremos que, por meio do combate pelas resenhas estampadas nos jornais ao longo das décadas de 1950 e 1960, o ensaísta, mantendo ainda vivas as disputas com os seus dois grandes oponentes, comporá o front nos campos disciplinares que se impunham gradativamente como matrizes hegemônicas e cujas dinâmicas de consagração se pautarão por seus combates pela história, não menos pela sociologia e – dimensão escassamente estudada em sua obra – pela filosofia.Item Entre “formas hesitantes e bastardas”: ensaísmo, modernismo e escrita da história em Raízes do Brasil de Sérgio Buarque de Holanda (1920-1956).(2013) Sanches, Dalton; Nicolazzi, Fernando FelizardoTendo como um dos eixos norteadores a reflexão acerca do gênero ensaio, e, subsumida a essa, a noção de ensaio histórico, propomos, mediante a obra Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda, relações entre essa forma de escrita e certa prática historiográfica da primeira metade do século XX brasileiro, perscrutando tanto suas interseções com outras modalidades discursivas – crítica da linguagem e inovações estéticas promovidas pelo Modernismo – quanto com os aspectos críticos do método histórico. Com o intuito de deslindar, na primeira parte da dissertação, certos aspectos contextuais da experiência temporal constituinte do controverso discurso modernista, procuramos evidenciar, mediante alguns dos seus textos de juventude, o modo como a atuação do crítico literário Sérgio Buarque conforma dimensões da escritura do seu livro primeiro. Já na segunda parte da dissertação, momento no qual melhor se estreita o trabalho com as fontes que respaldam estas reflexões, isto é, as primeiras três edições de Raízes do Brasil (1936, 1948, 1956), tencionamos realizar análises comparativas de algumas modificações textuais – em nível micro e macro – efetuadas pelo ensaísta ao longo das subsequentes publicações da obra. Considerando-a na historicidade que perpassa as edições em questão, sugerimos que ela condensa tensões que, se não caracterizaram, em âmbito mais amplo, o itinerário do ensaísmo como atividade propícia ao “regime historiográfico” brasileiro do período, ao menos resguardam ao autor posição epicentral no que tange às modulações da disciplina histórica no contexto da primeira metade do século XX brasileiro: “autor-ponte” entre o Modernismo e a historiografia acadêmica. Posição essa que se revela, ainda, em sua própria preocupação atualizadora do pensamento, resguardada por sua imbricada relação entre consciência histórica e política, e configurada, por sua vez, na constante reescrita de Raízes do Brasil. As modificações efetuadas nesse livro extrapolam o âmbito estilístico e esbarram em questões fundamentais, por exemplo, de alterações metafórico-conceituais, as quais revelam o seu cuidado incessante com o sentido da narrativa; sentido que, na configuração tropológica dessa obra seminal, jamais é alheio ao aparato de dispositivos formais utilizados.