Navegando por Autor "Ribeiro, Marco Túlio Aguiar Mourão"
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Item Ocorrência de mucopolissacaridose em um distrito rural isolado : o papel do médico de família na identificação e abordagem de uma doença rara.(2021) Gameleira, Flavia dos Santos; Savassi, Leonardo Cançado Monteiro; Coelho, George Luiz Lins Machado; Savassi, Leonardo Cançado Monteiro; Ribeiro, Marco Túlio Aguiar Mourão; Menezes, Rodrigo Cunha Alvim deCaracterísticas geográficas adversas como dificuldade de acesso levaram, por muitos anos, à escassez de ações amplas dos serviços de saúde em um distrito rural isolado, ocasionando peculiaridades como casamentos consanguíneos. A Medicina de Família, estando mais próxima do ambiente em que o paciente vive e, de certa forma, permitindo a participação na vida coletiva da referida comunidade, gerou a oportunidade de avaliar melhor os múltiplos determinantes de saúde e doença, facilitando a obtenção de informações que resultaram no diagnóstico de mucopolissacararidose. Trata-se de doença causada pela deficiência de enzimas necessárias para metabolizar os glicosaminoglicanos nos lisossomos celulares. Há amplo espectro de gravidade clínica, com curso crônico e progressivo, envolvimento de vários sistemas, e muitas vezes de evolução ao óbito na segunda ou terceira décadas de vida. A prevalência de mucopolissacaridose no Brasil é de 1,04 casos por 100.000 habitantes. Foram descritos quatro casos confirmados de mucopolissacaridose em uma população de cerca de 1100 habitantes. Outros possíveis casos ainda foram identificados, onde o falecimento dos pacientes antes da data da pesquisa não permitiu a comprovação laboratorial do diagnóstico. O trabalho demonstra a relevância da Medicina de Família e Comunidade no diagnóstico de doenças raras, ressaltando-se o papel do Genograma na compreensão ampla das relações consanguíneas que permitiram a prevalência da mucopolissacaridose na localidade estudada. O diagnóstico gerou importantes reflexões: Qual deve ser a contribuição do Médico de Família na comunidade a fim de ajudar a modificar a realidade local, tornando-se um catalisador de transformações sociais; A quebra de paradigmas culturais, trazendo para a população o conhecimento de que se trata de uma doença com diagnóstico comprovado, com causa estabelecida e possibilidade de ser evitada; O aconselhamento genético às famílias e atuação na identificação precoce de novos casos que possam surgir, para que se permita, com o uso das políticas públicas de saúde, instituir um tratamento que melhore a qualidade de vida dos pacientes acometidos; E a importância da inconformidade do Médico de Família diante de expressões como a que motivou o presente estudo, “Aqui eles morrem!”.Item A prevenção quaternária na prática médica prescritiva na atenção primária à saúde durante a pandemia de COVID-19.(2022) Santos, Lucas Leonardo Knupp dos; Savassi, Leonardo Cançado Monteiro; Figueiredo, Adriana Maria de; Savassi, Leonardo Cançado Monteiro; Figueiredo, Adriana Maria de; Ribeiro, Marco Túlio Aguiar Mourão; Souza, Ricardo Alexandre de; Lima, Eloisa Helena deCom a emergência da Pandemia do Covid-19, a população busca por tratamento e/ou cura da Covid-19, os profissionais de saúde têm de lidar com esse desejo por tratamentos com eficácia não comprovada e enfrentar o crescente negacionismo em nossa sociedade. Diante desse cenário, torna-se importante retomar o conceito da Prevenção Quaternária (P4), criada pelo Médico de Família e Comunidade Belga Marc Jamoulle, que resgata o princípio hipocrático do Primum non nocere. Nesse estudo exploratório de abordagem qualitativa utilizam-se entrevistas em profundidade para compreender os sentimentos vividos pelos profissionais da Atenção Primária que atuaram durante a pandemia bem como seu conhecimento sobre a P4 e utiliza-se a análise temática para trazer os fatores dificultadores e facilitadores de sua prática. Foram entrevistados 10 médicos, com distribuição homogênea entre os gêneros na amostra, 9 profissionais possuem residência médica em Medicina de Família e Comunidade. A média de idade dos entrevistados foi de 37,5 anos e o tempo de prática médica média foi de 12,9 anos. Os fatores dificultadores que emergiram após a análise temática foram o negacionismo e a graduação médica, por outro lado os facilitadores foram a residência médica, as habilidades de comunicação, a prática em saúde baseada em evidências e a longitudinalidade. As entrevistas em profundidade com estímulo a narrativa permitiram compreender os sentimentos dos profissionais, principalmente, o medo diante do novo, de ser agente de contágio para seus contactantes íntimos, das perdas e do luto, a ideia de impotência diante da propaganda de desinformação perpetuada por lideranças, principalmente, o presidente da República. Existe muito que melhorar nos cuidados em saúde providos pela Atenção Primária à Saúde no Brasil, entretanto esse estudo sugere que o investimento na residência médica é importante para qualificar a prática prescritiva em cuidados de saúde que respeita os princípios da prevenção quaternária.Item Recomendações para a atenção domiciliar em período de pandemia por COVID-19 : recomendações conjuntas do GT Atenção Domiciliar SBMFC e da ABRASAD.(2020) Savassi, Leonardo Cançado Monteiro; Reis, Gustavo Valadares Labanca; Dias, Mariana Borges; Vilela, Lidiane de Oliveira; Ribeiro, Marco Túlio Aguiar Mourão; Zachi, Mara Lúcia Renostro; Nunes, Mônica Regina Prado de Toledo MacedoA pandemia da COVID-19 trouxe como uma de suas consequências a necessidade de reorganização dos sistemas de saúde. A Atenção Domiciliar (AD) se apresenta como opção para: interromper a transmissão; identificação precoce e cuidado de pacientes infectados; possibilidade de alta precoce e continuidade do cuidado fora do hospital; além da orientação aos familiares. Este artigo apresenta as possibilidades de cuidados no domicílio pelas equipes de Atenção Primária à Saúde (APS) e de AD e os cuidados necessários que estas equipes devem ter ao realizar seu trabalho. É necessário manter pessoas seguras em casa, evitar a exposição ao risco, manter o papel de vigilância e cuidado das que dependem da AD, e as equipes devem reorganizar o processo de trabalho para um cuidado domiciliar efetivo. Na APS o cuidado remoto parece ser uma alternativa viável pelos agentes de saúde para o monitoramento, orientação e seguimento dos pacientes, deixando a visita domiciliar com a equipe para aqueles casos indicados. AD na suspeita ou confirmação da COVID-19 é possível, desde que a equipe esteja treinada, disponha de todos os Equipamentos de Proteção Individuais (EPI) necessários e o ambiente domiciliar compatível. Deve-se garantir continuidade do cuidado para pessoas com doenças crônicas durante a pandemia necessitam, sendo possível equacionar ferramentas da telemedicina e cuidado presencial caso a caso. Para os pacientes que foram hospitalizados e evoluíram satisfatoriamente é possível avaliar a continuidade do cuidado no domicílio sob acompanhamento da APS e AD. Devem ser instituídas medidas de precauções para a equipe e pacientes, garantindo que todos os profissionais sejam capacitados para uso de EPI, além de orientações para prevenção da transmissão de agentes infecciosos no domicílio. AD é essencial para acesso a pessoas com condições agudas, descompensação de doenças crônicas, tendo o desafio da organização do serviço utilizando a telessaúde e cuidados domiciliares de forma racional.