Navegando por Autor "Pinto, Lorena Cristina Lana"
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Item A cobra-de-duas-cabeças na percepção dos moradores do povoado de Itatiaia, Minas Gerais.(2011) Mateus, Michelle Barbosa; Pinto, Lorena Cristina Lana; Moura, Mário Ribeiro de; Pires, Maria Rita SilvérioOs anfisbenídeos são répteis Squamata de hábito fossorial, conhecidos popularmente como cobra-de-duas-cabeças. São animais pouco conhecidos no meio urbano, embora sejam presentes no cotidiano da população rural. Com o objetivo de registrar o conhecimento popular, bem como lendas e crendices relativas a estes animais, desenvolveu-se um estudo etnobiológico no povoado de Itatiaia, Minas Gerais. Aspectos ecológicos e biológicos dos anfisbenídeos foram abordados em entrevistas semi-estruturadas aplicadas a 48 moradores do povoado, entre os meses de abril a novembro de 2009. Foram entrevistados apenas os indivíduos que permitiram acesso aos seus conhecimentos e crenças. Os dados foram analisados segundo o modelo de união das diversas competências individuais. De acordo com o número de moradores que foram entrevistados, é possível afirmar que a população classifica os anfisbenídeos como serpentes, os consideram como animais perigosos, favorecendo a morte desses sempre que encontrados. A etnozoologia pode ser utilizada como uma importante ferramenta para se obter informações sobre os anfisbenídeos e, se associada a atividades educativas, pode também contribuir para a conservação destes animais.Item Ethnozoology as complementary method to inventory medium and large-bodied mammals : the case study of serra do Ouro Branco, Brazil.(2018) Braga, Caryne Aparecida de Carvalho; Pinto, Lorena Cristina Lana; Mateus, Michelle Barbosa; Pires, Maria Rita SilvérioWe evaluated the use of both ethnozoological and conventional sampling methods to the inventory medium and large-bodied mammals. Our study was conducted at Serra do Ouro Branco, southern portion of Espinhaço Range, Minas Gerais state, Brazil. Ethnozoological methods comprehended interviews and projective tests carried out with 107 residents of three communities, while the conventional sampling was 36 days of diurnal and nocturnal census. We registered 28 mammal species through ethnozoological methods and 20 through conventional methods. Considering the long coexistence of the residents with local fauna and the temporal limitations of conventional methods, it was expected to find a small richness through conventional methods. However, it is important to stress that these methods are complementary and species level identification in many cases would be not possible without conventional sampling. In addition, considering the difficulties to sample mammals, the union of these approaches was positive and had the advantage of involving the local population in the process. The interviews provided additional information that may contribute to understand the conservation status of the species locally and to elaborate conservation strategies based on the interactions of the local human population with the mammals.Item Etnozoologia e conservação da biodiversidade em comunidades rurais da Serra do Ouro Branco, Minas Gerais.(Programa de Pós-Graduação em Ecologia de Biomas Tropicais. Departamento de Biodiversidade, Evolução e Meio Ambiente, Instituto de Ciências Exatas e Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto., 2011) Pinto, Lorena Cristina Lana; Pires, Maria Rita SilvérioA presente dissertação foi desenvolvida sob a ótica da etnozoologia e teve como objetivo avaliar como os moradores rurais de três povoados da Serra do Ouro Branco, Minas Gerais compreendem e se relacionam com a fauna da região além de averiguar a opinião destes moradores sobre a criação, na Serra do Ouro Branco, de duas unidades de conservação. Para a obtenção dos dados foram realizadas entrevistas semi-estruturadas e abertas com 107 moradores. A fim de determinar a fauna conhecida, foi utilizada a metodologia lista livre, e para a certificação dos mesmos utilizou-se uma prancha de fotografias contendo animais da região. A análise dos dados seguiu o modelo de união das diversas competências individuais. A maior parte dos entrevistados da Serra do Ouro Branco tem idade entre 30 e 60 anos e baixa escolaridade, sendo em sua maioria representados por donas de casa, autônomos e aposentados. Mais de 50% dos entrevistados residem nos povoados deste que nasceram. No total foram citadas 61 espécies animais classificadas popularmente como bichos do mato (fauna silvestres) e animal (fauna doméstica). Mamíferos foi o grupo zoológico mais conhecido, seguido por répteis e anfíbios. O conhecimento popular dos moradores sobre os aspectos ecológicos e biológicos dos animais foi condizente com os dados da literatura científica, evidenciando que os residentes conhecem e se relacionam com a fauna local. Dentre os animais mencionados como pouco avistadas nos povoados, em relação há tempos atrás, quatro espécies assumiram categorias preocupantes do ponto de vista da conservação. Os usos da fauna pelos moradores foram: alimentar, medicinal e comercial, sendo este último uso restrito ao trinca ferro (Saltator sp.). Tanto animais silvestres quanto domésticos são utilizados com finalidade medicinal sendo, a gordura o produto animal mais habitual para tratar enfermidades. Tatu e paca são as espécies mais caçadas com fins alimentares, devido à facilidade de captura e à preferência pela carne, além disso, estes animais são capturados com tipos variados de armadilhas. Os moradores da Serra do Ouro Branco consideram positiva a presença de unidades de conservação neste local, pois acreditam que poderá proteger a Serra, porém, várias respostas demonstram que os moradores estão alheios ou desinformados sobre os propósitos das UC’s. Os dados obtidos neste trabalho poderão ser utilizados no plano de manejo do Parque Estadual da Serra do Ouro Branco e Monumento Natural Estadual do Itatiaia, no sentido de fornecer informações confiáveis, sobre as relações das populações humanas residentes nesta Serra, com a fauna local. Além disso, a capacitação desses moradores como guia de turismo e guarda-parques constituem alternativas extremamente viáveis e interessantes para se alcançar a conservação junto à população local.Item Incorporando o conhecimento ecológico local na conservação dos lagartos da Serra do Ouro Branco, Minas Gerais, Brasil.(2015) Pinto, Lorena Cristina Lana; Cruz, Antônio Jorge do Rosário; Pires, Maria Rita SilvérioAté o momento quinze espécies de lagartos foram registradas para a Serra do Ouro Branco, localizada na porção sul da Cadeia do Espinhaço, região onde a diversidade e o estado de conservação desse grupo zoológico são pouco conhecidos. Nesta Serra estão inseridos o Parque Estadual da Serra do Ouro Branco e o Monumento Natural Estadual de Itatiaia, unidades de conservação criadas em 2009. Para o êxito dos planos de conservação e manejo de unidades de conservação é fundamental o envolvimento da população local ao longo de todo processo, desde a criação, implementação até a manutenção futura. Neste sentido, visando a conservação da fauna, foi investigado, sob uma perspectiva etnozoológica, o conhecimento local relativo aos lagartos da Serra do Ouro Branco. Participaram desse estudo 107 moradores de três povoados localizados no entorno das duas unidades de conservação. Os dados foram obtidos por meio de entrevistas semi-estruturadas, lista livre e testes projetivos utilizando fotografias. Foram reconhecidas oito espécies por seis nomes populares. Estas incluem formas semifossoriais e de difícil visualização, como Heterodactylus imbricatus e Ophiodes striatus. As espécies do gênero Enyalius foram conhecidas por “cambaleão”. Tropidurus torquatus e Tropidurus itambere foram denominados “calango”. A lagartixa de parede, designada por “briba” (Hemidactylus mabouia), foi associada à transmissão de doença de pele “cobreiro”. Heterodactylus imbricatus e Ophiodes striatus, reconhecidas como “cobra de patas” e “cobra de vidro”, respectivamente, foram consideradas serpentes e, assim como estas, são mortas quando avistadas. O teiú (Salvator merianae) abrangeu a maior frequência de relatos, tendo sido capturado no passado, tanto para fins alimentares, quanto medicinais. Em função de relações conflituosas ligadas à predação de animais de criação, os teiús acabam sendo mortos. O acesso ao atendimento médico junto às mudanças sociais das comunidades parece ter contribuído para a redução do uso de animais para fins medicinais e alimentares, resultando em uma diminuição ou perda de práticas locais de usos de lagartos nessas comunidades. Os entrevistados reconheceram aproximadamente 50% dos lagartos registrados para a região da Serra do Ouro Branco, Nesse contexto estratégias de conservação, elaboradas de forma participativa, serão fundamentais no sentido de reforçar a importância desta fauna para a manutenção dos processos ecológicos da Serra do Ouro Branco, além de possibilitar o envolvimento dos moradores em iniciativas de conservação.