Navegando por Autor "Pinto, Fábio Carlos Vieira"
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Item Uma prosopografia do quarteirão do Mosquito : famílias, fazendas e a economia agropastoril das Minas Gerais (séculos XVIII e XIX).(2021) Pinto, Fábio Carlos Vieira; Chaves, Cláudia Maria das Graças; Chaves, Cláudia Maria das Graças; Almeida, Carla Maria Carvalho de; Malaquias, Carlos de Oliveira; Graça Filho, Afonso de Alencastro; Andrade, Francisco Eduardo deO presente trabalho apresenta a construção de uma prosopografia de uma área rural mineira ao longo dos séculos XVIII e XIX, o quarteirão do Mosquito. Território surgido aproximadamente na década de 1730, esteve sempre ligado às atividades agropastoris, com mineração apenas residual, embora tenha se originado em meio às regiões auríferas dos arraiais de Prados e Lagoa Dourada e das vilas del Rei, São João e São José. O estudo apresenta a fluidez espacial de configuração do quarteirão do Mosquito, sempre incluso nos termos de São José del-Rei. As estratégias de organização econômica empreendidas por uma parentela que configura uma rede de sociabilidade ao longo dos dois séculos são apresentadas. Discute-se a ocupação das terras, desde o processo de doação de sesmarias até a conformação de um conjunto de fazendas sob o domínio de um grupo de parentes, com amplo uso do artifício da herança. Apresenta-se a teia de casamentos engendrada pela e na parentela, observando-se momentos de endogamia e de exogamia. Uma primeira fase de casamentos une os Faria, oriundos de Portugal, aos Gonçalves de Melo, aos Góes e Lara, aos Furtado de Mendonça, aos Parreiras e aos Valadão. Esta rede se fortalece nas duas primeiras décadas do século XIX e organiza-se em casamentos intraparentela até meados do século, quando novos elementos são acionados para compor a rede: os Resende e os Chaves. Aponta-se esta inclusão de novos elementos à rede, especialmente devido às mudanças no mercado de terras, com maior mercantilização e o surgimento de um personagem exógeno à parentela, João Gaudêncio de Jesus, com estratégias mais mercantis, de concentração de terras, via compra das mesmas. A ocupação das fazendas dá-se com atividades agropecuárias voltadas aos mercados interno mineiro e à Corte, com os derivados dos engenhos de cana e outros produtos agrícolas consumidos no âmbito local e a pecuária diversa tendo maior expressão na exportação. A parentela porta-se como elite local e utiliza-se dos meios de ocupação do poder para a manutenção deste status. Os membros da parentela ocupam espaços de poder na Igreja, com muitos padres exercendo o sacerdócio, além de vários parentes galgarem os postos administrativos e miliares, fazendo-se presentes na Câmara de São José, nas Ordenanças e na Guarda Nacional. O compadrio é mais um elemento da estratégia da parentela para demonstrar seu poderio localmente, ampliando sua rede no parentesco ritual.