Navegando por Autor "Perdigão, Hêmille Raquel Santos"
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Item O Eu que eu era então : memória e espelhamento em “Ulisses”, de James Joyce.(2022) Perdigão, Hêmille Raquel Santos; Maciel, Emílio Carlos Roscoe; Maciel, Emílio Carlos Roscoe; Lagos, Larissa Ceres Rodrigues; Galindo, CaetanoO presente trabalho propõe uma leitura dos romances Um Retrato do Artista quando Jovem e Ulysses, de James Joyce, discutindo as questões de identidade, memória e espelhamento. Foi percebido que, em Um Retrato do Artista quando Jovem, há uma falsa impressão, pelo protagonista Stephen Dedalus, de que nome, imagem e identidade se equilibram definitivamente, ao passo que, em Ulysses, há um aprendizado de que os equilíbrios entre nome e identidade e/ou entre imagem e identidade são efêmeros. Diante dos desequilíbrios identitários, Leopold Bloom e Stephen Dedalus, protagonistas de Ulysses, optam por trazer de volta ao presente, em um re-membering proustiano, o eu que um dia experimentou a ilusória “assunção jubilatória de sua imagem especular” ou, pelo menos, trazer de volta o eu que experimentou a prazerosa e ilusória constatação de que seu “nome lhe parecia profético”. Dessa forma, os pensamentos dos protagonistas, no decorrer de Ulysses, são seus esforços para lidar com o conflito entre o que são, o que eram e o que poderiam ter sido. Tais pensamentos compõem, no romance, um fio narrativo de cenas de espelhamento. A escolha, feita por James Joyce, das cenas de espelhamentos para tratar das questões de identidade e memória se deve ao fato de o espelho ser, também, uma metáfora da própria obra de arte. Uma vez que Ulysses é um romance que, ao mesmo tempo, trata do processo de produção da obra de arte e é o produto final de tal processo, o fio narrativo dos espelhamentos é essencial, também, para teorizar o romance dentro do próprio romance.