Navegando por Autor "Oliveira, Eduardo Luís Carneiro de"
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Item Caracterização de minerais pesados usados como indicadores de depósitos minerais na bacia hidrográfica do Ribeirão Maynart, Sul do Quadrilátero Ferrífero, MG.(2016) Oliveira, Eduardo Luís Carneiro de; Cipriano, Ricardo Augusto Scholz; Chaves, Mario Luiz de Sá Carneiro; Gandini, Antônio LucianoO estudo de minerais indicadores é uma das mais antigas técnicas de exploração mineral usadas no mundo. Os minerais indicadores são espécimes minerais encontrados em grãos que são transportados em sedimentos clásticos e indicam a presença de afloramentos, à montante do ponto de coleta da amostra, que contém esses minerais e são associados à alguma mineralização, alteração hidrotermal ou litologia. Os minerais indicadores tem como característica propriedades físicas e químicas, como alta densidade, facilidade de preservação em ambientes de intemperismo químico e físico acentuados e fácil identificação visual, de modo que permite sua correlação com um grande número de depósitos minerais, tais como: ouro, diamante, Ni-Cu, EGP, depósitos de cobre pórfiro, sulfetos maciços e tungstênio. Na porção sul do Quadrilátero Ferrífero, dentre os depósitos minerais conhecidos de ferro, manganês, ouro, Cu-Au-Sb, Hg-Sb e minerais raros como topázio e euclásio, existe uma ocorrência mineral de diamante reportada desde o período colonial na bacia hidrográfica do ribeirão Maynart que é objeto de curiosidade científica. Uma vez que a região da bacia hidrográfica do ribeirão Maynart encontra-se em um contexto geotectônico favorável à ocorrência de fontes primárias diamantíferas, e em função do estudo de minerais indicadores ser amplamente usado na pesquisa de fontes primárias diamantíferas, esse trabalho dedicou-se ao emprego das técnicas exploratórias de identificação e caracterização de minerais pesados usados como indicadores de depósitos minerais com ênfase nos minerais associados à fontes primárias diamantíferas. Porém, também foram analisados minerais indicadores de depósitos de sulfetos maciços e/ou de alteração hidrotermal. Dentre os principais resultados foram identificados 34 espécimes minerais das quais 03 foram analisadas do ponto de vista químico para determinar o ambiente de cristalização e sua possível correlação com depósitos minerais conhecidos. Como mineral indicador de fonte primária diamantífera reconhecido na bacia hidrográfica do ribeirão Maynart destaca-se o diopsídio, que foi classificado como diopsídio sub-cálcico, derivado de um manto eclogítico e/ou peridotítico, encontrado como xenocristais em lamproíto. O diopsídio é um mineral que se altera muito facilmente em ambientes de intemperismo químico acentuado, portanto sua recuperação em amostras de concentrados de bateia indica que esse mineral encontra-se muito próximo à fonte. Além do diopsídio, também foram estudados gahnita e oxicalcioroméita. A gahnita é um espinélio zincífero que ocorre como mineral acessório em granitos e pegmatitos, em rochas metamórficas de médio para alto grau, em depósitos de sulfetos maciços metamorfizados e em placers como minerais pesados. A composição química dos cristais de gahnita encontradas nas amostras de minerais pesados coletados na bacia hidrográfica do ribeirão Maynart sugere que elas estejam associadas a depósitos metamorfizados de sulfetos maciços de zinco ou a rochas metassedimentares ricas em Fe-Al. A oxicalcioroméita é um titano-antimoniato extremamente raro, porém com uma relativa abundância na região de Ouro Preto, especialmente no córrego Tripuí aonde a oxicalcioroméita correlaciona-se a um depósito de cinábrio. Uma hipótese para a formação da oxicalcioromeíta encontrada na bacia hidrográfica do ribeirão Maynart é a associação com o depósito de Au-Cu-Sb de Bico de Pedra. Outro ponto que merece ser destacado é que a relação Sb-Hg, como é encontrado no córrego Tripuí, pode ser verificada em depósitos vulcanogênicos de sulfetos maciços (VMS) de zinco. Portanto a ocorrência de oxicalcioroméita associada à gahnita na bacia hidrográfica do ribeirão Maynart pode estar relacionado à um depósito de sulfeto maciço de zinco.