Navegando por Autor "Machado, Verônica Barçante"
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Item As orações relativas nas atas da Câmara Municipal de Ouro Preto/MG.(2015) Gonçalves, Clézio Roberto; Machado, Verônica BarçanteEste trabalho se propõe a fazer um levantamento quantitativo das orações relativas nas atas das audiências públicas da Câmara Municipal de Ouro Preto, Minas Gerais. O emprego das orações relativas preposicionadas, no português do Brasil, apresenta variantes padrão e não-padrão. Os trabalhos de Mollica (1977) e Tarallo (1983) contêm dados que indicam que a variante padrão está sendo, gradativamente, substituída pelas não-padrão. Esta pesquisa foi realizada com o intuito de verificar se a conclusão dos autores procede, pois as atas pesquisadas são, pretensamente, representações da fala espontânea. Os resultados mostram que a variante não-padrão cortadora foi a mais encontrada nas atas selecionadas para esse estudo. Isto pode ser um indicativo de que, além de esse ser um fenômeno presente na fala, é possível que esteja se transferindo para a esfera escrita da língua, já que os autores das atas não transformaram as ocorrências observadas em variante padrão nos documentos analisados.Item As orações relativas nas atas de audiência pública da câmara municipal de Ouro Preto (MG) : uma abordagem sociolinguística.(2015) Machado, Verônica Barçante; Gonçalves, Clézio RobertoO emprego de orações relativas, no Português do Brasil, apresenta variantes padrão e não-padrão. Trabalhos de Mollica (1977) e Tarallo (1983) mostram a substituição gradativa da variante padrão pelas não-padrão. Kato (1993) associa as estruturas não-padrão a estruturas de deslocamento à esquerda, conhecidas como estruturas de tópico. Reche (1998) e Abreu (2013) versam sobre aquisição e uso das orações relativas por crianças e adultos. Este trabalho propõe um estudo sociolinguístico das variantes das orações relativas presentes nas atas de audiências públicas (APs) da Câmara Municipal de Ouro Preto/MG (CMOP). O objetivo geral é investigar qual variante relativa em coocorrência se destaca na escrita dessas atas. Como objetivos específicos, estabeleceu-se: investigar se a variante padrão das relativas está sendo, de fato, substituída, através do tempo, pelas variantes não-padrão, conforme apontam os estudos de Tarallo; verificar a forma com que a autoria das atas influencia o aparecimento de alguma variante; e identificar alguns fatores linguísticos e extralinguísticos que favorecem a ocorrência das orações relativas. Para a realização desta pesquisa, foram selecionadas 24 atas de Audiências Públicas, ocorridas entre os anos de 2001 e 2012. Ao rodar os dados no programa Goldvarb, foram encontradas 77% de relativas não-padrão e 23% de relativas padrão preposicionadas. Os fatores que mais influenciaram as relativas não-padrão foram: linguísticos - lugar e tempo, a preposição mais requerida pelo contexto foi em e as que mais influenciaram o aparecimento dessa variante foram outras (sobre, com e a), os verbos mais encontrados foram ter, falar, estar, ser, chegar, trabalhar, ir e precisar. Associada a alguns desses verbos, a função sintática de objeto indireto foi a mais influente, apesar de a mais encontrada ter sido a de adjunto adverbial. No tocante aos fatores sociais, levou-se em conta a escolaridade – ensino médio e ensino técnico – e o tempo de serviço na Câmara – ter de 6 a 10 anos de serviço na CMOP e ter trabalhado até dois anos na Seção de Atas. Os fatores que mais influíram nas relativas padrão foram: linguísticos – publicações, a preposição mais requerida pelo contexto foi em e as que mais impactaram no aparecimento dessa variante foram de e em, respectivamente; os verbos mais encontrados foram ir, estar, ser, ter e haver. Associadas a alguns desses verbos, encontrou-se como as mais influentes a funções sintáticas de adjunto adverbial e de complemento nominal; sociais – escolaridade, possuir graduação, especialmente em Letras, ter de 11 a 15 anos de serviço na CMOP e nunca ter trabalhado na Seção de Atas ou ter trabalhado no Setor até quatro anos. A classe gramatical substantivo, a presença de traço especificado e de traço menos humano foram os mais encontrados nas duas variantes estudadas. Ao comparar o áudio com o texto das atas, observou-se que apenas um autor realizava correções e os fatores que o diferenciam dos demais autores de atas são, principalmente, possuir graduação em Letras e ser professor. A partir dessa análise comparativa, é possível inferir que esses dois fatores sociais do autor influenciam o aparecimento das orações relativas padrão.