Navegando por Autor "Costa, Ricardo Diniz da"
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Item O papel da dinâmica espaço-temporal da rede hidrográfica na evolução geomorfológica da alta/média bacia do Rio Grande, sudeste brasileiro.(2018) Rezende, Éric Andrade; Castro, Paulo de Tarso Amorim; Castro, Paulo de Tarso Amorim; Felippe, Miguel Fernandes; Santos, Gisele Barbosa dos; Barros, Luiz Fernando de Paula; Costa, Ricardo Diniz daCursos fluviais constituem um dos principais agentes modeladores do relevo continental, notadamente em regiões tropicais intraplaca. Nesse contexto, o presente trabalho teve como objetivo estudar o papel da dinâmica espaço-temporal da rede hidrográfica na evolução geomorfológica da bacia do alto/médio Rio Grande, localizada no sudeste brasileiro (MG/SP). Buscou-se investigar a ocorrência de grandes rearranjos de drenagem e a causa da acentuada diferenciação altimétrica e morfológica entre os setores ocidental e oriental da referida bacia. Foi empregada a análise de modelos digitais de elevação, juntamente com uma classificação automática da topografia, investigações de campo, identificação de depósitos fluviais antigos e anomalias de drenagem, datação por luminescência opticamente estimulada, e integração com outros dados geológicos e geocronológicos. Há diversas evidências de que o alto curso do Rio Grande, hoje pertencente à bacia do Rio Paraná, encontrava-se previamente direcionado para norte, rumo ao Cráton do São Francisco. O divisor ancestral entre as duas bacias hidrográficas coincidia com o eixo soerguido de direção geral NNW-SSE ao longo das intrusões alcalinas neocretáceas que bordejam a nordeste a bacia sedimentar do Paraná. O rompimento do divisor ancestral e a progressiva captura da drenagem anteriormente direcionada para norte ocorreram após um soerguimento generalizado no Mioceno Médio. Esse evento causou a superimposição da drenagem e a abertura de depressões. Devido a sua posição a oeste, a atual bacia do Rio Sapucaí muito provavelmente foi incorporada antes do atual alto curso do Rio Grande à bacia do Rio Paraná, o que se reflete em seu relevo mais deprimido e dissecado. Contudo, os efeitos dos rearranjos de drenagem na incisão diferencial entre os principais rios são sobrepostos por uma influência mais duradoura de ordem litoestrutural e tectônica. Na bacia do Rio Sapucaí o rebaixamento do nível de base gerado pela subsidência de grabens neocenozoicos intensificou a abertura de compartimentos deprimidos (< 900 m) por meio da retração erosiva de cabeceiras e rupturas de declive. Já na área planáltica a leste, o alto curso do Rio Grande e seus principais afluentes são marcados pela presença de soleiras geomórficas na maioria das gargantas que interceptam as cristas quartzíticas. Essas soleiras atuam como níveis de base regionais que limitam a incisão fluvial nas áreas a montante. A dinâmica fluvial diferenciada entre os principais rios se reflete no favorecimento ou não da preservação de registros sedimentares antigos e nas taxas de incisão estimadas a partir de depósitos datados entre 6 e 39,6 ka. Nos vales dos rios Sapucaí e Verde os registros sedimentares são raros e a única taxa de incisão obtida (2010,1 mm/ka) foi a mais elevada entre as calculadas em segmentos de leito sobre rocha ou saprolito. Nos rios da porção planáltica oriental os níveis deposicionais são mais frequentes, com destaque para o pequeno graben de Ijaci. Taxas aproximadas entre 252,5 e 1090,9 mm/ka evidenciam um entalhamento mais lento que o da bacia do Rio Sapucaí, embora tais valores também sejam considerados altos para um ambiente intraplaca. Há um marcante controle morfoclimático sobre a dinâmica fluvial, já que períodos de entulhamento dos vales estão associados a fases mais secas e os episódios de incisão estão associados a fases mais úmidas. Além disso, as elevadas taxas de incisão apontam a ocorrência de um significativo soerguimento regional de caráter episódico no Neoquaternário. Portanto, a bacia do alto/médio Rio Grande exibe um relevo em estado transitório, no qual se destaca um notório rejuvenescimento dos vales que abrigam os principais canais fluviais, enquanto as vertentes e principalmente os topos permaneceram sob relativa estabilidade.Item Towards an integrated tectonic model for the interaction between the Bambuí basin and the adjoining orogenic belts : evidences from the detrital zircon record of syn-orogenic units.(2020) Amaral, Matheus Henrique Kuchenbecker do; Soares, Antônio Carlos Pedrosa; Babinski, Marly; Reis, Humberto Luís Siqueira; Atman, Dora; Costa, Ricardo Diniz daThe Sao ̃ Francisco craton and its surrounding orogens are some of the most important tectonic elements of South America, and key regions to understanding the assembly of Western Gondwana in the Proterozoic-Palaeozoic transition. During this major tectonic event, diachronic collisions between small continents developed an intricated orogenic system, where several orogens evolved in unique paths through time and space. In such collisional settings, there are some tectonic processes that promote subsidence, thus controlling the formation of orogenic-related sedimentary basins. Furthermore, the tectonic activity in collisional orogens generates dynamic landscapes that usually favor increased erosion and sediment generation to feed these basins, making them key places to seek for clues about the tectonic evolution of their surroundings. On the S ̃ ao Francisco craton, the Bambuí Group records a complex foreland system, which evolved in response to the lithospheric overload exerted by the uplift of both Brasília belt and Araçuaí orogen. In turn, both Salinas Formation and Ibia ́ Group comprise orogenic deposits resting within the Araçuaí orogen and Brasília belt, respectively, whose tectonic significance is still under debate. Here we present new U–Pb (LA-ICP-MS and SHRIMP) and Lu–Hf isotopic an- alyses on a great amount of detrital zircon grains extracted from the rocks of the Bambuí Group and Salinas Formation, together with a thorough data compilation from the literature. The two units present similar prov- enance patterns, sharing the major detrital zircon age peaks (550–650 Ma, 950–1050 Ma, 1750–2000 Ma, 2600–2800 Ma) and maximum depositional age in c. 550 Ma. The Ediacaran zircons recovered from the Bambuí Group show a wide range of the εHf(t), ranging from c. − 17 to +15, which suggest the existence of multiple late Neoproterozoic sources, some of them juvenile and some with a long crustal residence. The variation in detrital zircon age patterns and εHf(t) values from different units within the Bambuí Group provided additional clues of provenance changes occurred during the evolution of the basin. The new data obtained for the Salinas Formation constrain its deposition between 548 and 500 Ma, which have an important implication on its tectonic signifi- cance. We propose that in both Brasília belt and Araçuaí orogen sides, the early foredeep deposits of the Bambuí basin should have been incorporated to the orogenic domains, which could explain the apparent lack of deposits recording the climax of the Brasilia belt uplift (c. 630 Ma) within the cratonic area. In this same direction, we consider that both Salinas Formation and Ibi ́ a Group could represent remnants of these early foreland deposits related to the uplift of Brasília belt and Araçuaí orogen, respectively, incorporated to the orogenic wedges due to the advance of the deformational fronts. Therefore, what we know as Bambuí Group is in fact the remaining record of an advanced stage of the foreland system, when subsidence was already influenced by the two evolving orogens. Altogether, the analyses of the stratigraphic, structural and geochronological data converge towards an integrated tectonic model for the interaction between the Bambuí basin and the surrounding orogens during West Gondwana amalgamation.