Navegando por Autor "Costa, Flávia Andréa Rodrigues da Silva Leandro da"
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Item As interações face a face entre mulheres encarceradas e as profissionais do psicossocial do Presídio Feminino José Abranches Gonçalves : uma análise sob a ótica da sociolinguística interacional.(2019) Costa, Flávia Andréa Rodrigues da Silva Leandro da; Rodrigues Júnior, Adail Sebastião; Gonçalves, Clézio Roberto; Baptista, Patrícia Rodrigues Tanuri; Rodrigues Júnior, Adail SebastiãoEsta pesquisa tem como foco as interações face a face entre mulheres encarceradas e as profissionais do psicossocial da unidade prisional do Presídio Feminino José Abranches Gonçalves (PFJAG), à luz da Sociolinguística Interacional. A linha analítica é um estudo de caso que visa comparar o dinamismo constante nos enquadres dos atendimentos do fale comigo e das entrevistas da Comissão Técnica de Classificação (CTC), para investigar a alternância do footing pelas participantes da interação – psicólogas, assistentes sociais e mulheres encarceradas -, as pistas de contextualização, os enquadres interativos e os esquemas de conhecimento compartilhados. Para entender as especificidades do contexto investigado, esta pesquisa dispõe de vertente interdisciplinar, baseada nos pressupostos teóricos da Sociologia das Prisões. Além disso, esta investigação também se apoia na perspectiva dos métodos etnográficos, com a adoção de caderno de campo, registro de áudio das interações face a face, sistematização e transcrição dos dados coletados e descrição do contexto. Foram catalogadas cinquenta e uma interações face a face, divididas entre quarenta e sete provocadas pelos atendimentos de fale comigo e quatro pelas profissionais nas entrevistas de CTC. Este trabalho revela um dinamismo nos enquadres, presente tanto nas interações face a face dos atendimentos de fale conosco, já esperado, quanto das entrevistas de CTC, que são interações mais ritualizadas, que se apoiam em scripts para a investigação de demandas da Comissão Técnica de Classif icação, mas que constatou o dinamismo de uma conversa. Há um grau de negligência no compartilhamento dos esquemas de conhecimento maior na entrevista de CTC, geralmente realizada por uma profissional que não realizou atendimento anterior à reclusa entrevistada, do que no fale comigo resultante de interações anteriores. Percebe-se no “eu” de Clara – reclusa participante das interações analisadas – a projeção de mulher inocente e enganada pelos fatos num crime passional, presa “injustamente” por confiar no marido, rejeitadora do estigma de criminosa. A escolha do objeto se deu a partir de quatro etapas de coletas de dados. O recorte é o de uma interação face a face de atendimento de fale comigo e outra de entrevista de CTC.