Navegando por Autor "Corrêa, Tatiana Lopez"
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Item Bioacumulação de metais pesados em plantas nativas a partir de suas disponibilidades em rochas e sedimentos : o efeito na cadeia trófica.(Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais. Departamento de Geologia, Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto., 2006) Corrêa, Tatiana Lopez; Ribeiro, Sérvio PontesAs altas concentrações naturais de metais pesados em um ecossistema podem oferecer efeitos nocivos à saúde humana e têm contribuído para a contaminação do meio ambiente. Por outro lado, algumas plantas foram naturalmente selecionadas para tolerância e até bioacumulação de elevadas concentrações destes metais. O objetivo deste trabalho foi avaliar a possibilidade de tolerância diferencial a metais pesados em populações de Pteris vittata L. (Pteridaceae) e Byrsonima variabilis A. Juss. (Malpighiaceae) em dois locais situados na região de Ouro Preto e Mariana e de descrever as possíveis variações anatômicas em folhas de plantas sujeitas a concentrações diferentes de metais pesados, correlacionando essas variações estruturais a um maior ou menor grau de herbivoria causados por insetos. As espécies selecionadas para este trabalho ocorrem nas encostas do ribeirão do Carmo (Mariana), próximo a uma área onde existe a presença de arsênio em grande quantidade e nas cangas lateríticas, ricas em ferro, alumínio e manganês pertencente à Universidade Federal de Ouro Preto. Foram coletadas 30 amostras de folhas de P. vittata e 30 de B. variabilis, metade em cada local de estudo. Além das amostras de plantas, também foram coletadas amostras de solo sob cada planta amostrada, totalizando 60 amostras. Foram realizadas análises químicas em amostras de plantas e de solos e análises mineralógicas em oito amostras de solo representativas. Também, feitas medidas de herbivoria, arquitetura de planta, esclerofilia foliar e de anatomia foliar das espécies estudadas. As amostras de solo coletadas junto às populações de P. vittata são distintas das amostras coletadas junto às populações de B. variabilis, tanto em Mariana quanto em Ouro Preto, indicando que estas espécies ocupam micro-habitats distintos. As análises químicas mostram que a maioria dos elementos no solo se encontra em concentração adequadas para solos não contaminados como, solos para agricultura. Algumas amostras apresentaram concentrações baixas de nutrientes (Ca, Mg e outros) e outros elementos em decorrência da lixiviação e outras apresentaram concentrações altas de Fe, Cr, Ni, As, Bi, Cd, Sb, Th e V devido a fontes naturais na região de Mariana e Ouro Preto. Nas plantas, a maioria dos metais pesados foi encontrada em concentração adequada à nutrição destas, exceto o As em P. vittata e o Mn em B. variabilis, que foram encontrados em concentrações acima do limite ótimo destes descritos na literatura para plantas em geral. Além disso, as concentrações de grande parte dos metais pesados nas plantas não refletem as concentrações encontradas nos solos, evidenciando a existência de mecanismos de tolerância, relacionados eventualmente com absorção seletiva. De maneira geral, as duas espécies estudadas apresentaram índices de bioacumulação de Cu, Zn, Ba e Sr altos. Também, B. variabilis apresentou um alto índice de bioacumulação de Mn e P. vittata de As, sugerindo uma grande eficiência em absorvê-los e translocá-los às folhas em concentrações acima das encontradas nos solos. A taxa de danos causados por herbívoros em P. vittata foi muito baixo, confirmando a hipótese de menor acúmulo de insetos herbívoros ao longo do tempo evolutivo associados às plantas inferiores. Embora as duas populações de B. variabilis tenham apresentado composição química semelhante, a população de Mariana apresentou plantas mais vigorosas, evidenciadas pelas características de arquitetura de planta, folhas menos atacadas por insetos herbívoros e menos esclerófilas do que a população de Ouro Preto. As plantas com maiores concentrações de Mn e maior espessura de cutícula no limbo foliar em B. variabilis foram menos atacadas por insetos herbívoros. Considerando a hipótese de que insetos especialistas associados às plantas esclerófilas são capazes de superar as defesas mecânicas dessas plantas, apresentar uma cutícula espessa não é suficiente para barrar ou inibir a entrada desses insetos. Portanto, sugere-se a possibilidade da B. variabilis acumular manganês na cutícula foliar, tornando esta defesa mais eficiente contra a herbivoria.Item Microscopic variability in mechanical defence and herbivory response in microphyllous leaves of tropical herb species from Serra do Cipó, Brazil.(2010) Ribeiro, Sérvio Pontes; Corrêa, Tatiana Lopez; Sousa, Hildeberto Caldas de(Variabilidade microscópica em defesa mecânica e resposta à herbivoria em folhas micrófi las de espécies herbáceas tropicais da Serra do Cipó, Brasil). Campos de altitude tropicais apresentam várias espécies com folhas micrófi las e altamente esclerófi las que co-ocorrem em manchas de solo específi cas e, portanto, expostas a ambientes idênticos. Neste artigo, foi descrita a herbivoria entre espécies micrófi las co-ocorrendo em um ecossistema tropical de campos de altitude na Serra do Cipó, Minas Gerais, e testado o efeito de caracteres anatômicos variáveis no padrão de herbivoria foliar. Os caracteres anatômicos das folhas foram investigados em Baccharis imbricata Heering, Lavoisiera imbricata DC. e L. subulata Triana (espécies em foco). A herbivoria foi medida nos ramos e nas folhas de cada planta coletada e comparada entre as espécies estudadas em uma mancha multiespecífi ca e entre os indivíduos de L. subulata da mesma mancha e de uma mancha monoespecífi ca adjacente. Para todas as espécies e indivíduos foi estimada a proporção de folhas com diferentes níveis de área perdida. Para as espécies em foco, seis folhas foram sorteadas e submetidas a cortes histológicos com o objetivo de realizar medidas precisas das possíveis estruturas anatômicas de defesa. A média relativa de área foliar perdida diferiu signifi cativamente entre as seis espécies encontradas na mancha multiespecífi ca. Indivíduos de L. subulata foram mais atacados na mancha multiespecífi ca que na mancha monoespecífi ca. Os caracteres anatômicos de proteção marginal tanto em B. imbricata quanto em L. imbricata apresentaram um efeito signifi cativo contra a herbivoria. Os resultados sugerem o fato de alguns caracteres anatômicos terem efeito direto contra a herbivoria, mas seu efeito não é claramente perceptível entre os ramos de uma mesma planta ou entre plantas de uma mesma espécie.Item Plant defense against leaf herbivory based on metal accumulation : examples from a tropical high altitude ecosystem.(2016) Ribeiro, Sérvio Pontes; Londe, Vinícius; Bueno, Amauri Pires; Barbosa, Juliana Silveira; Corrêa, Tatiana Lopez; Soeltl, Tatiana Maria; Maia, Márcia; Pinto, Victor D.; Dueli, Grazieli de França; Sousa, Hildeberto Caldas de; Kozovits, Alessandra Rodrigues; Nalini Júnior, Hermínio AriasSpecies that evolved in high-altitude grasslands, where soils are dystrophic and metal rich, developed adaptations for these extreme conditions, such as metal accumulation and sclerophyllous leaves, and these adaptations may secondarily affect insect herbivory activity. The present study investigates the hypothesis that costs related to accumulation of certain metals may be evolutionarily compensated for by decreasing leaf herbivory in some plant species from rupestrian fields. Studies were conducted in different locations at the Ferriferous Quadrangle, a metal-rich region in south-east Brazil, with four species adapted to high-altitude grasslands: Eremanthus erythropappus, Eremanthus incanus, Lychnophora ericoides and Byrsonima variabilis. Sample design varied according to population sizes and spatial distribution of individuals. We found that concentrations of manganese (Mn) and iron (Fe) significantly reduced the herbivory in the leaves of E. erythroppapus and E. incanus, whereas aluminum (Al) reduced herbivory in L. ericoides, and Mn affected negatively the herbivory in B. variabilis. These results support the hypothesis that metal-accumulating plants, as a response to the harsh environment in which they evolved, are protected against foliar damage caused by insect herbivores in rupestrian fields.