Navegando por Autor "Barbosa, Fernanda Bastos"
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Item De herói a tirano : as interpretações do porfiriato entre os anos de 1902 e 1920.(2014) Barbosa, Fernanda Bastos; Fernandes, Luiz Estevam de OliveiraPorfirio Díaz tornou-se presidente constitucional do México em 1877. Manteve-se no governo, por meio de reeleições, até o ano de 1911, época em que renunciou devido à eclosão da Revolução Mexicana (1910). O período correspondente aos seus anos de governo é conhecido como Porfiriato. Sobre esta conjuntura existe uma ampla produção histórica, desde o período contemporâneo à presidência de Díaz até o hodierno. O objetivo da dissertação foi, a partir de uma literatura específica referente ao assunto e da utilização de fontes primárias, pesquisar os modelos interpretativos sobre o governo de Don Porfirio construídos entre os anos de 1902 e 1920, ou seja, entre a última década em que ele permaneceu no cargo de presidente até o final da primeira fase revolucionária. As fontes utilizadas para atingir tal objetivo foram seis obras impressas de indivíduos que escreveram sobre o presidente e seus anos de governo: El General Porfirio Díaz, de Bernardo Reyes (1902); México: su evolución social, compilada por Justo Sierra Méndez entre 1900 e 1902; La sucesión presidencial en 1910: el Partido Nacional Democrático, de Francisco Ignácio Madero (1908); Barbarous Mexico, de John Kenneth Turner (1910); De Porfirio Díaz à Francisco Madero: la sucesión dictatorial, escrita por Luis Lara Pardo em 1912 e El verdadero Díaz y la Revolución (1920), de Francisco Bulnes. Nestes trabalhos percebemos e procuramos explicar as transformações de um discurso, ou seja, como as avaliações sobre o porfirismo modificaram-se desde a última década do século XIX até 1920. De grande pai da nação, como o interpretou a geração oitocentista de polígrafos, ele passou a ser representado (principalmente durante a Revolução) como um ditador tirânico, que concentrou em suas mãos uma grande parcela de poderes políticos e suprimiu a dinâmica partidária existente no cenário público do país.Item Pacificar a história : passado, presente e futuro nas formas de pensar a política mexicana na transição do século XIX ao XX.(2011) Fernandes, Luiz Estevam de Oliveira; Barbosa, Fernanda BastosDurante o Porfiriato (1876-1911), houve uma intensa produção sobre o momento de estabilidade política que o México atravessava. O objetivo deste texto é discutir como, entre os séculos XIX e XX, polígrafos mexicanos utilizaram a História e concepções de tempo em suas obras políticas sobre a Pax porfiriana. Escolhemos os textos de Bernardo Reyes, Justo Sierra e Francisco Madero. A intenção é explicitar como, a partir da memória de um passado anárquico mexicano pós-independência, marcado por guerras civis e intervenções estrangeiras, criou-se no México uma imagem de Díaz como o regenerador da nação, que conseguiu estabelecer a paz interna durante sua ocupação da primeira magistratura do país. Desse presente pacificado, um futuro emergiria. Mas tal futuro, por sua vez, dependia de escolhas políticas que seus autores buscavam defender.Item O valor da paz : política e dissenso durante o governo de Porfirio Díaz (1876-1911).(2018) Barbosa, Fernanda Bastos; Fernandes, Luiz Estevam de Oliveira; Fernandes, Luiz Estevam de Oliveira; Marce, Rogelio Jiménez; Reis, Mateus Fávaro; Mata, Sérgio Ricardo da; Freitas Neto, José Alves de; Silva, Caio Pedrosa daEssa tese explica como o porfirismo, ou seja, a esfera oficial, criou uma complexa estratégia discursiva para legitimar, validar e fundamentar a política de Porfirio Díaz e sua permanência por 31 anos na presidência do México. Mostramos que o governo buscou produzir a sensação de que, sob a administração do general, foi arquitetado um novo país, diferente e melhor do que o do passado. Em diálogo com a esfera oficial, também discorremos sobre como essa estratégia foi desmontada, afrontada e recorrentemente criticada por autores que censuraram o porfirismo, principalmente a partir de 1900. Para atingirmos os objetivos estabelecidos, a tese foi dividida em três capítulos. No primeiro, a partir do estudo dos discursos do presidente ao Congresso, demonstramos que foram formulados quatro artifícios narrativos fundamentais para defender o governo de Díaz. São eles: o uso, de forma específica, de eventos do passado nacional e a organização do tempo histórico para validar ações políticas no presente; a construção da imagem de Porfirio Díaz como o grande herói e guia mexicano; a afirmação e a celebração do triunfo porfirista através da exaltação dos progressos materiais e o silenciamento do que era considerado atrasado frente às outras potências, ou seja, elementos que foram marginalizados, silenciados e suprimidos da narrativa oficial. Sobre este último ponto, falamos acerca da questão indígena. No capítulo seguinte, explicamos o esforço de polígrafos, ligados ao governo, em publicizar como o México progredia, modernizava-se e era civilizado. O México se pretendia moderno: o que mostrar? O que excluir? O que esquecer? Analisamos, principalmente, a obra México: su evolución social, organizada por Justo Sierra. Procuramos afirmar que essa estrutura de legitimação do governo de Díaz, a partir da elaboração de artifícios, foi mobilizada de forma semelhante nesta e em outras produções da época. No último capítulo, focamos na emergência das críticas ao Porfiriato. Saindo de um plano oficial, tratado nos dois primeiros capítulos, no último, estudamos, dentre outras fontes, o periódico Regeneración, mostrando a circularidade das discussões nas duas esferas: oficial e não oficial. As indagações no horizonte da pesquisa foram: de que forma os discursos de modernização conviviam com discursos revolucionários? Como foi planejado esse combate a partir de armas de papel? Quem, e a partir de qual lugar de fala, tecia as críticas? Na conclusão, sintetizamos as principais ideias da tese e apontamos como o vocabulário e a linguagem política da época, fosse para apoiar ou criticar o porfirismo, nasceu no interior do liberalismo.