Navegando por Autor "Araujo, Arthur Medrado Soares"
Agora exibindo 1 - 4 de 4
- Resultados por Página
- Opções de Ordenação
Item Aposta contemporânea de pesquisa-intervenção : impasses entre objetividade e subjetividade nas ciências humanas.(2020) Araujo, Arthur Medrado Soares; Diniz, MargarethNo artigo a seguir buscamos apresentar questões atinentes à pesquisa em ciências humanas, salientando o impasse acerca da objetividade/subjetividade em pesquisas que envolvem o sujeito. Por princípio, não escamoteamos as tensões entre narração, documentação e testemunho: os enlaces entre retórica e prova, entre pesquisadores e seus objetos e a distância que os permeia (se é que os permeia). Para tal, lançamos mão da pesquisa-intervenção, em que o/a pesquisador/a é parte de seu objeto de pesquisa, e do paradigma indiciário (GINZBURG, 1989) como contraposição entre o relativismo pós-moderno (que foge à responsabilidade de averiguação logo após análise) e a tensão entre retórica e prova (pensando a relação de forças no âmbito metodológico e político-ideológico). Em acordo com o que propõe o autor (e em diálogo com pesquisadores/as que o comentam), iremos chamar a atenção para o caráter artesanal do ofício do pesquisador/a, fazendo em última instância uma crítica severa ao paradigma positivista na produção do conhecimento. Entendemos, então, que a partir das pistas, indícios e sinais podemos elaborar possibilidades para as questões da pesquisa, sem anular a experiência vivenciada por quem participa e que se efetiva no corpo de quem resolve, a posteriori, no escrever sobre os processos.Item O ensino da linguagem audiovisual e imagens-sintomas.(2020) Araujo, Arthur Medrado Soares; Diniz, MargarethNesse artigo abordaremos um processo de produção teórico/prático que pretendeu a elaboração de uma metodologia de intervenção, a Olhares (Im)possíveis, por meio de oficinas com a linguagem audiovisual. Estes escritos lançam um olhar sobre o trabalho desenvolvido com crianças de 10 e 11 anos, da escola Municipal Professor Adhalmir Santos Maia, na periferia de Ouro Preto durante os meses de maio e dezembro de 2017. Neste artigo iremos, em um primeiro momento, lançar os olhares para uma imagenssintoma produzida durante uma das atividades. A partir de sua dimensão acidental, inspirando-nos no paradigma indiciário de Carlo Guinzburg (1989), encontraremos nas perspectiva do detalhe apresentada por Rancière (2009), uma possibilidade de análise. Em seguida, iremos nos atentar a perceber como essa imagem parece funcionar como uma imagem-intolerável (Rancière, 2012). Por último, a partir da noção de violência (Soares, 2011 e Clastres, 2004) iremos entender que o trabalho com essas imagens-intoleráveis (a elaboração de seus testemunhos) permitiu aos sujeitos a criação de pequenos espaços de fuga as realidades as quais estão inseridos/as.Item Olhares (im)possiveis : desenvolvimento e aplicação de metodologia para a escuta do indizível com crianças da periferia de Ouro Preto.(2018) Araujo, Arthur Medrado Soares; Diniz, Margareth; Maia, Marta Regina; Diniz, Margareth; Maia, Marta Regina; Torres, Marco Antônio; Teixeira, Inês Assunção de CastroOlhares (Im)possíveis é um trabalho de produção teórico/prático que pretendeu a elaboração de uma metodologia de intervenção, por meio de oficinas realizadas em escolas públicas da região dos Inconfidentes, dentro do Programa Sentidos Urbanos – Patrimônio e Cidadania. Estes escritos lançam um olhar sobre o trabalho desenvolvido com crianças de 10 e 11 anos, da escola Municipal Professor Adhalmir Santos Maia, na periferia de Ouro Preto durante os meses de maio e dezembro de 2017. O objetivo principal foi o desenvolvimento e a aplicação de uma metodologia audiovisual para a escuta do indizível, do testemunho. Tal metodologia qualitativa, ancorada no paradigma indiciário de Carlo Ginzburg (1989), entrevê que os indícios dos dados possam fazer lampejar um “saber-vagalume”, a partir da luz de Georges Didi-Huberman (2011). A experimentação do vídeo como proposta de dispositivo processual para a escuta de estudantes é o afastamento da ideia de produto (filme). A linguagem audiovisual aqui é pretexto para o encontro, para a partilha, mas também pré-texto para as conversações com os/as estudantes. Nesse sentido, a ideia de dispositivo (Migliorin, 2016), como aquilo que coloca em crise a articulação entre um comando fechado e ao mesmo tempo aberto à inventividade, foi apropriada na articulação de três momentos que garantem a emergência das imagens-sintoma produzidas pelos/as envolvidos/as. Por focar no processo e seus possíveis laços, o ponto central de sucesso da prática é o espaço de partilha do sensível que se cria com as crianças. A hipótese é que essa metodologia resgate infâncias perdidas.Item Olhares (im)possíveis : fronteiras e questões do cinema em pesquisas no campo da educação -passeur, saber-vagalume e imagens-sintoma que podem emancipar.(2022) Araujo, Arthur Medrado Soares; Diniz, MargarethEste artigo reflete a potência do trabalho com a noção de dispositivo em pesquisas-intervenções com o cinema na escola. Além da reflexão, apresentamos duas imagens que evidenciam momentos fundamentais da experiência de um trabalho realizado com crianças de 10 e 11 anos da periferia de Ouro Preto, em 2017. Nesse trabalho, acreditamos na invenção de um saber-vagalume (HUBERMAN, 2011) durante as intervenções, as quais buscaram espaços de construção de subjetividade dos/das estudantes envolvidos. Para tal, partimos da noção de dispositivo desenvolvida por Cezar Migliorin no trabalho com o projeto “Inventar com a Diferença” (MIGLIORIN, 2016). Entendemos como dispositivo aquilo que coloca em crise o participante durante a articulação entre um comando fechado e, ao mesmo tempo, aberto à inventividade. A partir dessa noção apropriada, articulamos para a primeira etapa da intervenção três momentos: 1) Cartão-Postal, 2) Minuto Lumière e 3) Filme-Carta, que garantiram a emergência das imagens-sintoma produzidas pelas crianças participantes. Os efeitos do trabalho foram colhidos em ato, bem como a posteriori ao projeto. Concluímos que tal intervenção com o cinema opera nas fronteiras entre arte e clínica e não separa arte e vida, ou melhor, artevida, extrapolando as fronteiras na busca de testemunhos.