Navegando por Autor "Arêdes, Ana Carolina Machado"
Agora exibindo 1 - 1 de 1
- Resultados por Página
- Opções de Ordenação
Item Arte e estado : Portinari e sua correspondência como um espaço de “sociabilidade intelectual” (1920-1945).(2015) Arêdes, Ana Carolina Machado; Araújo, Valdei Lopes de; Abreu, Marcelo Santos de; Bentivoglio, Julio CesarEste trabalho procura entender o entrosamento do pintor Candido Portinari no ambiente intelectual e político, entre os anos de 1920 a 1945, por meio da análise das correspondências trocadas entre ele e seu influente círculo de amizades, assim como da interpretação de algumas obras do pintor que contribuem para o entendimento de sua trajetória artística e de sua atuação sob o mecenato estatal. Candido Portinari possui um rico acervo epistolar que demonstra aspectos da sua personalidade, suas convicções políticas e artísticas e como ele se relacionava com grandes nomes da intelectualidade e da burocracia estado-novista. Suas missivas, portanto, são capazes de revelar alguns desdobramentos do ambiente político, intelectual e cultural daquele período. A carta, utilizada nesse estudo como fonte, foi um dos mais importantes meios de comunicação daquela época, sendo usada como um espaço de “sociabilidade intelectual”, ou seja, como uma forma de estabelecer e manter amizades epistolares a fim de participar do concorrido meio cultural e burocrático. O recorte de 1920 a 1945 foi adotado porque Portinari começou a se destacar como pintor no cenário nacional na década de 1920, quando ingressou na tradicional Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, para estudar pintura. Na década de 1930, depois de uma viagem de estudos à Europa, Portinari voltou para o Brasil com um estilo artístico mais livre e pessoal, tornando-se um dos pintores adeptos da vanguarda modernista. Em suas telas evocou a brasilidade por meio da representação da gente simples e trabalhadora da nação, especialmente o negro e o mestiço. Destacou-se como artista por extrapolar os limites do quadro à óleo e pintar afrescos. Um dos traços mais marcantes da pintura de Portinari é a monumentalidade dos corpos e a deformação dos pés e das mãos das figuras representadas. Portinari confeccionou trabalhos significativos para o Estado Novo, principalmente sob a encomenda do então ministro da Educação e Saúde, Gustavo Capanema. Dentre estes trabalhos destacam-se os murais em afresco realizados para o edifício sede do Ministério da Educação, atual Palácio Capanema, no Rio de Janeiro. O ano de 1945, marcou o fim do Estado Novo, contexto político que foi abordado nesse estudo, portanto, foi adotado como o limite do recorte cronológico. Em suma, as cartas do pintor, atreladas às suas obras, representam nesse trabalho a chave para a compreensão da sua trajetória artística, do seu relacionamento social e da sua atuação no Estado.