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Item Análise da organização temporal do discurso na expressão da incerteza em português brasileiro.(2021) Antunes, Leandra BatistaA prosódia, enquanto elemento estruturador do discurso, cumpre várias funções na sociointeração (FÓNAGY, 2003). Entre elas está a de expressar intenções do locutor frente ao conteúdo enunciado. No caso da expressão da incerteza em diversas situações de interação (perguntas de conhecimentos gerais, jogos televisionados, questionário semiespontâneo), a prosódia desempenha papel fundamental. Alterações tanto na frequência fundamental e na intensidade quanto nos elementos que caracterizam a organização temporal do discurso (relacionados à duração, ou ao tempo de articulação do que é dito) dão pistas ao interlocutor sobre o falante ter ou não certeza frente ao que é dito (SILVA, 2008; ANTUNES; AUBERGÉ; SASA, 2014). Assim, buscamos descrever, nas situações de interação já mencionadas, como funcionam as taxas de elocução e articulação, a presença de pausas, de prolongamentos, de self-talk mais o tempo decorrido entre a pergunta e o início da resposta (tempo de latência), sempre comparando respostas em que se julgou que o locutor tinha certeza e aquelas em que se julgou como expressão de incerteza. As taxas de elocução e articulação foram menores nas respostas com incerteza (o que indica uma fala mais lenta), houve pausas, prolongamentos e self-talk somente na expressão da incerteza e o tempo para iniciar a resposta no caso das respostas com incerteza foi maior que naquelas com certeza. Nas situações discursivas diferentes, a construção da cena enunciativa pode influenciar no uso mais ou menos acentuado dos mesmos parâmetros prosódicos de duração para diferenciar a expressão de certeza daquela de incerteza.Item Análise prosódico-discursiva das dimensões ethica e patêmica na ancoragem de telejornais sensacionalistas.(2018) Lataliza, Naaman Mendes; Antunes, Leandra Batista; Antunes, Leandra Batista; Mendes, Paulo Henrique Aguiar; Marusso, Adriana SilviaPartindo da ideia de que os elementos prosódicos são constitutivos da construção dos sentidos nas diversas interações verbais, o presente trabalho alia a análise dos elementos sonoros suprassegmentais às tópicas retóricas das imagens de si (ethos) e das paixões possivelmente suscitadas (pathos) no contexto de enunciação conhecido como telejornal sensacionalista. Para tal, são feitas análises prosódico-discursivas da ancoragem dos jornalistas Marcelo Rezende e José Luiz Datena, frente a seus respectivos programas Cidade Alerta e Brasil Urgente. A análise prosódico-discursiva consistiu em ressaltar possíveis ethos recorrentemente construídos na enunciação e buscar, perceptivamente, afetos sociais que corroborassem essa construção, além de verificar possíveis projeções do afeto, ou seja, a disseminação no auditório do estado “sentido” pelos locutores. Além dos momentos afetivos, selecionaram-se também momentos neutros para, com uma análise acústica comparativa, mostrar quais são os elementos prosódicos de que o locutor lança mão no momento de expressão dos estados afetivos. Os aspectos prosódicos analisados foram a configuração geral da frequência fundamental (apontado na literatura prosódica como o aspecto mais mobilizado na expressão atitudinal), as taxas de articulação e elocução, a presença e a duração das pausas e a duração das tônicas (elementos importantes na enunciação telejornalística). Na ancoragem de Datena, encontramos a recorrente imagem de porva-voz do povo, construída com o estado ao qual chamamos de indignação, que mobilizou, de acordo com as análises acústicas (de 69 enunciados atitudinais e 30 neutros), maiores valores em todos os pontos da frequência fundamental, além de tônicas com maior duração em relação ao neutro. Na ancoragem de Marcelo Rezende, encontramos o desvelamento de um narrador, construído com uma gama de estados afetivos a qual demos o nome de fala afetada. A análise acústica do momento afetado (36 enunciados), em comparação com o neutro (36 enunciados), mostrou que, aquele, foi construído com um registro bem mais alto de frequência fundamental, além de uma fala mais devagar e tônicas mais longas. Apesar de não termos encontrado um padrão nas imagens construídas de si pelos apresentadores, alguns parâmetros prosódicos foram constantes na expressão atitudinal (que corroborava a construção ethica) de ambos os apresentadores. Além disso, um elemento fortemente marcado nas duas ancoragens é o excessivo apelo ao desencadeamento de sensações nos telespectadores: seja de revolta, de alegria, de angústia, de medo, de antipatia, de repulsa, etc. Longe de esgotar o gênero telejornalístico sensacionalista, o presente trabalho visou a propor uma metodologia para um estudo interdisciplinar para se mostrar como a dimensão prosódica é importante na construção ethica e patêmica do discurso e se entender melhor o tão popular tom sensacionalista.Item Construção prosódica e discursiva da ironia em fala espontânea e fala atuada.(2015) Ferreira, Wisla Madaleni Alves Cabral; Antunes, Leandra BatistaO termo ironia tem significados diversos e conceitos que não se limitam a dizer o contrário do sentido literal do enunciado. Já discutido anteriormente por diversos autores, a ironia designa, em geral, algo expresso em estado de significado figurativo, relacionando-se com seus significados literais; mais especificamente em sua acepção retórica, a ironia pontua a intenção do locutor de forma a deixar entender uma distância intencional entre aquilo que dizemos e aquilo que realmente pensamos. A ironia pode ser considerada, também, uma estratégica no discurso, uma vez que ela permite ao locutor escapar às normas de coerência que toda argumentação impõe. Partindo da hipótese de que há distinção prosódica e discursiva entre a expressão irônica, neutra ou não-atitudinal e a leitura, considerando aqui os parâmetros prosódicos de F0 e duração, e os parâmetros discursivos de pistas de contextualização, objetivamos verificar o papel da prosódia e das pistas de contextualização na construção da ironia. O estudo usou como corpus uma seleção de 29 enunciados irônicos e 16 enunciados neutros retirados do Programa CQC (fala espontânea); além de leitura e de atuação desses enunciados por atores (fala lida e fala atuada). Embasamo-nos, teoricamente, na definição pluriparamétrica de prosódia, verificando as características pontuais de F0 (máxima, mínima, inicial, final), o movimento final de F0 (início e fim) e demais movimentos realizados; duração total, da pré-tônica final e da tônica final, presença e duração de pausas e cálculo de taxas de elocução e articulação. Para análise discursiva, nos orientamos pelas pistas de contextualização e suas convenções sociais, descrevemos os movimentos multimodais (faciais e corporais) na expressão irônica e verificamos como o contexto implica na realização das pistas de contextualização. Os resultados revelaram que a ironia não prevê um único padrão entonacional, uma vez que para cada locutor observou-se o uso de estratégias individuais, mas que há modificações prosódicas relevantes para a expressão irônica que, em junção a outros recursos linguísticos, como os gestos e o contexto, respondem pela construção do sentido irônico e são pistas para a interpretação deste sentido pelo ouvinte. Os valores pontuais de F0 apresentaram uma tendência de serem maiores na ironia do que no neutro, na fala espontânea; na fala atuada, esses valores são maiores na ironia de maneira significativa. Em relação à duração, seja do enunciado ou das sílabas observadas, não houve um padrão de uso para diferenciar ironia de neutro. As audições e análises nos mostraram, ainda, que os informantes fizeram uso de prolongamentos, risos e interjeições durante a expressão da ironia, o que interferiu no aumento da duração em enunciados irônicos, principalmente nos atuados. No que tange ao estudo discursivo dos enunciados analisados, percebemos que a função comunicacional dos sujeitos envolvidos na enunciação da ironia é bem definida, embora muitas a intenção do sujeito comunicante possa não coincidir com a percepção do sujeito interpretante. Em relação à comparação entre ironia atuada e neutra, pode-se verificar um uso mais exagerado da prosódia na expressão irônica para a fala atuada. Tudo isso nos mostra que a ironia depende do contexto de comunicação, assim como da entonação para ser construída como tal. Assim, evidenciamos que as formas de expressão de ironia contam com estratégias comunicacionais, pistas de contextualização e escolhas entonacionais como agentes da construção do significado desse afeto social.Item A construção social da voz na performatividade do gênero : uma análise prosódica no falar transgênero feminino.(2020) Santos, Leandro Augusto dos; Antunes, Leandra BatistaO presente trabalho objetivou verificar o papel da prosódia na construção social da voz de mulheres transgênero. Para tanto, escolhemos trabalhar com trechos de vídeos de 6 youtubers famosos: 2 homens cisgênero (Christian Figueiredo e PC Siqueira), 2 mulheres cisgênero (Kéfera Buchmann e Niina Secrets) e 2 mulheres transgênero (Mandy Candy e Thiessa). Com as análises acústicas, pudemos perceber que a voz das mulheres trans aqui analisadas possuem características mais próximas das vozes femininas do que das masculinas, o que comprova nossa hipótese de que pessoas que passaram pelo processo de transição de gênero teriam que moldar sua frequência fundamental para uma construção social de suas vozes (BARROS FILHO, 2005). Pudemos perceber que as mulheres dos dois grupos apresentaram valores de f0 mais elevados que os homens. Características ligadas à duração e à intensidade não foram relevantes para diferenciar os gêneros estudados. Um teste simples de percepção mostrou que as mulheres trans possuem passabilidade no que se refere a suas vozes. Pudemos concluir, pelos dados analisados, que as categorias prosódicas de traços masculinos ou femininos não são lineares e ou binárias como quer categorizar nossa sociedade heteronormativa, ainda que haja diferenças fisiológicas nos tratos vocálicos de cada sexo/gênero.Item A construção social da voz na performatividade do gênero : uma análise prosódico-discursiva no falar transgênero feminino.(2020) Santos, Leandro Augusto dos; Antunes, Leandra Batista; Antunes, Leandra Batista; Marusso, Adriana Silvia; Bodolay, Adriana NascimentoO presente trabalho teve como objetivo verificar o papel da prosódia na construção social da Voz de mulheres transgênero. Para tanto, escolhemos trabalhar com trechos de vídeos de 6 youtubers famosos: 2 homens cis (Christian Figueiredo e PC Siqueira), 2 mulheres cis (Kéfera Buchmann e Niina Secrets) e 2 mulheres trans (Mandy Candy e Thiessa). Delimitamos uma tag específica de vídeos para que pudéssemos ter mais comparabilidade de gênero textual (BAKHTIN, 1952-1953), e também para que os aspectos prosódicos tivessem maior semelhança (BARBOSA, 2012). Nossa análise discursiva, sob a perspectiva da Análise de Discurso Crítica, mostra que os homens constroem uma subjetividade hegemônica (FAIRCLOUGH, 2001) e pertencente à matriz heterossexual de normatividade (BUTLER, 1990), possuindo uma performatividade da imagem de “homem pegador” e de “homem ogro”. Nas mulheres cis observamos que Kéfera pretende se mostrar como uma “mulher sem frescuras” e Niina como uma “mulher empreendedora”, possivelmente na tentativa de subverter os padrões machistas de práticas sociais. Mandy e Thiessa possuem um número bem menor de inscrições em seus respectivos canais e representam uma categoria excluída pela heteronormatividade. Pudemos perceber que elas servem de visibilidade, inspiração e gurus de seus seguidores, tentando subverter as categorias de nossa sociedade. Além disso, há uma constante preocupação com conceitos como “passabilidade”, que demonstra insegurança de mulheres trans frente ao olhar do Outro (BARROSO, 2012). Com as análises acústicas, pudemos perceber que a voz das mulheres trans aqui analisadas possuem características mais femininas do que masculinas, o que comprova nossa hipótese de que pessoas que passaram pelo processo de transição hormonal teriam que moldar sua frequência fundamental para uma construção social de suas Vozes (BARROS FILHO, 2004). Pudemos perceber que as mulheres dos dois grupos apresentaram valores de f0 mais elevados que os homens, além de tessitura de até 40 Hz a mais que eles. Isso demonstra que há uma variação melódica maior no falar das mulheres, sejam cis ou trans. O teste de percepção – realizado de maneira remota com 79 pessoas – mostrou que as mulheres trans possuem passabilidade no que se refere a suas Vozes, tendo tido poucas respostas que mostram “confusão” do participante. Também notamos que Christian possui valores de f0 mais altos que PC Siqueira, o que nos faz perceber que as categorias de traços masculinos ou femininos não é linear e é tão binária quanto qualquer teoria social, ainda que haja diferenças fisiológicas nos tratos vocálicos de cada sexo/gênero.Item Ensino e aprendizagem de língua Inglesa na escola pública : promoção do letramento crítico por meio de gêneros do discurso.(2022) Carvalho, Andresa Carla Gomes de; Antunes, Leandra Batista; Antunes, Leandra Batista; Pimenta, Viviane Raposo; Jucá, Leina Cláudia VianaEste trabalho tem como objetivo principal investigar práticas de ensino-aprendizagem da língua inglesa em uma escola pública do interior de Minas Gerais e propor práticas de ensino embasadas na promoção do letramento crítico e dos gêneros textuais, aplicando-as nessa escola e avaliando seus efeitos. Diante da observação de que o ensino da língua inglesa, muitas vezes, é baseado somente no ensino da gramática nas escolas públicas, este trabalho vem propor atividades mais contextualizadas, com temas mais próximos à realidade dos alunos. A proposta aqui feita justifica-se por oferecer a esses alunos de escola pública uma oportunidade que pode propiciar uma nova forma de acesso ao conhecimento da língua inglesa. A metodologia desta pesquisa partiu da aplicação de questionários iniciais na escola locus, para averiguar como professores e alunos enxergavam o ensino da língua inglesa nesta instituição de ensino. Seguiram-se aulas online nas quais ocorreram debates e exposição dos temas transversais que seriam tratados nas atividades da pesquisa. Os alunos discutiram temas como o racismo, igualdade de gêneros e consumismo, expondo suas opiniões e aprofundado seus conhecimentos sobre esses temas. Continuando o trabalho, as atividades foram aplicadas, divididas em três partes: pré-leitura, na qual os conhecimentos prévios sobre os temas foram averiguados; leitura, em que foi desenvolvida a interpretação dos temas em si e a opinião dos alunos sobre algumas partes do texto, inclusos os conhecimentos linguísticos referentes à língua inglesa; pós-leitura, na qual foram pedidos textos dissertativo-argumentativos, para verificar o desenvolvimento do olhar crítico dos educandos. O trabalho foi finalizado com questionários aplicados após as atividades para verificar se foi possível um bom desenvolvimento do ensino-aprendizagem. Pode-se concluir com este trabalho que, de maneira geral, foram atingidos bons resultados de ensino-aprendizagem de língua inglesa, conseguindo despertar a consciência crítica dos estudantes e contribuindo para a formação dos discentes participantes.Item Esta língua vareia : uma análise da variação linguística no ensino de língua portuguesa, em Mariana, MG.(2018) Sena, Viviane de Andrade Soares; Mendes, Soélis Teixeira do Prado; Antunes, Leandra Batista; Guimarães, Daniela Mara Lima Oliveira; Mendes, Soélis Teixeira do PradoEsta dissertação apresenta uma análise da variação linguística no ensino de Língua Portuguesa, na educação básica, em turmas do Ensino Fundamental II e do Ensino Médio, nas escolas públicas e particular de Mariana. Sob a perspectiva da Sociolinguística, sobretudo, pautando-nos em estudos científicos produzidos por Soares (2002), Bortoni-Ricardo (2005), Faraco (2008), dentre outros teóricos; e, também, nas propostas dos documentos que regem o ensino (PCN e CBC), realizamos observações em salas de aula e colhemos os Planejamentos de Aula, registrando a prática e a teoria de quatro professoras, em três escolas. À vista disso, com o objetivo de investigar o tratamento dado à variação linguística nas aulas de Língua Portuguesa, procedemos à análise dos dados coletados durante as observações e registros da atuação docente. Esses procedimentos foram feitos a fim de constatarmos se as ações docentes encontram-se fundamentadas numa concepção de ensino de língua mais normal e menos normativa, mais diversa e menos uniforme, mais descritiva e menos prescritiva, já que os pressupostos dos documentos oficiais apontam para essa direção. Com isso, evidenciamos um ensino tradicionalista, cujo eixo é (ainda) a gramática normativa. Nesse cenário, percebemos que as professoras não demonstram ter consciência sobre os conceitos teóricos básicos da Sociolinguística Variacionista de Labov (1972, 2008), nem especificamente da Sociolinguística Educacional, como sugere Bortoni-Ricardo (2005). Sendo assim, constatamos que as variedades desprestigiadas da língua não recebem tratamento adequado ao “avanço necessário” ao ensino (BRASIL, 1998, p. 48). Portanto, há uma discrepância entre as ações da escola/professores e os direcionamentos regulamentados pelos PCN e CBC. Finalizamos considerando que esse ensino prescritivista de língua nos indica ser improvável o tratamento adequado e desejado da variação linguística que se espera de uma escola transformadora (SOARES, 2002). Precisamos, pois, repensar esse ensino.Item Um estudo prosódico do marcador discursivo UAI no falar mineiro.(2023) Barbosa, Carla Gomes; Antunes, Leandra Batista; Antunes, Leandra Batista; Mendes, Soélis Teixeira do Prado; Bodolay, Adriana NascimentoO marcador discursivo – MD – uai e suas variantes uê e ué são comumente relacionados ao falar mineiro e muito se tem questionado sobre seu significado em uma frase. Argumentamos que esse MD pode significar diversos estados afetivos do falante, como dúvida, espanto, afirmação, entre outros, e que cabe à Prosódia, junto ao contexto, contribuir para a construção do sentido do uai na interação verbal. Tendo em vista o importante papel que a Prosódia desempenha na construção dos significados na enunciação, incluindo os sentidos dos MDs, o presente trabalho tem por objetivo analisar a construção de sentido do uai e suas variantes na enunciação de modo a investigar suas características prosódicas e determinar como a prosódia participa na construção dos significados deste marcador discursivo. Para tal, foram feitas análises acústicas e enunciativas de trechos de falas masculinas nas Reuniões Ordinárias da Câmara Municipal de Ouro Preto em que ocorram um dos MDs em estudo. A análise enunciativa buscou descrever, perceptivamente, os possíveis sentidos do uai e suas variantes, no falar mineiro dentro de um recorte da comunidade de fala ouropretana, a partir dos trechos selecionados. Para tal, analisamos cada ocorrência em seus respectivos contextos para compreender e descrever seus significados, considerando o contexto no qual os discursos ocorriam. De forma geral encontramos 4 sentidos para os MDs, a saber: afirmação, dúvida, contestação e desagrado. Os aspectos prosódicos analisados foram a configuração geral da frequência fundamental (F0), a duração dos enunciados e dos MDs, a ocorrência e duração das pausas antes e depois de cada marcador e a intensidade média da realização de cada marcador. O estudo sobre F0 constatou que a maioria dos MDs apresenta curva melódica descendente, com algumas variações. Os MDs apresentaram, também, duração curta e frequentemente foram seguidos por pausas. Para os valores de intensidade, observamos maiores médias nos usos de uai com sentido de contestação. Sobre a prosódia enquanto fator que contribui para a construção de sentidos do MD uai e suas variantes, alguns parâmetros prosódicos se mostraram relevantes para distinguir os sentidos atribuídos ao termo. Sobre os dados de afirmação encontramos que a maioria apresentou curva melódica descendente, correlação entre os enunciados e seus respectivos MDs e pausa prosódica após o MD. Para os dados de contestação, a maioria apresentou curva descendente, correlação entre os enunciados e seus respectivos MDs, intensidade maior e pausa antes da realização dos MDs. Para os dados de desagrado, encontramos a maioria com curva descendente, uma menor variabilidade, intensidade menor e pausa após o MD. Por fim, para os dados de dúvida, a maioria com curva descendente, maior variabilidade dos dados, assimetria negativa, correlação entre os enunciados e seus respectivos MDs, maior duração, pausa antes do MD. Os resultados desta pesquisa poderão contribuir para o avanço do conhecimento dos marcadores discursivos em contexto brasileiro, principalmente no que tange aos marcadores aqui estudados, uai, uê e ué, fornecendo uma compreensão mais aprofundada de suas funções e propriedades acústicas mostrando, também, sua relevância dentro dos estudos linguísticos.Item Formação continuada : análise dos impactos do PNAIC na prática docente de professoras alfabetizadoras das escolas públicas municipais de Mariana – MG.(2021) Calixto, Suely de Oliveira; Antunes, Leandra Batista; Antunes, Leandra Batista; Lages, Rita Cristina Lima; Bodolay, Adriana NascimentoA preocupação central desta pesquisa é compreendermos qual o impacto do Pacto Nacional Pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC) na prática pedagógica das professoras alfabetizadoras no município de Mariana - MG. No desenvolvimento da pesquisa, foi feita revisão bibliográfica sobre alfabetização e letramento, formação docente e as políticas de alfabetização e de avaliação, bem como um levantamento documental relacionado aos sujeitos da pesquisa, às professoras de 1º ciclo, e ao contexto de realização desta investigação, a rede municipal de Mariana - MG. A pesquisa foi conduzida com 16 professoras alfabetizadoras dos anos iniciais do Ensino Fundamental de 05 escolas que participaram do PNAIC entre os anos de 2012 a 2017. Empregaram-se como instrumentos de geração de dados a análise de documentos públicos, questionários e entrevistas semiestruturadas. Para o tratamento dos dados, recorreu-se à análise quantitativa descritiva (no caso dos documentos e parte dos questionários) e análise textual discursiva (no restante dos questionários e nas entrevistas). Os resultados demonstram que a maioria das professoras reconhece que o PNAIC trouxe contribuições significativas para suas práticas pedagógicas, dentre elas, a troca deexperiências com os pares e a aquisição de novos conhecimentos. Percebe-se também que, na visão das alfabetizadoras, o PNAIC foi responsável por mudanças em suas práticas como, o uso de novos métodos em suas aulas, a prática da leitura deleite, a elaboração de formas mais lúdicas para trabalhar os conteúdos em sala de aula, passando a utilizar materiais concretos e jogos. Assim, pode-se concluir que o PNAIC, segundo as docentes, teve repercussões positivas no campo da alfabetização em Mariana - MG.Item O papel da prosódia na expressão de atitudes de ataque ao ethos no discurso político.(2016) Moura, Leandro da Silva; Antunes, Leandra Batista; Galinari, Melliandro Mendes; Lima, Helcira Maria Rodrigues de; Marusso, Adriana SilviaOs estudos prosódicos ganharam espaço no cenário linguístico nas últimas décadas e, mais recentemente, a prosódia dos afetos sociais tem chamado a atenção dos prosodistas. Estudar a prosódia de uma língua significa, em alguma medida, compreender como se dão os processos de organização da melodia, do ritmo e da intensidade, junto aos demais elementos linguísticos que também fazem parte da língua. Na Antiguidade Clássica, a associação prosódia-discurso/demais elementos linguísticos já era sinalizada, quando, na Retórica, encontramos menção às questões relacionadas ao ritmo, ao volume e à harmonia, ou seja, ao que hoje chamamos prosódia, entendidos como elementos retóricos importantes para as construções discursivas. Se pensarmos em situações de debates político-eleitorais televisionados, podemos ver que os elementos prosódicos compõem a argumentação retórica. Partindo da hipótese de que parâmetros prosódicos como a F0, a duração e a intensidade são ajustados na expressão das atitudes, funcionando como pistas para a caracterização e o reconhecimento destas, o objetivo geral deste trabalho é investigar qual o papel da prosódia na expressão de atitudes de ataque no discurso político, sobretudo, nos momentos de ataque ao ethos e de desqualificação do outro. O corpus deste trabalho é composto por quatro debates político-eleitorais televisionados, realizados em 2014 entre os candidatos ao governo de Minas Gerais. Nesses debates, foram selecionados 50 enunciados, sendo 31 críticos, 7 irônicos e 12 neutros, validados em um teste de percepção, que contou com a participação voluntária de 22 falantes nativos de português brasileiro. Para atingir nosso objetivo, as 50 frases passaram por análise acústica, com o auxílio do software PRAAT®, na qual foram observadas questões relacionadas à F0, à duração e à intensidade. No que respeita à F0, nos ativemos a: pontos inicial, final, mínimo, máximo, média e tessitura do enunciado, além dos movimentos melódicos finais e de ênfase. Quanto à duração, observamos a velocidade de fala, por meio do cálculo das taxas de articulação e de elocução e a duração das pausas, quando presentes, além da duração média de sílabas prolongadas, da última pretônica e da última tônica do enunciado. Para a intensidade, observamos apenas a média por enunciado, pois não tivemos controle das gravações, o que possibilitaria uma análise mais detalhada desse parâmetro. Os resultados nos mostraram que a crítica tende a apresentar valores mais altos de F0 em todos os pontos do enunciado medidos. Além disso, encontramos um padrão predominantemente descendente para o movimento final, que acontece com registros de frequência também mais altos em relação ao neutro. As taxas de articulação e de elocução evidenciam que os locutores tendem a expressar a crítica com uma fala mais lenta, preenchida por pausas. Notamos ainda a presença de prolongamentos e de movimentos circunflexos em elementos enfatizados, mostrando como os parâmetros de F0 e de duração se complementam na expressão das atitudes. Outras estratégias prosódicas foram notadas na expressão da crítica, como uma mudança de qualidade de voz de dois locutores, o que pode funcionar como pista para a caracterização dessa atitude. No que tange à ironia, não encontramos um único padrão prosódico a ser seguido. Acreditamos, assim, que os locutores adotam estratégias individuais na expressão dessa atitude, além de usarem outros elementos, como o riso, para corroborar a construção de sentido irônico. Desse modo, evidenciamos que a prosódia é um elemento linguístico que faz parte da argumentação e atua de maneira bastante expressiva nos momentos de desqualificação do outro quando se trata, no caso deste trabalho, de discurso político.Item O papel do gênero na revisão e na avaliação textual.(2011) Antunes, Leandra Batista; Coelho, Sueli MariaEste artigo tem por objetivo alertar para a importância do gênero na revisão e na avaliação textual, dirigindo-se a revisores, professores e alunos de Língua Portuguesa. A partir de discussão teórica e de ilustração de proposta de análise de dois gêneros, busca-se mostrar que a identificação do gênero é imprescindível para determinar decisões do revisor ou do avaliador quanto a possíveis alterações no texto.Item Pós-método e letramento crítico : abordagens metodológicas com professores de língua inglesa de escolas públicas.(2022) Moreira, Cláudia Marina Leite; Antunes, Leandra Batista; Antunes, Leandra Batista; Lima, Fernando Silvério de; Gervai, Solange Maria SanchesEsta pesquisa teve como intuito investigar, junto a professores de língua inglesa de escolas públicas, quais métodos eles têm utilizado em suas aulas e se eles possuem autonomia para adaptar suas práticas à diferentes contextos e realidades, sob a perspectiva do Pós-Método; e se essas aulas são focadas no contexto e realidade em que o aluno está inserido, enfatizando o seu papel enquanto sujeito crítico e pensante na sociedade, sob a perspectiva do Letramento Crítico. Com isso, esse trabalho objetivou aproximar as teorias e a prática, por meio de ações que possam contribuir positivamente para a atuação dos professores e pesquisadores. Como aporte teórico, essa pesquisa se baseia principalmente nos conceitos de Kumaravadivelu (1994, 2001, 2003, 2006a/b, 2016), Canagarajah (1999, 2006, 2009) e Prabhu (1987, 1990, 2001) no que tange a perspectiva do Pós-Método, igualmente dialogando com teorias acerca do ensino- aprendizagem de linguas, de autores que abordam essa temática, nomeadamente: Brown ́ (1997), Richards; Rodgers (1982, 2001), Celani (1997, 2002, 2009, 2010), Almeida Filho (2005, 2009, 2013), Thornbury, (2013), Oliveira (2014) e Allwright (1991). Para fazer uma ponte entre os conceitos citados e os estudos sobre Letramento Crítico, essa pesquisa também colhe sustentação teórica em diversos autores reconhecidos que desenvolvem trabalhos acerca do tema, como Street (1995), Soares (1998), Kleiman e Signorini (1995), Ferraz (2012), Lankshear e Knobel (2003), Mattos (2011), Motta (2008) e Rojo (2009). Foi ofertado um minicurso dividido em três dias a fim de ouvir professores de escolas públicas sobre os temas apresentados nesse trabalho trazendo suas perspectivas e experiências e através de uma pesquisa qualitativa de cunho etnográfico baseada em autores como Crocker (2009) e Merriam (1998), foram gerados os dados necessários para discussão e análise. As informações trazidas foram construidas base ́ adas nos relatos reflexivos dos profissionais por meio de um questionário e de compartilhamentos de experiências no minicurso, assim como nas minhas próprias percepções enquanto docente. Os relatos apresentados indicam que boa parte dos professores participantes já utiliza os preceitos do Pós-Método em suas aulas, sem mesmo conhecer o termo ou o que ele defende, além de trabalharem também dentro da perspectiva do Letramento Crítico lecionando aulas que incentivam a autonomia e senso crítico do aluno enquanto sujeito pensante na sociedade em que está inserido. Nas considerações finais, retomando as perguntas norteadoras desta pesquisa, procurei adotar uma postura crí tica e reflexiva acerca do processo de ensino e aprendizagem da Língua Inglesa, refletindo e discutindo sobre as questões apresentadas.Item As praticas discursivas de Marília Gabriela em entrevistas com atores considerados galãs da televisão brasileira.(2016) Gonçalves, Sineide; Rodrigues Júnior, Adail Sebastião; Antunes, Leandra Batista; Baptista, Patrícia Rodrigues Tanuri; Gonçalves, Clézio RobertoEsta pesquisa considera o estudo da língua em contextos sociais específicos, denominados contextos microecológicos (GOFFMAN, 1974), baseando-se nas abordagens sobre o estudo da fala na Sociolinguística Interacional (GOFFMAN, 2013 [1974]; GUMPERZ, 2013 [1982]); (TANNEN & WALLAT, 2013 [1986]) em interface com a prosódia (HIRST & DI CRISTO, (1998)). Este trabalho analisou os aspectos da construção de sentido discursivo e propósito comunicativo de Marília Gabriela diante de três entrevistados diferentes e mensurou as variações prosódicas de frequência fundamental e duração, enfatizando as formas de como o discurso se estruturou no decorrer da interação. Para a aplicação dos conceitos utilizamos três entrevistas veiculadas pelo canal GNT, do programa MARÍLIA GABRIELA ENTREVISTA: a) a primeira com os atores Reynaldo Gianecchini e Maria Fernanda Cândido; b) a segunda com o ator Murilo Benício e c) a terceira com o ator Marcos Palmeira. As transcrições dessas entrevistas foram realizadas conforme orientações dos etnometodólogos Sacks, Schegloff, Jefferson (1974) e do linguista Marcuschi (2003). Ao observar o monitoramento dos indicadores linguísticos e não linguísticos realizados por Marília Gabriela nas suas interações face-a-face com atores considerados galãs da televisão brasileira, os resultados deste estudo revelaram que os tópicos das entrevistas foram direcionados pelos diferentes esquemas de conhecimento que Marília Gabriela possuía a respeito dos seus entrevistados. Esse resultado corrobora a hipótese levantada de que os diferentes esquemas de conhecimento de Marília Gabriela acerca de seus entrevistados direcionaram as suas mudanças de footing marcadas pelas pistas de contextualização e por parâmetros prosódicos.Item Prosódia e persuasão no discurso religioso neopentecostal : um estudo de caso.(2017) Alves, Cristiane Navais; Antunes, Leandra Batista; Bodolay, Adriana Nascimento; Antunes, Leandra Batista; Mendes, Paulo Henrique AguiarEste trabalho tem por objetivo verificar o papel da prosódia na persuasão no discurso religioso neopentecostal. Para isso, procuraremos mostrar o comportamento de determinados parâmetros prosódicos nos afetos sociais de autoridade, conselho, crítica e falsa modéstia, bem como discutir a importância desses afetos na construção do ethos discursivo e do discurso em questão. Analisamos dois líderes brasileiros de forte influência midiática e analisamos como eles conduzem suas pregações, do ponto de vista prosódico e discursivo, sinalizando na fala seus afetos, posicionamentos, julgamentos e valores e como a conjunção desses fatores contribui para persuadir. O corpus da pesquisa é composto por 8 vídeos (4 para cada locutor) de cultos religiosos televisionados. Desses vídeos foram selecionados 180 enunciados contemplando os respectivos afetos sociais: neutro, autoridade, conselho, crítica e falsa modéstia. Os enunciados foram analisados acusticamente por meio do software PRAAT®, em que foram observadas questões relacionadas à F0, à duração e à intensidade. Outro parâmetro observado, porém perceptivamente, foi a qualidade de voz. O resultado comprovou que a prosódia, um dos componentes linguísticos responsáveis pela construção do sentido em discursos orais, contribui para a persuasão no discurso religioso neopentecostal por meio dos afetos sociais de fala.Item A realização variável do fonema /r/ em Itaguara (MG) e Itaúna (MG).(2017) Carmo, Juraci da Silva; Gonçalves, Clézio Roberto; Antunes, Leandra Batista; Gonçalves, Clézio Roberto; Antunes, Leandra Batista; Oliveira, Josane Moreira de; Rodrigues Júnior, Adail SebastiãoEsta pesquisa trata da produção do fonema /R/ em final de sílaba nas cidades de Itaguara (MG) e Itaúna (MG). O trabalho parte de uma constatação assistemática – conversa informal com moradores de cada cidade – na qual foi possível observar um comportamento bastante curioso: os moradores de Itaúna (MG) utilizam amplamente em sua fala a realização retroflexa do fonema /R/; já em Itaguara (MG) o mesmo não acontece, ou seja, ainda que haja a produção do fonema /R/ na fala dos moradores de Itaguara (MG), ela não é tão comum como na fala dos moradores de Itaúna (MG). Tendo as cidades relações próximas, o mais comum seria que compartilhassem dos mesmos traços linguísticos, pois, como comprova Labov (2008 [1972]), língua e relações sociais são indissociáveis. O objetivo geral do trabalho foi descrever o falar das cidades de Itaguara (MG) e Itaúna (MG), no que se refere à realização do fonema /R/, procurando explicar essa realização a partir do arcabouço teórico da Sociolinguística Laboviana. Para a execução da pesquisa, foi adotado como modelo teórico-metodológico a Teoria da Variação e Mudança Linguística, também conhecida por Sociolinguística Quantitativa. Já para as análises fonêmicas, foi utilizado o Modelo Fonêmico como aporte teórico. Foram selecionados 20 informantes – 5 mulheres e 5 homens em cada uma das cidades – e os métodos utilizados para a coleta de dados foram a narrativa oral espontânea e a entrevista. A gravação dos dados foi feita com a utilização de um gravador digital e sua audição com a utilização do software PRAAT, que permite, entre outras coisas, analisar acusticamente a voz e fazer edições e sínteses de fala. Os resultados da pesquisa confirmaram o que já havia sido percebido assistematicamente: o fonema /R/ retroflexo tem alta frequência na fala dos moradores de Itaúna (MG); já em Itaguara (MG), o fonema tem uma alternância maior com outras variantes do fonema /R/, principalmente com a fricativa glotal desvozeada . Além disso, a pesquisa permitiu perceber que pode haver em Itaguara (MG) uma mudança em progresso, ou seja, é possível que o fonema /R/ retroflexo deixe de ser utilizado pelos moradores de Itaguara (MG), já que sua frequência tem sido cada vez menor.Item Representações de norma linguística para professores de língua portuguesa do ensino fundamental II.(2020) Timóteo, Ana Carolina de Aguiar Gonçalves; Mendes, Soélis Teixeira do Prado; Sól, Vanderlice dos Santos Andrade; Mendes, Soélis Teixeira do Prado; Sól, Vanderlice dos Santos Andrade; Antunes, Leandra Batista; Guimarães, Daniela Mara Lima OliveiraEste trabalho apresenta um levantamento das representações acerca de norma linguística que têm professores de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental II. Observar a prática de colegas mais experientes é condição para se tornar professor. A partir daí, o observador relata e analisa aquilo que assistiu. Entretanto, ouvir o professor em exercício também pode colaborar para esse processo formador constante. É nesta perspectiva que este estudo caminha: ouvir professores no que se refere aos aspectos de norma linguística. Partindo da descrição histórica da institucionalização da Língua Portuguesa no Brasil, perpassamos também os caminhos da fixação dessa língua como disciplina a ser ensinada nas escolas. Discorremos sobre a legislação brasileira no que se refere às prescrições curriculares (PCN e BNCC) para ensino de Língua Portuguesa no Brasil, e procuramos mostrar como essas prescrições nos parecem imprecisas no que concerne à ideia de norma linguística. Analisamos, então, as ideias de norma para alguns teóricos, partindo dos preceitos estruturalistas de Saussure e atingindo linguistas brasileiros que investigam a questão da norma linguística da Língua Portuguesa. Este trabalho se vale em sua metodologia de um questionário proposto aos professores participantes no processo investigativo e procurou levantar as representações de determinado grupo de sujeitos. Assim, o objetivo foi identificar e descrever as representações de norma linguística que têm os professores de Língua Portuguesa do ensino fundamental II. O campo de pesquisa é uma cidade do interior de Minas Gerais, Itabirito, cujos professores participantes são funcionários da rede municipal de ensino. OS resultados dessa dissertação apontam para três eixos representativos – a saber: norma culta: sinônimo de padrão; o uso é oposto à norma padrão e à norma culta; adequação linguística. Esta pesquisa lançou luz à voz docente, um dos protagonistas do processo ensino-aprendizagem - o professor - e salientar as inconsistências tanto nos referenciais teóricos quanto nos documentos que regem o ensino de Língua Portuguesa são refletidos nas representações mapeadas neste estudo.Item Revisão textual : para além da revisão linguística.(2010) Coelho, Sueli Maria; Antunes, Leandra BatistaEste artigo pretende reforçar a ideia de que a revisão textual deve extrapolar a simples correção de questões gramaticais e ortográficas nos textos. Para além dessas questões, observar parâmetros como o gênero e a textualidade no material a ser revisado, bem como se ele está adequado em relação a normas de publicação, discussão do tema e aspectos gráficos faz-se fundamental para uma boa revisão textual. Após discussões teóricas a respeito de aspectos globais do texto, tais como a noção de gêneros textuais/discursivos e a de textualidade, buscou-se mostrar, por meio da análise de três textos (um resumo acadêmico, uma notícia retirada de um sítio e uma piada) como os aspectos aqui discutidos influenciam na tomada de decisões do revisor.Item A variação do fonema /r/ em coda silábica nas cidades de Patos de Minas, Uberlândia e Varginha.(2016) Antunes, Leandra Batista; Lourdes, Renata Lena deEste estudo investigou a realização fonética do /R/ em coda silábica (posição posvocálica) no falar das cidades de Patos de Minas, Uberlândia e Varginha. Partindo da hipótese de que em tais cidades se faz uso do retroflexo, segundo estudos anteriores, foi gravada a leitura de um texto e foi feita uma breve entrevista com falantes dessas cidades, verificando o uso do retroflexo ou de outras variedades fonéticas, a fim de descrever quais sons podem se realizar foneticamente na pronúncia do /R/ nessas cidades. Pelos dados analisados, observou-se a realização retroflexa do /R/ nas cidades de Uberlândia e Varginha, enquanto em Patos de Minas o uso mais frequente foi do som fricativo.Item Variação na escrita do /r/ final : uma análise em textos escritos e dados orais de alunos do ensino fundamental I.(2019) Martins, Karine Gonçalves; Mendes, Soélis Teixeira do Prado; Guimarães, Daniela Mara Lima Oliveira; Mendes, Soélis Teixeira do Prado; Guimarães, Daniela Mara Lima Oliveira; Antunes, Leandra BatistaEsta dissertação tem como objetivo investigar, com vistas a compreender parte do processo de aquisição da escrita, o seguinte fenômeno de variação: realização x não realização do /R/ em coda silábica final, em verbos no infinitivo, na escrita de alunos do Ensino Fundamental I. Esta pesquisa respalda-se teoricamente na perspectiva psicogenética de compreensão da evolução da linguagem escrita; nas teorias que abordam a relação entre oralidade, fonologia e escrita e na Sociolinguística, mais especificamente na Sociolinguística Educacional. Para a constituição dos corpora foram coletados textos escritos e gravados áudios de dez alunos do 3º ano do Ensino Fundamental I, de uma escola da rede pública estadual de um distrito da cidade de Mariana- MG. Assim, verificamos as relações entre a fala e a escrita estabelecidas por esses alunos, a fim de compreendermos o fenômeno de variação supracitado, bem como suas hipóteses sobre a escrita. Com base específica no caso de variação investigado, os resultados, quando de uma análise quantitativa, apontam para um baixo índice de apagamento do /R/ na escrita, o que, a princípio, caracteriza pouca influência da fala na escrita dos alunos. No entanto, esses mesmos resultados, quando analisados qualitativamente e, a partir do levantamento de outros tipos de erros presentes nos textos dos alunos cuja motivação encontra-se também na relação entre essas duas modalidades da língua, constatamos que há ainda grande influência da oralidade na escrita das crianças sujeitos desta pesquisa.Item Variação prosódica mineira no âmbito do projeto AMPER-POR.(2019) Antunes, Leandra Batista; Bodolay, Adriana NascimentoEste estudo objetiva investigar a variação prosódica no estado de Minas Gerais, no falar de quatro cidades, a fim de caracterizar a prosódia nelas utilizada e de verificar se há diferenças prosódicas tanto quanto são atestadas diferenças segmentais nos falares mineiros. Para isso, foram gravadas sentenças de acordo com a metodologia do Projeto AMPER; destas, foram estudadas sentenças declarativas e interrogativas totais com final paroxítono por meio de medidas de frequência fundamental, intensidade e duração. Os dados prosódicos analisados foram semelhantes nas quatro cidades, mostrando que a prosódia não parece ser um fator primordial para distinção dialetal em Minas.