Navegando por Autor "Alkmim, Fernando Flecha de"
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Item Age of the Ribeirão da Folha ophiolite, Araçuaí orogen : the U-Pb zircon (LA-ICPMS) dating of a plagiogranite.(2007) Queiroga, Gláucia Nascimento; Soares, Antônio Carlos Pedrosa; Noce, Carlos Maurício; Alkmim, Fernando Flecha de; Pimentel, Márcio Martins; Dantas, Elton Luiz; Martins, Maximiliano de Souza; Castañeda, Cristiane; Suita, Marcos Tadeu de Freitas; Prichard, HazelO Orógeno Araçuaí, de idade neoproterozóica, se estende da margem sudeste do Cráton do São Francisco ao Oceano Atlântico, entre os paralelos 15° e 21° S. O estágio rifte da bacia precursora do Orógeno Araçuaí é balizado pela idade U-Pb SHRIMP de ca. 875 Ma dada por granitos anorogênicos. A evolução orogênica é subdividida nos estágios pré-colisional (ca. 630-585 Ma), sin-colisional (ca. 585-560 Ma), tardi-colisional (ca. 560-530 Ma) e pós-colisional (ca. 530-490 Ma). Remanescentes de rochas magmáticas de assoalho oceânico, localizados no setor central deste orógeno, têm sido descritos na literatura geológica desde 1990. O mais completo destes registros oceânicos é o ofiolito de Ribeirão da Folha, situado nos arredores da vila homônima, no município de Minas Novas, MG. O ofiolito de Ribeirão da Folha é uma associação litológica tectonicamente desmembrada, composta por fatias de rochas meta-ultramáficas e metamáficas que foram embutidas por empurrões em pacotes da Formação Ribeirão da Folha (unidade distal do Grupo Macaúbas). Esta formação, na área enfocada, consiste de micaxistos e cianita-grafita xistos (pelitos pelágicos), com intercalações de metacherts sulfetados, diopsiditos sulfetados, corpos de sulfetos maciços, formações ferríferas bandadas dos tipos óxido, sulfeto e silicato, e orto-anfibolitos finos (metabasaltos), metamorfisados nas zonas da cianita da fácies anfibolito médio. Dados geotermobarométricos dos micaxistos peraluminosos revelaram condições metamórficas em torno de 550º C a 5,5 kbar. As assinaturas litoquímicas das rochas metamáficas e meta-ultramáficas revelam afinidade ofiolítica e origem em assoalho oceânico. Os dados isotópicos Sm-Nd destas rochas mostram valores positivos de epsilon Nd (+3 a +7), e as idades modelo e isocrônica sugerem desenvolvimento de litosfera oceânica durante o Neoproterozóico. Todas as tentativas anteriores de recuperação de zircão a partir de volumosas amostras das rochas metamáficas foram infrutíferas. Contudo, corpos leucocráticos semelhantes a plagiogranito foram reconhecidos poucos anos atrás e se tornaram um dos principais alvos da tese de doutorado da primeira autora. Estes corpos ocorrem sob a forma de veios irregulares com dimensões milimétricas a centimétricas (até 50 cm), e são encaixados por orto-anfibolito bandado de granulação média a grossa (metadolerito a metagabro). Os corpos leucocráticos consistem de metaplagiogranito foliado, composto essencialmente por plagioclásio cálcico com bordas albíticas, quartzo, hornblenda e epidoto, com titanita, sulfeto, apatita e zircão como os principais minerais acessórios. Os cristais de zircão da amostra de plagiogranito são euédricos e muito límpidos, e mostram morfologia prismática elongada (3:1), sugerindo origem magmática. Análises U-Pb por LA-ICPMS (Laser Ablation Inductively Coupled Mass Spectrometry) foram realizadas em dezoito cristais de zircão e mostram resultados concordantes, indicando idade de cristalização magmática de 660 ± 29 Ma. Esta idade baliza a época de geração de crosta oceânica na bacia precursora do Orógeno Araçuaí. O espalhamento de algumas das análises ao longo da curva concórdia sugere perda de Pb devido ao metamorfismo de fácies anfibolito em ca. 580 Ma. A idade de ca. 660 Ma plagiogranito precede a maior idade U-Pb (ca. 630 Ma) de tonalitos deformados do arco magmático pré-colisional, bem como a idade U-Pb (ca. 582 Ma) dos granitos sincolisionais mais antigos.Item Age of the Serra do Martins Formation, Borborema Plateau, northeastern Brazil : constraints from apatite and zircon fission track analysis.(2008) Morais Neto, João Marinho de; Green, Paul Frank; Karner, Garry David; Alkmim, Fernando Flecha deResults of apatite and zircon fission track analysis of samples from the Serra de Santana mesa provide quantitative constraints on the depositional age of the nonfossiliferous Serra do Martins Formation. This unit consists of sedimentary remnants preserved at high elevations on the Borborema Plateau and its distribution and age are considered important in understanding the geomorphological evolution and denudation history of northeastern Brazil following the early Cretaceous breakup. We also report apatite fission track results from post-rift units of the Potiguar Basin (Açu and Tibau formations). Apatite fission track analysis (AFTA) of samples from the Serra do Martins Formation suggests that they reached maximum paleotemperatures around 60°C, from which they began to cool some time between 30 and 0 Ma. Due to the high thermal gradients related to the prolonged Cenozoic volcanism in the study area, we hypothesize that the paleotemperatures modeled for those samples may be related dominantly to an anomalous heat flow, rather than to significant burial. Zircon fission track analysis (ZFTA) in two samples of the Serra do Martins Formation yields ages of 135±18 Ma and 165±40 Ma, but both samples show a significant spread in the data, and the youngest population of grains in these samples are characterized by ages of 83±5 Ma and 64±5 Ma, respectively. As the AFTA data show that these ages have not been reset after deposition, the zircon fission track ages must represent inherited provenance ages, demonstrating that those sediments can be no older than Paleocene. Independent lithological observations provide additional support to reject a stratigraphic correlation between the Serra do Martins and Açu formations. Combining the AFTA and ZFTA results, and integrating available geological evidence, we suggest that the Serra do Martins Formation was deposited some time between 64 and 25 Ma (Paleocene-Oligocene). Modeled thermal history solutions from AFTA in the Serra do Martins Formation samples suggest a cooling event during late Cretaceous/early Paleogene, interpreted as reflecting exhumation of sediment provenance terrain. The resulting erosional products form the clastics for the Serra do Martins Formation, which were deposited on an extensive regional planation surface – the Borborema Surface.Item An Early Tonian rifting event affecting the São Francisco-Congo paleocontinent recorded by the Lower Macaúbas Group, Araçuaí Orogen, SE Brazil.(2019) Castro, Marco Paulo de; Queiroga, Gláucia Nascimento; Martins, Maximiliano de Souza; Alkmim, Fernando Flecha de; Soares, Antônio Carlos Pedrosa; Dussin, Ivo Antonio; Souza, Maria Eugênia Silva deAfter it had been assembled in the very early Orosirian, the western São Francisco–Congo Paleocontinent experienced several rifting events since the Statherian (ca. 1750 Ma) to Cryogenian (ca. 700 Ma). Records of anorogenic magmatism and/or associated sedimentation from those events have been found in the Neoproterozoic Araçuaí–West Congo orogenic system (AWCO), located between the São Francisco (eastern Brazil) and Congo (central Africa) cratons. Based on detailed field studies and data from lithochemistry, zircon and titanite U-Pb dating, whole-rock Nd and Hf-in-zircon isotopic analyses, we characterize a previously poorly described Early Tonian, rift-related, volcano-sedimentary succession in order to decipher the evolution of the AWCO precursor basins. That volcano-sedimentary succession, found in the Capelinha Formation type-area, now assigned to the Lower Macaúbas Group, includes quartzites with lenses of ortho-amphibolite (metabasalt) covered by pelitic schists. Zircon grains from ortho-amphibolite samples yielded ages of 957 ± 14 Ma and 576 ± 13 Ma, constraining their magmatic crystallization and regional metamorphism, respectively. These mafic rock show ƐNd(t) from −3.64 to +0.21 and Nd TDM ages from ca. 1.4 to ca. 1.7 Ga. Positive covariation of FeOtot/MgO + FeOtot, TiO2, P2O5, V and Zr, enrichment in light rare earth elements, slightly positive Eu/Eu* anomaly and depletion of high field-strenght elements, suggest tholeiitic protolith related to a continental rifting setting. The metasedimentary rocks show broad spectra of detrital zircon ages from the Early Tonian (ca. 940 Ma) to Paleoarchean, with wide-ranging ƐHf values from predominantly negative (as low as −10.76) to positive (+9.94), evoking well-known sediment sources in the São Francisco–Congo Paleocontinent. The youngest age peak (949 ± 12 Ma) constrains a maximum sedimentation age coeval with the basaltic volcanism represented by the ortho-amphibolite. The Capelinha volcano-sedimentary succession nearly correlates in age and origin with other anorogenic units (e.g., Ilhéus and Pedro Lessa dike swarms, Salto da Divisa granitic suite, Gangila basaltic and Mayumbian felsic volcanisms) found in a large region covered by the AWCO and neighbouring cratonic region. However, the Capelinha magmatism seems to preceed by some 20–30 m.y. the main peak (930–900 Ma) of this Early Tonian anorogenic magmatism, suggesting a long-lived and complex rift system.Item Análise estratigráfica das formações Serra do Catuni e Chapada Acauã inferior, grupo macaúbas, ao longo do paralelo 17°30’S, região Centro-Oeste de Minas Gerais.(2023) Oliveira, Leon Dias; Queiroga, Gláucia Nascimento; Martins, Maximiliano de Souza; Castro, Marco Paulo de; Martins, Maximiliano de Souza; Uhlein, Alexandre; Alkmim, Fernando Flecha deA bacia Macaúbas, neoproterozoica e precursora do orógeno Araçuaí–Oeste Congo, registra pelo menos três fases de rifteamento antes da instauração da margem passiva. A última fase, desenvolvida durante o período Criogeniano, é formada por uma pilha sedimentar que apresenta expressiva variação faciológica vertical e lateral no sentido do aprofundamento da bacia, em direção a leste, onde ocorrem as maiores espessuras da unidade. Dentre outras, contém camadas de diamictitos, postulados na literatura especializada como remanescentes da atividade de geleiras relacionadas às glaciações do Neoproterozóico, de abrangência global. A análise estratigráfica das formações Serra do Catuni e Chapada Acauã Inferior ao longo da região balizada pelo paralelo 17°30’S e pelos meridianos 43°30’W e 43°00’W (segmento rio Macaúbas, Planalto de Minas, Terra Branca, Caçaratiba e Turmalina) constitui o objetivo da presente dissetação, e visa contribuir para o entendimento da evolução tectôno-sedimentar deste sistema rifte. Foram realizados levantamentos estratigráficos em escala de detalhe (1:100) ao longo das unidades criogenianas presentes nestas regiões, que permitiram a identificação de seis associações de litofácies relacionadas a um ambiente marinho profundo. Variações na composição do arcabouço sedimentológico e na distribuição espacial das associações de litofácies possibilitou o reconhecimento de quatro setores, de oeste para leste: rio Macaúbas, Terra Branca, Baixadão e Turmalina, que correspondem a diferentes porções de dois grabens separados por um alto estrutural. A análise das associações de litofácies possibilitou agrupá-las em três sequências sedimentares associadas aos diferentes estágios subsequentes que refletem a evolução progressiva de falhas normais deste sistema rifte, denominadas início, clímax e término de rifte. A sequência início de rifte registra a primeira fase da sedimentação da bacia, caracterizada como produto de sucessivos pulsos de correntes de turbidez e fluxos de detritos coesivos de baixa resistência, impulsionados pela atividade tectônica inicial do processo de rifteamento. Seu registro sedimentar apresenta granulometria fina a média, em sua base, e tende a apresentar granulometria grossa e mal selecionada em seu topo. A sequência clímax de rifte sobrepõe abruptamente a sedimentação inicial e é caracterizada como produto de fluxos de detritos coesivos de resistência alta e moderada e correntes de turbidez de alta densidade, em sistema de leques subaquosos associados as escarpas de falha. Seu registro sedimentar apresenta granulometria grossa e baixo maturidade textural. Por fim, a sequência término de rifte é caracterizada como a fase final de evolução do sistema rifte e sua transição para o estágio margem passiva da bacia Macaúbas. Seu registro sedimentar foi gerada por correntes de turbidez e processos pelágicos. Assim, de forma geral, as formações Serra do Catuni e Chapada Acauã Inferior registram a evolução de uma bacia rifte marinha, cujo preenchimento sedimentar, foi inicialmente gerado por processos gravitacionais, correntes de turbidez e fluxos de detritos, desencadeados por atividade tectônica, que são sobrepostos por uma espessa sedimentação marinha distal. Desta forma, as formações Serra do Catuni e Chapada Acauã Inferior são interpretadas como equivalentes laterais e correspondem ao preenchimento de dois grabens, proximal e distal, respectivamente.Item Análise estrutural da tectônica deformadora da Bacia de Itajaí, estado de Santa Catarina, Brasil.(1992) Rostirolla, Sidnei Pires; Soares, Paulo César; Alkmim, Fernando Flecha deStructural analysis of the Itaja" Group has confirmed and increase in deformation magnitude from NW to SE, toward the more deformed zone of the Dom Feliciano mobile belt. This condition is in agreement with the predicted characteristics of a foreland basin deformed in a convergent environment. Two families of tectonic structures were recognized, both corresponding to different deformation phases and associated stress fields. The first represents the late collisional phase of the orogenic cycJe, which caused the development of reverse faults, asymmetric folds, and a conjuga te system of strike-slip faults. The progressive evolution of this convergence led to the change from a frontal to an oblique collision, with dextral-reverse kinematics. The second phase records a post-collisional extensional pulse, leading to the reactivation of earlier structures and inversion of movements along the conjugate system of strike-slip faults.Item Análise estrutural do embasamento e da cobertura no extremo norte do Cinturão de Cavalgamentos da Serra do Espinhaço.(2015) Bersan, Samuel Moreira; Danderfer Filho, André; Uhlein, Alexandre; Alkmim, Fernando Flecha deBuscando um melhor entendimento das relações entre deformação do embasamento e da cobertura em cinturões orogênicos, foi desenvolvido um levantamento estrutural na porção noroeste da faixa Araçuaí, marginal ao cráton São Francisco. A análise estrutural convencional aliada a estudos microestruturais e de paleotensões permitiram interpretar três eventos tectônicos: dois extensionais referentes à implantação dos riftes Espinhaço (Mesoproterozoico) e Macaúbas (Neoproterozoico), e um compressional, com encurtamento crustal polarizado para WNW durante a orogênese Brasiliana (Ediacariano). Sistemas de veios e deslizamentos interestratais de natureza extensional permitiram interpretar uma tectônica transtrativa dextral para o rifte Macaúbas. A geometria extensional desta bacia controlou a inversão tectônica e o estilo deformacional impresso nas rochas do embasamento e da cobertura a leste da borda de falha principal. Foram caracterizadas zonas de cisalhamento reversas de médio a alto ângulo no embasamento, com trajetória curva definindo uma saliência irrotacional. Estruturas compressionais N-S a transpressionais sinistrais ocorrem sobre a cobertura na zona apical da saliência. Os resultados obtidos mostraram que a deformação na porção oriental da região é marcada em parte pelo envolvimento do embasamento na deformação da cobertura. A oeste da borda de falha do rifte Macaúbas ocorre apenas uma deformação thin-skinned, com descolamento sobre o embasamento cratônico.Item Análise geofísica e estrutural da zona de cisalhamento São Vicente, Quadrilátero Ferrífero, MG.(2016) Madeira, Thiago José Augusto; Endo, Issamu; Valadares, Natália; Alkmim, Fernando Flecha deO Quadrilátero Ferrífero é a uma das mais antigas e uma das mais importantes provínciais minerais brasileiras. Essa região apresenta inúmeras propostas de evolução tectônica e modelos de mineralização. Visando contribuir com o conhecimento geológico, foi aplicada a deconvolução de Euler sobre dados geofísicos, gravimétricos e magnetométricos para geração de um modelo tectono-estrutural com informações de nível crustal profundo. A principal finalidade foi a caracterização da geometria tridimensional e cinemática da zona de cisalhamento São Vicente e, subsidiariamente, contribuir para um melhor entendimento dos condicionantes tectono-estruturais e para o modelo de mineralização aurífera. Foram levantadas seções geológico-estrutural ao longo da zona de cisalhamento São Vicente, concomitante a geração dos perfis de deconvolução geofísica, para controle do posicionamento do traço da estrutura e sua anomalia geofísica. As medições estruturais em campo foram levantadas respeitando critérios técnicos que evitam falsas relações cinemáticas. Os perfis bidimensionais de dados gravimétricos foram interpolados e gerada uma superfície 3D para integração, em sistema de informações geográficas, com os perfis magnetométricos e as informações geológicas disponíveis. Com a superfície gravimétrica tridimensional, correspondente a superfície de descolamento basal da Nappe Ouro Preto, foi possível analisar a geometria da estrutura até a profundidade de 10.000 metros. Os perfis de inversão magnéticos atingiram profundidades de mais de 5.000 metros e revelam forte relação com os contatos geológicos das unidades metassedimentares do greenstone belt Rio das Velhas e com as ocorrências de ouro em superfície. Os dados levantados em campo evidenciam uma acreção basal por evolução de uma nappe sobre a zona de cisalhamento São Vicente. De norte para sul, a superfície tridimensional gravimétrica exibe geometrias antiformais e sinformais que representam um dobramento tardio. Esta dissertação mostra a importância de trabalhos desenvolvidos na academia em termos de inovação tecnológica e aplicabilidade, com resultados que permitem novas e mais precisas interpretações quanto a estruturação geológica atual e a evolução tectônica de uma área, além da apresentação de áreas alvos para a prospecção de novos recursos minerais.Item Anatomia da saliência de Paracatu na província mineral de Vazante, Cinturão de Antepaís da Faixa Brasília, Brasil Central.(2023) Arruda, Jessica Alcântara Azevedo Cavalcanti de; Reis, Humberto Luis Siqueira; Alkmim, Fernando Flecha de; Reis, Humberto Luis Siqueira; Melo, Gustavo Henrique Coelho de; Peixoto, Eliza Inez NunesOs cinturões de dobras e falhas correspondem aos componentes tectônicos mais notáveis das porções externas dos sistemas orogênicos. Ocupando o setor mais externo desses componentes, os cinturões de antepaís comumente exibem sistemas de curvas orogênicas que evoluem sob a influência de diferentes fatores geológicos e cuja origem tem sido intensamente debatida ao longo das últimas décadas. No entanto, muitos aspectos de seus mecanismos de controle ainda não estão claros. Neste estudo, investigamos a anatomia e a evolução tectônica da Saliência de Paracatu, hospedeira de Pb-Zn, do cinturão de dobras e falhas de antepaís da Faixa Brasília, Brasil Central. A saliência (isto é, a curva de visualização em mapa com formato côncavo para o antepaís) ocupa a porção externa do Cinturão Brasília Brasiliano/Pan-Africano e evoluiu durante a montagem Ediacarana-Cambriana Gondwana Ocidental. Suas estruturas afetam principalmente o Grupo Vazante composto por rochas siliciclásticas e dolomitícas neoproterozóico e, localmente, os grupos Meso a Neoproterozóico Canastra e Paranoá e o Grupo Ediacarano-Cambriano Bambuí. Visando entender sua arquitetura e contribuir com o estudo das curvas orogênicas, realizamos uma análise estrutural detalhada com base em novas informações de superfície/subsuperfície e revisão da literatura. A Saliência de Paracatu é uma curva antitaxial assimétrica, com tendência NS, de 180 km de comprimento e 60 km de largura, com traços estruturais fortemente convergindo para seus pontos finais. Três grandes conjuntos de estruturas foram identificados na área saliente: i) pré-orogênica, ii) contracional progressiva e iii) extensional tardia. As estruturas pré-orogênicas compreendem principalmente falhas normais de direção NW a ENE que nuclearam durante a evolução Proterozóica do Pirapora Aulacogeno, limitado pelos altos do embasamento de Januária e Sete Lagoas ao norte e ao sul, respectivamente. As estruturas contracionais, principais estruturas da saliência, foram formadas sob um único transporte tectônico dirigido por ENE e compõem um sistema de zonas de cisalhamento e dobras associadas a um descolamento basal localizado no contato com o subjacente Grupo Paranoá dominado por arenitos e que atinge sua profundidade máxima próximo à culminância saliente. Na visualização em mapa, essas estruturas seguem a direção NS na Saliência de Paracatu, curvando-se progressivamente em direção NW e NE ao norte e ao sul, respectivamente. Dobras de direção NW e WNW e outros elementos de contração frágil a frágil-dúctil afetam estruturas de primeira ordem da saliência e foram formadas no episódio de contração tardio. Nossa análise indica que a saliência foi formada como uma curva controlada pela bacia devido a mudanças de espessura ao longo do curso nos estratos pré-deformacionais e contrastes reológicos pré-existentes e provavelmente evoluiu para um arco progressivo controlado pela interação com os altos do embasamento de Januária e Sete Lagoas a oeste durante sua propagação em direção ao antepaís. Falhas normais e transcorrentes foram formadas em um episódio extensional tardio mostrando um σ3 sub-horizontal com tendência NE e um σ1 vertical. Essas falhas deslocam corpos de minério de Zn-Pb por até dezenas de metros nas porções central e norte da saliência, no entanto, a etapa de precipitação das mineralizações ainda é incerta, pela ausência de minerais datáveis.Item Arcabouço estrutural e evolução tectônica do Alto de Januária, bacia do São Francisco (MG) : registro de uma longa história de deformação intracratônica.(2021) Piatti, Bruno Guimarães; Reis, Humberto Luis Siqueira; Alkmim, Fernando Flecha de; Reis, Humberto Luis Siqueira; Amaral, Matheus Henrique Kuchenbecker do; Martins, Maximiliano de SouzaAltos de embasamento intracratônicos e seu conjunto de coberturas sedimentares podem guardar o registro da evolução tectônica das regiões de interior do craton. O alto de Januária, que engloba as rochas do embasamento arqueano-paleoproterozoico e da cobertura sedimentar proterozoica na porção norte da Bacia do São Francisco, registra os eventos tectônicos relacionados à formação do cráton e aos sucessivos ciclos bacinais superpostos que ocorreram entre o Paleoproterozoico e o Mesozoico. O embasamento cristalino consiste em granitoides e gnaisses mais antigos do que 1,8Ga. A cobertura sedimentar engloba sucessões Meso/Neoproterozoicas do Supergrupo Espinhaço e correlativos, sucessões Neoproterozoicas Formação Jequitaí, os depósitos carbonáticos-siliciclásticos do Grupo Bambuí e delgadas coberturas mesozoicas Tendo como objetivo principal acessar esse arquivo geológico, decifrar a história tectônica do alto de Januária nesse intervalo de tempo e investigar a influência de estruturas herdadas do embasamento na sua evolução, foi conduzida uma análise estrutural a partir da integração de dados de superfície com dados de subsuperfície oriundos de 200 linhas sísmicas de reflexão ao longo de uma área situada na porção centro-sudeste do alto. Enfocando as feições Precambrianas e Eopaleozoicas, nosso estudo revelou que o arcabouço tectônico do alto de Januária consiste de 4 grupos de elementos de trama: (i) estruturas dúcteis do embasamento; (ii) falhas extensionais de orientação NW e NE; (iii) estruturas contracionais associadas ao cinturão de antepaís Araçuaí e (iv) estruturas rúpteis de origem incerta. As rochas do embasamento exibem foliação regional de direção NNE truncada por zonas de cisalhamento NNW sinistrais. O sistema de falhas normais se desenvolveu ao longo de dois episódios extensionais. O primeiro marca um rifteamento Meso/Eoneoproterozoico associado ao desenvolvimento do aulacógeno Pirapora sob a influência de um campo extensional com σ3 na direção NE e σ1 vertical. O segundo registra um episódio extensional com com σ3 na direção WNW e σ1 vertical associado ao soerguimento flexural do Alto de Januária induzida pela sobrecarga dos orógenos brasilianos nas margens do Alto de Januária. O conjunto de falhas NW dominam o arcabouço estrutural na margem sul do alto de Januária, enquanto as falhas NNE se tornam mais expressivas junto ao ápice e flancos do alto de embasamento. O avanço do cinturão de falhas e dobras de antepaís Araçuaí sobre o alto de embasamento desenvolveu um conjunto de estruturas contracionais de grande e pequena escala com direção NNE, bem como induziu a inversão parcial de falhas extensionais de direção NE, que afetam as coberturas ediacaranas-cambrianas. Esse episódio denotam um regime compressivo com direção ESE-WNW. Nos estágios tardios, a permuta entre os eixos principais de esforços mínimo e intermediário gerou um regime transcorrente que induziu a formação de veios e fraturas WNW e a reativação de falhas extensionais pre-existentes enquanto sistemas de falhas transpressivas. Quando sua posição coincide com estruturas extensionais herdadas do embasamento, esses corredores transcorrentes NW avançam para além do cinturão de antepais e cortam o domínio intracratônico, onde as dobras assumem orientações não sistemáticas em relação à propagação xviii do fronte de deformação e constituem um registro da propagação far-field dos esforços marginais. Nesse domínio interno do Alto de Januária, outras estruturas de pequena escala e origem incerta os estratos basais da sequência Bambuí. Nossa análise demonstra como o Alto de Januária arquivou boa parte da história proterozoica-eopaleozoica do craton que o contem o dos sistemas orogênicos marginais no interior continental da América do Sul. Além de demonstrar como o altos do embasamento intracratônicos arquivam a memória da deformação intracontinental, nossa análise também elucida aspectos propagação far-field de esforços e do papel que a herança tectônica tem na evolução desses domínios cratônicos.Item Arcabouço estrutural e microestruturas do minério de ferro da jazida Casa de Pedra, Quadrilátero Ferrífero, MG.(2011) Trzaskos, Barbara; Alkmim, Fernando Flecha de; Zavaglia, GuilhermeA Mina de Casa de Pedra, localizada no extremo sudoeste do Quadrilátero Ferrífero, MG, foi submetida a uma investigação estrutural de detalhe, através da qual foi possível conhecer o seu acervo de estruturas, assim como a sua evolução tectônica. Neste estudo procurou-se entender de que forma o arcabouço estrutural da mina influência nas variações dos atributos intrínsecos de seus componentes: mineralogia, porosidade, granulométrica e textura. Foram obtidos os seguintes resultados: unidades expostas na área da mina e arredores foram submetidas a três eventos deformacionais; as frentes de lavra Corpo Oeste e Corpo Principal estão situadas em distintos domínios estruturais e seus minérios exibem diferentes atributos ineralógicos; o minério de ferro proveniente do Corpo Oeste tende a ser mais rico em hematita especular e goethita, com porosidade média de 17%, enquanto que o Corpo Principal tende a ser constituído predominantemente por hematita granular e magnetita, com porosidade média de 20%. Desta forma, pode-se concluir que o arcabouço estrutural condiciona significativamente as características composicionais, textuais e microestruturais dos minérios de ferro.Item Arco magmático Rio Doce : estudos litoquímicos, petrológicos, isotópicos e cronológicos no limite dos Orógenos Araçuaí e Ribeira.(2021) Soares, Caroline Cibele Vieira; Queiroga, Gláucia Nascimento; Soares, Antônio Carlos Pedrosa; Queiroga, Gláucia Nascimento; Alkmim, Fernando Flecha de; Nalini Júnior, Hermínio Arias; Heilbron, Monica da Costa Pereira Lavalle; Novo, Tiago AmâncioA porção plutônica do Arco Magmático Rio Doce compreende a Supersuìte G1, uma assembleia de rochas pré-colisionais do tipo-I, cálcio-alcalina, magnesiana, composta principalmente por rochas de composição tonalítica a granodiorítica, frequentemente contendo enclaves dioríticos a máficos. Esse arco foi edificado por uma intensa atividade magmática entre c. 630 e 580 Ma em uma margem continental, ligando os orógenos Araçuaí e Ribeira no sudeste do Brasil. Os estudos no setor limítrofe entre os orógenos Araçuaí – Ribeira consistiram em trabalhos de campo, petrográficos, litoquímicos, isotópicos (Sm – Nd e Sr), caracterização de zircão (isótopos U-Pb e Lu-Hf, e análises ETR) e modelagem de equilíbrio de fases (P-T) de representantes da Supersuíte G1 e de um enclave de silimanita-granada paragnaisse. Os resultados foram comparados com os compilados do mesmo setor estudado, dos setores central e norte do Orógeno Araçuaí e do setor norte do Orógeno Ribeira. As amostras estudadas incluem rochas graníticas metamorfizadas em graus distintos, identificadas por seus nomes ígneos no diagrama QAP, sienogranito, monzogranito, granodiorito, tonalito, quartzo diorito, ortopiroxênio tonalito e de ortopiroxênio-quartzo diorito. Os numerosos enclaves máficos a dioríticos indicam processos de mistura de magma; o ortopiroxênio magmático assim como o alto teor de CaO (9.34 - 10.36 % em peso) da granada sugerem cristalização de magma na crosta profunda. Os valores εNd (t) variam de - 2,9 a - 13,6, razões intermediárias a altas de 86Sr / 87Sr, de 0,7067 a 0,7165 e idades do modelo TDM Nd de 1,19 Ga a 2,13 Ga. Os resultados εHf(t) e as idades modelo TDM Hf exibem um intervalo amplo entre -30.69 a +1.06 e 1.44 a 2.86 Ga. Os resultados isotópicos indicam fusão parcial da cunha do manto na zona de subducção e anatexia profunda da crosta terrestre com assimilação de material crustal mais antigo (os complexos Juiz de Fora e Pocrane, e paragnaisses). Os dados geocronológicos fornecem uma geração de rocha magmática prolongada, divididos em cinco estágios (E1 a E5) considerando as médias das idades de concórdia: c. 638 Ma (E1), c. 622 Ma (E2), c. 606 Ma (E3), c. 590 Ma (E4) e c. 577 Ma (E5). As determinações geotermobarométricas no enclave do paragnaisse anatético (CS19GRT) resultou em condições P-T de metamorfismo de alto grau de c. 765 °C a 775 °C e 7,6 kbar a 9,2 kbar. Considerando que o (meta) granodiorito que encaixa o enclave apresenta idade mínima de c. 630 Ma (E1 e E2) em grãos de zircão com bordas corroídas, o metamorfismo com anatexia deve ter ocorrido após essa idade, a c. 610 Ma, que é a idade máxima obtida em zircão sem indícios de bordas absorvidas. As condições estabelecidas para assembleia ígnea da amostra CS14CPX, um clinopiroxênio tonalito, são de c. 590 °C a 630 °C e 7,1 a 8,05 kbar. De acordo com a idade de cristalização obtida para essa amostra, essas condições foram atingidas a partir do E3 (c. 608 Ma). Ao comparar a evolução do arco magmático registrada nos setores (i) limite Araçuaí-Ribeira (Orógeno Araçuaí) e norte do Ribeira com os (ii) setores central e norte do Orógeno Araçuaí, o amplo espectro de dados isotópicos de Hf e Nd dos setores (i) aponta para a incorporação de embasamento Riaciano - Orosiriano evoluído e envolvimento mantélico mais jovem. Enquanto os resultados dos setores (ii) sugerem um retrabalhamento de um componente crustal evoluído com pouca mistura de reservatórios crustais. Por sua vez, os dados isotópicos U-Pb compilados em zircão, demonstram que o arco magmático do Rio Doce foi mais ativo no período Ediacarano, entre 574 e 625 Ma, com idades Criogenianas-Tonianas mais antigas (dois intervalos, 641 Ma a 651 Ma e 716 Ma a 760 Ma), registrada nos setores (i). Nos setores (ii) as idades são mais jovens e restritas (pico de 576 Ma a 583 Ma) em comparação aos setores (i) (pico de 583 Ma a 597 Ma). Os picos de idades Ediacaranas definem períodos nos quais o magmatismo deve ter sido mais ativo, mas não indicam quiescência magmática, uma vez que os intervalos são separados por lacunas equivalentes aos erros de idade. O final da construção do arco em c. 574 Ma é proposto para todos os setores, no entanto, as idades mais velhas revelam particularidades tectônicas. Em conjunto, os resultados corroboram com o modelo de que a formação do Sistema Orogênico Araçuaí-Ribeira inicia com a subducção da placa oceânica no sul, onde é mais ampla e o Arco Magmático Rio Doce apresenta maior mistura de componentes crustais e envolvimento mantélico.Item Arquitetura e evolução tectono-metamórfica da Saliência do Rio Pardo, Orógeno Araçuaí, MG.(2017) Peixoto, Eliza Inez Nunes; Alkmim, Fernando Flecha de; Soares, Antônio Carlos Pedrosa; Alkmim, Fernando Flecha de; Lana, Cristiano de Carvalho; Gonçalves, Leonardo Eustáquio; Reis, Humberto Luis Siqueira; Heilbron, Mônica da Costa Pereira LavalleO Orógeno Araçuaí, localizado no sudeste do Brasil, representa a maior porção do sistema orogênico Brasiliano/Pan-Africano Araçuaí-Congo Ocidental (AWCO), desenvolvido no embainhamento entre os crátons do São Francisco e Congo durante a amalgamação do Gondwana Ocidental. O Orógeno Araçuaí pode ser dividido em duas porções principais: o núcleo cristalino, que abrange as rochas de alto grau metamórfico e graníticas, e um cinturão metamórfico externo, a Faixa Araçuaí. A Faixa Araçuaí descreve ao longo da margem sudeste do Cráton do São Francisco uma grande curvatura antitaxial, isto é, cuja convexidade fica voltada para a região de antepaís, denominada Saliência do Rio Pardo. Embora estudada ao longo de seu segmento externo, na conexão com o Aulacógeno do Paramirim, sua porção interna permanece um dos setores menos investigados do orógeno. No presente estudo, são proporcionadas novas informações sobre a Saliência do Rio Pardo em termos de composição estratigráfica, arcabouço estrutural e condições tectono-metamórficas sob as quais se desenvolveu. Geneticamente, a Saliência do Rio Pardo pode ser vista como uma curva primitiva controlada essencialmente pela Bacia Macaúbas. Circundada por blocos de embasamento arqueanos/paleoproterozoicos, as unidades estratigráficas que a preenchem são, da base para o topo: (i) o Supergrupo Espinhaço (Estateriano ao Toniano), (ii) o Grupo Serra do Inhaúma (Toniano), (iii) o Grupo Macaúbas (formações Nova Aurora e Chapada Acauã, Toniano-Criogeniano), (iv) o Complexo Jequitinhonha (Criogeniano-Ediacarano), e (v) a Formação Salinas (Ediacarano). A Bacia Macaúbas é invertida durante as três fases de deformação colisionais do orógeno, resultando em uma linha de frente orogênica sinuosa e complexa. As fases de deformação D1 e D2 são coaxiais e resultam em uma cunha de dupla vergência, com transporte tectônico em direção ao cráton e em direção às porção internas, bem marcada na região de charneira da saliência. Os traços estruturais desta fase perfazem toda a curvatura, variando de N-S no flanco oeste, em torno de E-W na charneira, e WNE-ESE a NW-SE no flanco leste. A fase D3 materializa o encurtamento final de direção WNW-ESE através de estruturas de direção aproximadamente N-S a NNW-SSE na zona de charneira da saliência. Localmente a interferência entre as fases D1/D2 e D3 gera padrão de redobramento em domo-e-bacia. A fase D4 é representada por estruturas de grande escala, como a Zona de Cisalhamento Chapada Acauã e a Zona de Cisalhamento Tingui, e pela reativação normal-sinistral da Zona de Cisalhamento de Itapebi. Essas estruturas são, de uma forma geral, responsáveis pela justaposição de unidades de níveis crustais diferentes. O estágio colisional (fase D1 e D2) é assistido por um metamorfismo Barroviano, passando pelas zonas da clorita, biotita, granada, estaurolita, cianita e sillimanita, cujo pico é datado entre 560-575 Ma. No estágio póscolisional (fase D4) ocorre um segundo evento metamórfico regional de baixa pressão (do tipo Buchan), cujas assembleias pós-cinemáticas passam pelas zonas da biotita, granada, estaurolita, andaluzita, cordierita e sillimanita, em um evento em c. 525-530 Ma. No flanco leste da saliência, a ocorrência de zonas de alto grau (fácies anfibolito alto a granulito), representadas pela assembleia Crd + Sil + Kf ± Grt ± Bt, possivelmente está relacionada à descompressão em temperaturas elevadas (posterior ao evento metamórfico Barroviano) ou ao metamorfismo pós-colisional de baixa pressão em temperaturas elevadas. Os dados levantados levam à seguinte proposição de evolução tectônica para a Saliência do Rio Pardo. Durante a fase de abertura, o depocentro da Bacia Macaúbas se desenvolve próximo à porção central da saliência. O início do rifteamento é responsável pela deposição do Grupo Serra do Inhaúma na base, sendo seguida pela deposição das porções intermediária e superior do Grupo Macaúbas. No estágio colisional, as fases principais de deformação são responsáveis pela formação de uma cunha de dupla vergência, bem marcada na zona de charneira. Essa dupla vergência é resultante possivelmente da presença de dois anteparos: um deles inclinado representado pelos blocos de embasamento paleoproterozoicos (porção externa do arco) e o outro suave, que seria o arco magmático (porções internas do orógeno). Ao longo da frente orogênica, o transporte tectônico ocorre de maneira centrífuga em direção ao cráton. Neste estágio, em c. 560-575 Ma, a Formação Salinas se deposita e as unidades experimentam metamorfismo Barroviano. O espessamento crustal resulta na fase de colapso extensional, resultando no desenvolvimento das zonas de cisalhamento normais regionais. Esta fase é responsável por afinamento crustal, intrusão de plútons e ascensão das isotermas, que se materializa em um segundo evento metamórfico regional de baixa pressão há c. 530-525 Ma.Item Assessing the isotopic evolution of S-type granites of the Carlos Chagas Batholith, SE Brazil : clues from U–Pb, Hf isotopes, Ti geothermometry and trace element composition of zircon.(2016) Melo, Marilane Gonzaga de; Lana, Cristiano de Carvalho; Stevens, Gary; Soares, Antônio Carlos Pedrosa; Gerdes, Axel; Alkmin, Leonardo Azevedo Sá; Nalini Júnior, Hermínio Arias; Alkmim, Fernando Flecha deThe Carlos Chagas batholith (CCB) is a very large (~14,000 km2) S-type granitic body formed during the syn-collisional stage of the Araçuaí orogen (southeastern Brazil). Zircons extracted from the CCB record a wide range of U–Pb ages (from 825 to 490 Ma), indicating a complex history of inheritance, magmatic crystallization and partial melting during the evolution of the orogeny.Magmatic zircons (ca. 578–588Ma) aremarked by similar Hf isotope compositions and REE patterns to those of inherited cores (ca. 825–600Ma), indicating that these aspects of the chemical signature of the magmatic zircons have likely been inherited from the source. The U–Pb ages and initial 176Hf/177Hf ratios from anatectic and metamorphic zircon domains are consistent with a twostage metamorphic evolution marked by contrasting mechanisms of zircon growth and recrystallization during the orogeny. Ti-in-zircon thermometry is consistent with the findings of previous metamorphic work and indicates that the twometamorphic events in the batholith reached granulite facies conditions (N800 °C) producing two generations of garnet via fluid-absent partial melting reactions. The oldest metamorphic episode (ca. 570– 550Ma) is recorded by development of thin anatectic overgrowths on older cores and by growth of newanatectic zircon crystals. Both domains have higher initial 176Hf/177Hf values compared to relict cores and display REE patterns typical of zircon that grewcontemporaneouslywith peritectic garnet through biotite-absent fluid partial melting reactions. Hf isotopic and chemical evidences indicate that a second anatectic episode (ca. 535–500Ma) is only recorded in parts from the CCB. In these rocks, the growth of new anatectic zircon and/or overgrowths is marked by high initial 176Hf/177Hf values and also by formation of second generation of garnet, as indicated by petrographic observations and REE patterns. In addition, some rocks contain zircon crystals formed by solid-state recrystallization of pre-existing zircon, which exhibit similar Hf isotope composition to those of inherited/magmatic core domains. The first anatectic event is interpreted as result of crustal thickening after the intrusion of the batholith. This introduced the batholith to a depth in excess of 30 km and produced widespread anatexis throughout the batholith. The second event was associated with asthenospheric upwelling during extensional thinning and gravitational collapse of the orogen, this produced anatexis in parts fromthe CCB that had been re-fertilized for anatexis by retrogression along shear zones following the first granulite facies event.Item Características geoquímicas da suíte G1, arco magmático do Orógeno Araçuaí, entre Governador Valadares e Ipanema, MG.(2010) Gonçalves, Leonardo Eustáquio da Silva; Alkmim, Fernando Flecha de; Soares, Antônio Carlos PedrosaApresenta-se, nesse trabalho, o resultado de uma investigação petrológicogeoquímica realizada em granitóides da Suíte G1 do Orógeno Araçuaí, localizados entre as cidades de Governador Valadares e Ipanema (MG). Nessa região, a Suíte G1 é constituída pelas litofácies enderbito-tonalítica, granodiorítica-tonalítica e granítica, as quais possuem características químicas semelhantes às de uma série cálcio-alcalina expandida, metaluminosa a levemente peraluminosa do tipo I. Os dados obtidos revelaram, também, que as litofácies individualizadas correspondem a distintos estágios evolutivos do magmatismo granítico, com as fácies enderbitotonalítica e granítica, representando os extremos menos e mais diferenciados, respectivamente. Em conjunto com as rochas vulcânicas do Grupo Rio Doce, os componentes da Suíte G1 estudados materializam o edifício plutônico-vulcânico do arco magmático do Orógeno Araçuaí, formado em uma margem continental entre 630 e 585 Ma.Item Características gerais e história deformacional da suíte granítica G1, entre Governador Valadares e Ipanema, MG.(2009) Gonçalves, Leonardo Eustáquio da Silva; Alkmim, Fernando Flecha de; Soares, Antônio Carlos PedrosaO Orógeno Araçuaí, situado entre a margem continental brasileira e a borda leste do Cráton do São Francisco, é um dos vários orógenos brasiliano-panafricanos gerados durante a aglutinação do Gondwana Ocidental. Possui um núcleo constituído por rochas de alto grau metamórfico e um grande volume de rochas graníticas, que registram seus estágios evolutivos pré, sin, tardi e pós-colisionais. No presente estudo, investigaram-se os atributos petrológicos e estruturais da Suíte G1, relacionada ao estágio pré-colisional do Orógeno Araçuaí, na região compreendida entre Governador Valadares e Ipanema, MG. Nesta região, encontra-se exposta uma série de corpos plutônicos conhecidos na literatura como Derribadinha, São Vítor, Galiléia, Cuieté Velho e Alto Capim. O seu estudo visou, em última instância, o entendimento da natureza e paleogeografia do arco magmático do Orógeno Araçuaí. As rochas da Suíte G1 estudadas constituem três litofácies distintas, quais sejam, fácies charnoquito-tonalítica, granodiorítica-tonalítica e granítica. A fácies charnoquito-tonalítica, representada pelo Tonalito Derribadinha, ocorre na forma de um corpo alongado de direção N-S na extremidade oeste da área. É constituída por rochas de tonalidade cinza-esverdeada e apresenta como característica marcante a ocorrência de hiperstênio. A paragênese mineral encontrada sugere condições da fácies metamórfica anfibolito alto a granulito. A fácies granodiorítica-tonalítica, constituída pelos plútons São Vítor e Galiléia, está exposta nas porções norte, nordeste e leste da área. É constituída por rochas de tonalidade cinza claro a escuro e possui como característica marcante a grande quantidade de enclaves. As microestruturas observadas, como por exemplo, feldspatos recristalizados, sugerem condições da fácies metamórfica anfibolito alto. A fácies granítica, materializada na forma dos plútons Cuieté Velho e Alto Capim, ocorre nas regiões central e sudeste da área. É constituída por rochas de tonalidade clara com raros enclaves. As microestruturas observadas em quartzo e feldspatos e a ocorrência de hornblenda, provavelmente da variedade tschermaquita, sugere condições da fácies metamórfica anfibolito médio a alto. As características químicas reveladas por análises químicas de elementos maiores, traços e terras raras, indicam tratar-se de uma série cálcio-alcalina expandida, metaluminosa a levemente peraluminosa, do tipo-I, com marcada assinatura de arco vulcânico pré-colisional, consistentes com o já estabelecido para a Suíte G1. Apesar da certa homogeneidade geral, nota-se uma diferenciação química entre as litofácies discriminadas, a qual reflete diferentes estágios de cristalização. O conjunto das estruturas deformacionais registrado nas rochas da Suíte G1 e encaixantes pode ser atribuído a três fases de deformação. A fase D1 é a principal, possui caráter penetrativo, e foi responsável pelo desenvolvimento da foliação e lineação de estiramento regionais, por zonas de cisalhamento de empurrão a reversas, e por zonas miloníticas discretas. Esta fase resultou de um campo compressivo de orientação geral E-W. A fase D2 foi responsável pela reativação das estruturas pré-existentes e por nucleação de zonas de cisalhamento transcorrentes dextrais, na porção leste da área. Resultou de um campo compressivo de orientação geral NE-SW. A fase D3, de caráter local, se desenvolveu de modo progressivo e foi responsável pela clivagem e lineação de crenulação, encontradas principalmente em xistos. Os atributos das rochas da Suíte G1 indicam que as fácies discriminadas correspondem a diferentes níveis crustais da parte plutônica do arco magmático caracterizado. Elas, associadas a dacitos e riolitos do Grupo Rio Doce, compõem o edifífio plutônico-vulcânico do arco magmático do Orógeno Araçuaí, formado entre 630 e 585 Ma.Item Caracterização faciológica e evolução sedimentar da Formação Moeda (Supergrupo Minas) na porção noroeste do Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais.(2019) Madeira, Mariana de Resende; Martins, Maximiliano de Souza; Martins, Gustavo Pereira; Alkmim, Fernando Flecha deA Formação Moeda, ao longo da região noroeste do Quadrilátero Ferrífero, registra os primeiros estágios da Bacia Minas, desenvolvida no limite Neoarqueano/Paleoproterozoico no sul do Cráton do São Francisco (CSF). Este trabalho analisa essa unidade a partir de seis perfis estratigráficos de detalhe nos quais foram identificadas nove fácies sedimentares: quatro conglomeráticas (Gms, Gm, Gt e Gp), três essencialmente areníticas (St, Sp e Sh) e duas predominantemente pelíticas (Fl e Fsc). As seções estratigráficas foram correlacionadas, possibilitando o agrupamento das fácies em cinco associações geneticamente relacionadas. As associações de fácies AF1 e AF2 representam sistemas de leques aluviais que evoluíram para planícies fluviais entrelaçadas. AF3 está relacionada a um sistema lacustre associado a marinho raso nas porções distais. Por fim, as associações de fácies AF4 e AF5 representam planícies fluviais entrelaçadas encerradas por uma transgressão marinha no estágio final de evolução da bacia. Com o auxílio do mapeamento geológico-estrutural de detalhe dessas associações e da confecção de uma seção restaurada foi possível interpretar que as AF1, AF2, AF3 e a porção basal da AF4 foram depositadas durante os estágios iniciais do rifteamento continental, e as demais associações materializam a transição rifte-margem passiva.Item Caracterização geológica da Formação Capelinha como uma Unidade Basal do Grupo Macaúbas em sua Área Tipo, Minas Gerais.(2014) Castro, Marco Paulo de; Queiroga, Gláucia Nascimento; Queiroga, Gláucia Nascimento; Novo, Tiago Amâncio; Alkmim, Fernando Flecha deA Formação Capelinha é composta na região homônima por uma unidade basal predominantemente metapsamítica, formada por mica xistos, xistos quartzosos e quartzitos, puros ou micáceos, com magmatismo básico associado, e por uma unidade majoritariamente metapelítica, superior, composta por xistos peraluminosos granatíferos, às vezes com estaurolita e/ou cianita. No sentido de determinar o papel das rochas metabásicas e metassedimentares da Formação Capelinha na evolução do Orógeno Araçuaí, foram realizados estudos estratigráficos, estruturais, geoquímicos e geocronológicos (U-Pb em zircões ígneos através de LA-ICP-MS e Sm-Nd em rocha total). Os dados obtidos demonstram que a Formação Capelinha apresenta uma extensão territorial muito mais abrangente do que postulada na sua definição original. No atual estágio de conhecimento, verifica-se que a estruturação geral da Faixa de Dobramentos Capelinha (FDC) se assemelha a um cinturão de dobramentos assimétricos e invertidos, com a unidade inferior da Formação Capelinha se inserindo nos núcleos de anticlinais quilométricos. O acervo estrutural indica vergência para sul, contra o Bloco de Guanhães, onde a superfície de descolamento se revela na forma de uma falha de cinemática normal destral que separa as rochas arqueanas do Complexo Guanhães das rochas metassedimentares metamáficas Neoproterozóicas do Grupo Macaúbas. Três determinações geocronológicas pelo método U-Pb LA-ICP-MS nos quartzitos da unidade inferior indicam idade máxima de sedimentação em torno de 970 Ma. As análises litoquímicas realizadas a partir de amostras de rocha metabásica confirmam uma composição basáltica e afinidade toleítica da rocha gerada em ambiente continental intra-placa. Dados Sm-Nd indicam idade-modelo (TDM) no intervalo entre 1700 e 1500 Ma e εNd (956 Ma) variável entre -0,04 e -3,66. Os estudos geocronológicos U-Pb, feitos em cristais de zircão de duas amostras de anfibolito, revelam idade de cristalização magmática em ca. 956 Ma e idade de recristalização metamórfica em torno de 569 Ma. Todas as estruturas e a zoneografia metamórfica Barroviana clássica refletem o estágio colisional do orógeno Araçuaí. Uma determinação geocronológica pelo método U-Pb LA-ICP-MS realizada em xisto da unidade superior indica uma idade máxima de sedimentação em torno de 1123 Ma. Considerando as relações de contato, as características gerais dos anfibolitos da região de Capelinha e os dados geocronológicos obtidos para as unidades metassedimentares, a idade de cristalização magmática obtida (957±14 Ma) sugere um magmatismo sinsedimentar, contemporâneo ao estágio de rifteamento que levou a abertura da bacia Macaúbas no período Toniano, com a Formação Capelinha posicionando-se estratigraficamente na base do Grupo Macaúbas, como possível equivalente lateral das unidades pré-glaciais.Item Classification of basins, with special reference to Proterozoic examples.(2015) Eriksson, Patrick George; Allen, P. A.; Alkmim, Fernando Flecha de; Betts, P. G.; Catuneanu, Octavian; Mazumder, Rajat; Meng, Q.; Young, G. M.Basin classification rests on a plate tectonic foundation, highlighting lithospheric substrate, proximity to plate margin and relative motion of the nearest plate boundary. Major mechanisms for regional subsidence and uplift are subdivided into isostatic, flexural and dynamic groups. Basin-forming mechanisms and basin types do not exhibit simple cause-and-effect relationships, but rather reflect a matrix-type relationship. Different basin types have different spans of existence, with generally shorter life spans related to more tectonically active settings. Many ‘polyhistory’ basins, composed of two or more megasequences, reflect a long evolution dominated by different basin-forming and basin-modifying mechanisms. The supercontinent cycle is marked by distinct sets of basin types, developed during successive phases of the cycle. Major classification schemes are reviewed briefly, before surveying the range of basin types represented in the Proterozoic of several key cratonic areas. Basins examined encompass almost the entire Neoarchaean–Neoproterozoic period. All of these basins have a relatively long history of preservation, which can be tied to the essentially continental character of their basement rocks and concomitant enhanced ‘survivability’. Their preservation thus underlines the longevity and inherent stability of the continental lithosphere. The distinction between basin occurrence over geological time and preferential preservation is important when viewing the geological record.Item Contribuição à estratigrafia e geocronologia U-Pb de zircões detríticos da Formação Moeda (Grupo Caraça, Supergrupo Minas) na Serra do Caraça, Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais.(2016) Nunes, Filipe Silva; Martins, Maximiliano de Souza; Lana, Cristiano de Carvalho; Alkmim, Fernando Flecha de; Babinski, Marly; Martins, Maximiliano de SouzaO posicionamento litoestratigráfico da região denominada serra (maciço) do Caraça é um dos pontos mais controversos na literatura geológica do Quadrilátero Ferrífero. O trabalho traz à luz do conhecimento, novos dados litoestratigráficos associados a dados geocronológicos para a região. Os metassedimentos encontrados na serra, apresentam correlação lito e cronoestratigrafica com a Formação Moeda, apresentando idade deposicional máxima em 2520 ± 13 Ma, neoarqueana tardia. Foram reconhecidas três unidades (associações de fácies) na região. A unidade 1 foi interpretada como um sistema fluvial entrelaçado, a unidade 2 como um sistema fluvial entrelaçado com retrabalhamento eólico localizado, e a unidade 3 como um sistema fluvial entrelaçado com formação de linha de costa em porção restrita da bacia. Acredita-se que os sedimentos tenham se depositado em ambiente de rifte intra continental com evolução para margem passiva, representando o começo de um ciclo de Wilson na porção sul do cráton são Francisco por volta de 2,5 Ga, transcição entre o arqueano e o paleoproterozoico.Item Contribuição à geoquímica, geocronologia, estrutura e evolução dos segmentos central e setentrional do arco magmático Rio Doce, Orógeno Araçuaí, MG.(2015) Gonçalves, Leonardo Eustáquio da Silva; Alkmim, Fernando Flecha de; Soares, Antônio Carlos PedrosaO Orógeno Araçuaí, localizado no sudeste do Brasil, juntamente com o cinturão do Congo Ocidental, situado na parte central oeste da África, formam o Orógeno Araçuaí-Oeste Congo, o qual foi gerado durante o fechamento do segmento terminal do Oceano Neoproterozóico Adamastor. Confinado entre os crátons do São Francisco e Congo, esta porção do Adamastor era somente parcialmente oceanizada. Embora este sistema orogênico seja diferente da vasta maioria dos orógenos conhecidos, ele contém uma grande quantidade de rochas ígneas orogênicas formadas em todos os estágios de sua evolução, desde o Ediacarano até o Ordoviciano. No presente estudo serão fornecidas novas informações sobre os segmentos central e setentrional da assembléia granítica Ediacarana mais antiga, a Supersuite G1, a qual em conjunto com o Grupo Rio Doce materializa o Arco Magmático Rio Doce. No segmento central, situado entre as cidades de Governador Valadares e Ipanema, MG, relações de campo e composições mineralógicas permitiram a individualização de três associações de litofacies, denominadas de zona com rochas portadoras de Opx, Tonalito-Granodiorito rico em enclaves e Granito a Tonalito pobre em enclaves, as quais foram interpretadas como exposições de diferentes níveis crustais na parte central do Orógeno Araçuaí. Portanto, essa região parece representar uma seção crustal inclinada, sendo que as raízes mais profundas do arco estão agora expostas ao longo de sua borda oeste. Quimicamente, essas associações plutônicas consistem majoritariamente de rochas magnesianas, metaluminosas a levemente peraluminosas (média ASI = 1,02), com assinatura cálcio-alcalina a alcali-cálcica de médio a alto-K. Nessa mesma região, rochas dacíticas e riolíticas do Grupo Rio Doce são essencialmente magnesianas, peraluminosas, cálcicas a cálcio-alcalinas e de médio a alto-K. Por outro lado, os plutons que formam a terminação norte do arco, entre os municípios de Teófilo Otoni e Rio do Prado, MG, consistem de granodioritos, tonalitos e monzogranitos, os quais quimicamente são similares à uma série magnesiana, levemente peraluminosa (média ASI = 1,07), cálcica (68%) a cálcio-alcalina (24%), e em menor proporção alcali-cálcica (8%), de médio a alto-K. As rochas graníticas G1 de ambas as áreas são marcadas por anomalias negativas de Nb-Ta, Sr e Ti, que seriam típicas de magmas relacionados à subducção. Entretanto, a combinação de dados isotópicos de Sr, Nd e Hf (HF(t) = -5,2 e -11,7 para os granitos G1 do norte), caracterizam o predomínio de uma assinatura crustal relacionada à anatexia de rochas meta-ígneas e meta-sedimentares, sobre cristalização fracionada de magmas de derivação mantélica. Novos dados U-Pb obtidos em zircão do segmento central do arco restringem a cristalização das rochas graníticas entre ca. 625 e 579 Ma, enquanto as idades das rochas meta-vulcânicas variam entre ca. 585 e 578 Ma. Esse evento, o qual antecede, com alguma superposição, a colocação dos granitos do tipo-S sin-colisionais do orógeno, deve assim representar o evento pré-colisional, relacionado à subducção, que teve lugar na formação do Orógeno Araçuaí. Adicionalmente, composições isotópicas Sm-Nd de rocha total mostram valores variáveis de Nd(t) entre -13,02 e -6,52, e idades modelo TDM variando entre 1,51 e 1,87 Ga. Portanto, predominantemente construído sobre um arco magmático Riaciano entre 630 e 580 Ma, a porção central do Arco Rio Doce mostra que fundidos crustais largamente prevalecem sobre magmas mantélicos, fornecendo dessa forma um bom estudo de caso, que em estudos futuros, poderá ser comparado a contextos orogênicos similares em outras partes do mundo. Para o segmento norte, novas idades U-Pb em zircão individualizaram dois grupos de granitóides. O mais antigo deles cristalizou entre 630 e 590 Ma e experimentou migmatização em torno de 585 Ma, ao passo que o grupo mais jovem cristalizou entre 570 e 590 Ma, e não mostra qualquer evidência de migmatização. Várias das amostras estudadas mostram boa correlação, em termos químicos, com campos de composições experimentais de fusão de anfibolitos, com algumas amostras plotando no campo de fusão de grauvacas. As rochas G1 do segmento norte apresentram diferenças se comparadas aos típicos granitos do tipo-I ou granitos do tipo-S, sendo particularmente similares aos granitos transicionais I/S descritos no arco Ordoviciano Famatiniano (NW Argentina). Sugere-se, portanto, um modelo híbrido, o qual envolveria fusão de rochas meta-ígneas (anfibolitos) e meta-sedimentares (meta-grauvacas) para a produção de magma na terminação norte do Arco Rio Doce. Entretanto, a real contribuição entre os membros finais nesse processo é um trabalho desafiador, ainda a ser realizado.