POSLETRAS - Programa de Pós-graduação em Letras: Estudos da Linguagem
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Navegando POSLETRAS - Programa de Pós-graduação em Letras: Estudos da Linguagem por Autor "Amorim, Bernardo Nascimento de"
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Item Contornando a eternidade : Murilo Mendes, da poética essencialista à poesia pós-utópica.(2016) Stringuetti Filho, Luiz Martinho; Bignotto, Cilza Carla; Amorim, Bernardo Nascimento de; Machado, Carlos Eduardo Lima; Amorim, Bernardo Nascimento de; Maciel, Emílio Carlos Roscoe; Bignotto, Cilza CarlaNo enfoque da multiplicidade de soluções estéticas encontradas na heterogênea trajetória poética de Murilo Mendes, o presente trabalho de pesquisa busca abordar a reflexão sobre o tempo e a intertextualidade como fatores temático-composicionais de continuidade em sua obra. Neste intuito, nossa reflexão parte de uma análise comparativa de determinada poesia de caráter religioso do autor, aqui focada na obra Sonetos brancos (1946-1948) e sua poética ulterior, de matiz culturalista e traços construtivistas, abordada por uma leitura sumária de Convergência (1970).Item Do micondó ao mangue : desenterrar a dolorosa raiz de Conceição Lima.(2018) Aleixo, Camila Dias de Souza Christo; Amorim, Bernardo Nascimento de; Galery, Maria Clara Versiani; Moreira, Wagner José; Amorim, Bernardo Nascimento deEsta pesquisa compartilha a leitura de alguns poemas encontrados na coletânea A dolorosa raiz do micondó (2006), de autoria da escritora e jornalista Conceição Lima, natural de São Tomé e Príncipe. Com o intuito de pluralizar tal leitura, tentou-se aproximar sua poesia e as reflexões suscitadas pelo testemunho na literatura de fatos históricos marcados pela catástrofe, em especial, mas não somente, os datados no decorrer do século XX. A poesia e sua linguagem funcionam, dentro dessa abordagem, como espaço generoso para a lida com o passado e suas dores. Dos 27 poemas da coletânea, alguns foram ofertados como testemunhos poéticos da escritora. Foram esses registros que tornaram possível a busca pela dolorosa raiz, as diferentes tentativas de trazê-la à superfície. Os caminhos percorridos durante a leitura expuseram de maneira crítica as realidades que Lima resgata para compor sua obra, como a do africano, como a do são-tomense, como sua própria, enquanto escritora e jornalista atenta ao seu tempo e às mazelas a ele pertinentes.Item Escapando do supermercado cultural : Ngũgĩ wa Thiong’o e os usos da narrativa de vida.(2021) Cândido, Marcelo França Marques; Amorim, Bernardo Nascimento de; Amorim, Bernardo Nascimento de; Maciel, Emílio Carlos Roscoe; Cornelsen, Elcio Loureiro; Bispo, Fábio SantosImportante escritor e pensador pós-colonial, Ngũgĩ wa Thiong’o nasceu no Quênia em 1938 quando o país ainda se via sob o domínio imperial britânico, em vias de se transformar em palco da turbulenta guerra de independência. Nessa dissertação, nos centramos na análise do livro Sonhos em tempo de guerra: memórias de infância de Ngũgĩ no qual, muito mais do que narrar sua infância e adolescência na terra natal e trazer várias reflexões sobre aquele tempo e espaço para a nação, também cria um intrincado projeto com vários vetores de fuga do que Stuart Hall chama de “supermercado cultural”, efeito consequente da globalização no qual as identidades parecem flutuar livremente, disponíveis para que as usemos ou não, produtos do neoliberalismo. Autores pós-coloniais, nesse sentido, fariam parte do crescente interesse pósmoderno no consumo deliberado de identidades. Após levantarmos a trajetória intelectual de Ngũgĩ e, em seguida, a questão da mercadologização do pensamento/narrativas pós-coloniais, buscamos analisar seu relato memorialístico num movimento de contração e expansão, encontrando redes de sentido que perpassam a própria obra, e outras que a extrapolam, convocando diálogos com diversos autores – principalmente pós-coloniais –, no intuito de apontar que a obra pressente a homogeneização cultural característica do contemporâneo e, assim, cria rotas de fuga para se complexificar o suficiente para não ser absorvida pelo mercado. Assim, será possível perceber que, para densificar sua obra, Ngũgĩ incorre em dois principais assuntos: a questão da Memória Cultural e a apresentação da formação do sujeito em sua singularidade.Item A ferida ainda não cicatrizada : memória, trauma e testemunho em K. relato de uma busca, de Bernardo Kucinski.(2022) Silveira, Alexandre Henrique; Amorim, Bernardo Nascimento de; Amorim, Bernardo Nascimento de; Gama, Mônica Fernanda Rodrigues; Cury, Maria Zilda FerreiraO romance K. Relato de uma busca (2011), de Bernardo Kucinski, toma para si a tarefa dolorosa de representar um acontecimento traumático, o desaparecimento da irmã do autor, Ana Rosa Kucinski, priorizando, para tanto, o trabalho com a linguagem literária. Misturando fatos e ficção, história e literatura, o romance se constitui como um testemunho ficcional. Apesar de forte dimensão pessoal, o autor se apaga no texto para dar protagonismo ao seu pai, o escritor e poeta judeu Majer Kucinski, na forma do personagem K., que imigrou para o Brasil com a família, após a ocupação alemã na Polônia, durante a Segunda Guerra Mundial. O presente trabalho tem por objetivo propor uma leitura do romance, discutindo as questões de memória, testemunho e trauma. Considerando a memória do passado ditatorial como um espaço em disputa, no Brasil, se percebeu que o romance trabalha com as experiências de um grupo silenciado, qual seja, os familiares de desaparecidos políticos, na tentativa de retirar do espaço privado suas memórias, espalhando-as para um público mais amplo, através da literatura. Com foco na questão do testemunho, se averiguou que as noções de testis e de superstes estão presentes no romance, o que implica, de início, a escrita de acontecimentos traumáticos do passado, e, de modo mais amplo, a percepção da literatura como um meio de fazer justiça, diante da impunidade. Com uma estrutura fragmentada e polifônica, o romance rejeita totalidades e imparcialidades. Nesse sentido, se cogitou que a narração da obra trabalha a partir dos restos do passado. O romance de Kucinski revela sua importância para a literatura brasileira ao se constituir como esse objeto que comunica vivências da ditadura brasileira, endereçando essa ferida, ainda não cicatrizada, a outros.Item Itamar Assumpção : perto do coração absurdo.(2020) Pascucci, Felipe Augusto; Maciel, Emílio Carlos Roscoe; Amorim, Bernardo Nascimento de; Maciel, Emílio Carlos Roscoe; Menezes, RoniereComposta por três eixos temáticos globais, e contíguos, a presente dissertação deixa-se levar pela audição dos três primeiros discos do cantor e compositor paulista Itamar Assumpção (1949 – 2003): Beleléu, Leléu, Eu (Lira Paulistana, 1981), Às próprias custas S/A (Isca Gravações Musicais LTDA, 1982) e Sampa Midnight (Mifune Produções, 1985). Nessa rota, memória, música e política confluem e traçam a cartografia de um país atormentado, mas pulsante.Item A literatura de cordel como elemento de resgate e preservação da memória coletiva do povo nordestino.(2020) Silva, Dâmares Carla da; Amorim, Bernardo Nascimento de; Amorim, Bernardo Nascimento de; Morais, Regina Aparecida de; Gama, Mônica Fernanda RodriguesEsta dissertação tem como objetivo descrever, a partir das análises de quatro poemas de cordel, alguns dos principais elementos constituintes da memória coletiva do povo nordestino. Com base em estudos sobre memória coletiva e lançando mão da história oral como estratégia metodológica, este texto apresenta, ainda, fragmentos de entrevistas concedidas por poetas populares da região Agreste de Pernambuco. As vozes dos cordelistas, neste estudo, resgatam uma parte importante da história da literatura popular da região e fornecem pilares nos quais as análises dos folhetos tiveram apoio. Por se tratar de um lugar onde se desenvolveu um conjunto de tradições culturais que fazem parte da identidade e da memória do Nordeste brasileiro, a cidade de Caruaru (PE) foi eleita como locus de pesquisa. Este trabalho revela o dinamismo que a literatura de cordel segue mantendo na história da sociedade nordestina, mesmo em face das céleres reformulações sociais e culturais enfrentadas pela região.Item A memória do Simbolismo na obra de Alphonsus de Guimaraens.(2017) Paula, João Eustáquio Evangelista de; Perpétua, Elzira Divina; Perpétua, Elzira Divina; Marques, Reinaldo Martiniano; Amorim, Bernardo Nascimento deEsta pesquisa analisa a ocorrência da memória do Simbolismo na obra de Alphonsus de Guimaraens, por meio do estudo de seu epistolário e de suas crônicas para ratificar as relações entre as cartas, as crônicas e sua produção poética e, por conseguinte, verificar a contribuição dos poetas modernistas no processo de difusão da memória simbolista. Como suporte dessa memória, no capítulo I consideramos, sobretudo, a visita de Mário de Andrade a Alphonsus de Guimaraens, ocorrida no dia 10 de julho de 1919, que foi o marco para a difusão nacional da obra do poeta ouro-pretano, iniciada uma semana depois, quando esse encontro foi registrado pelo visitante na revista paulista A Cigarra. Os ecos daquele momento também figurariam no poema “A visita”, de Carlos Drummond de Andrade. Somente a partir de 1938, surgem edições de suas poesias completas, por iniciativa de Manuel Bandeira e João Alphonsus, quando o prestígio do grande poeta simbolista começa realmente a consolidar-se. A análise da correspondência ativa e passiva do simbolista mineiro, cotejada no capítulo II, também constituiu parte importante nesse processo de reconhecimento e reavivamento da memória simbolista, num colóquio que desvela os bastidores do “ateliê literário” alphonsino. Já no capítulo III, as crônicas, embora não fossem uma especialidade do Solitário de Mariana, por se autodeclarar “essencialmente poeta”, figuraram como um “laboratório do poeta”. As cartas como “pegadas dos processos de criação”, o registro do fazer literário, e as crônicas como um “laboratório”, são uma antecipação de temas que mais tarde foram explorados em seus poemas, principalmente, na obra Kiriale (1902).Item Memórias de professores-leitores : um estudo da construção do gosto literário.(2022) Silva, Ana Luiza Freitas Franca; Soares, Ivanete Bernardino; Soares, Ivanete Bernardino; Amorim, Bernardo Nascimento de; Diniz, Lígia GonçalvesNossa proposta é investigar algumas particularidades da formação do gosto pela literatura. Por meio de narrativas memorialísticas, buscamos identificar e analisar a construção dessa disposição favorável diante da leitura literária por parte de docentes do ensino superior que atuam na área de Literatura. O interesse central consiste em localizar os principais agentes que interferiram na formação literária dos sujeitos envolvidos, especialmente durante o período escolar, buscando recompor a rede material e simbólica que perpassa seus percursos de leitura, através das dimensões da memória mobilizadas por eles. Os dados da pesquisa foram coletados por meio de um questionário que serviu como um direcionamento para a escrita memorialística de professores-leitores, de modo a investigar como as influências se deram nos meios familiares, culturais, econômicos, sociais e escolares. Para a análise e estudo dos dados coletados, foram utilizados os estudos sobre a formação do gosto pela literatura, especialmente do ponto de vista da sociologia da leitura, além das teorias de construção da memória, com o intuito perceber a importância das lembranças selecionadas e, por fim, as subjetividades presentes na formação do gosto literário e agenciadas no ato de leitura. Na base teórica da pesquisa, constam autores como Pierre Bourdieu (1989), Bernard Lahire (2004), Annie Rouxel (20013), Michèle Petit (2013), Gisèle Sapiro (2019), Paul Ricœur (2007), Aleida Asmann (2011), Eni Orlandi (2001) entre outros pesquisadores que promovem discussões voltadas para as condições sociais da formação do leitor literário e a construção do discurso a partir da memória.Item A negritude na poesia cabo-verdiana : uma polêmica.(2019) Martins, César Francioso; Perpétua, Elzira Divina; Guimarães, Raquel Beatriz Junqueira; Amorim, Bernardo Nascimento de; Perpétua, Elzira DivinaMotivado, por um lado, pelo polissêmico e por vezes controverso conceito de negritude e, por outro, pela polêmica existente entre os estudiosos da área acerca da presença ou não de expressões de uma “legítima” negritude não só em Cabo Verde, mas em toda África lusófona, o presente trabalho visa investigar a existência ou não de manifestações da negritude no interior da poesia cabo-verdiana. Para tal, partindo da realização de um inventário acerca do conceito e das noções de negritude através dos tempos, a pesquisa que aqui se apresenta propõe a investigação sobre a presença ou não de expressões desse sentimento de pertença africanista no interior da poesia caboverdiana em três publicações representativas de três diferentes momentos históricoculturais do arquipélago africano: os três primeiros números de Claridade: revista de arte e letras (1936/1937) tomados em conjunto; a obra Literatura Africana de Expressão Portuguesa – Poesia: antologia temática (1967, organizada pelo angolano Mário Pinto de Andrade); e Cabo Verde: antologia de poesia contemporânea (2011, organizada pelo brasileiro Ricardo Riso). Em seguida, buscamos ainda expandir a abrangência do estudo estendendo brevemente a investigação para além dos três períodos representados pelas obras acima mencionadas em direção a momentos como o Nativismo pré-claridoso, a Geração da Nova Largada e a contemporaneidade. Após o que, tecemos nossas considerações finais acerca da questão inicial sobre a presença ou não de manifestações da negritude na poesia cabo-verdiana.Item Poesia negro-brasileira contemporânea como expressão de espaços : aproximações e digressões nas poéticas de Conceição Evaristo e Edimilson de Almeida Pereira.(2023) Tiago, Alisson Felipe; Rezende, Carolina Anglada de; Rezende, Carolina Anglada de; Amorim, Bernardo Nascimento de; Alexandre, Marcos AntônioEsta pesquisa objetiva investigar as manifestações do espaço nas poéticas de Conceição Evaristo e Edimilson de Almeida Pereira. As múltiplas significações do espaço são exploradas, portanto, seu sentido dar-se-á a partir de um ambiente dêitico, como discutido por Émile Benveniste (1995), em uma instância discursiva. Buscando desconstruir estereótipos sobre a cultura negra, serão cotejados estudiosos como Achille Mbembe (2018), Paul Gilroy (2020), Édouard Glissant (2021) que, de diferentes formas, refletem sobre a condição do sujeito negro, além disso, dissertam sobre como o ideal da modernidade é uma estrutura herdeira das instituições coloniais. Outro ponto de desconstrução desses pensadores é a ideia de uma identidade cultural pura, centralizada e enraizada. Em seguida passaremos pela contextualização e conceitualização do termo “negro-brasileira”. Nesta etapa reflete-se com pensadores como Cuti (2010), Zilá Bernd (2010) e Almeida Pereira (2008), percebendo-se que esse termo não limita, legitima ou restringe a produção literária, mas, sim, oferece novos espaços de produção e crítica literária. Ao cartografar os espaços imaginados pelos poetas tem-se como aporte o Pensamento- Paisagem de Michel Collot (2013), que observa como a relação do sujeito com o seu ambiente produz um novo mundo na escrita, baseado na perspectiva do escritor, mundo este que não se limita a ser uma mera mimese dos lugares que o poeta visitou, antes, é sua recriação na linguagem. Assim, o poeta, ao reimaginar o mundo, pode quebrar ciclo de representações estereotipadas da cultura e do sujeito negro. Sob a concepção do Espaço Literário de Maurice Blanchot (1987), será observado como a literatura também se apresenta em um ambiente autônomo, significando-se em seu próprio espaço discursivo e demostrando a impossibilidade de o poeta olhar objetiva e diretamente para a poesia. Percebe-se, inicialmente que as poéticas dos autores aqui estudados, apesar de se aproximarem pela temática, distanciam-se quanto ao modo de produção, pois a escritora mineira utiliza-se da linguagem ordinária e referencial, enquanto o poeta juizforense explora as possibilidades do signo, descrito por Blanchot como palavra bruta e palavra essencial respectivamente. Por fim, esta pesquisa também mapeia nas obras dos poetas as apresentações da performance. Nela o corpo pode se apresentar como lugar da memória, por Leda Martins (2021), e também como a representação performática da linguagem capaz de criar um efeito-mundo, segundo Barbara Cassin (2010). Entretanto, refletimos sobre como corpos-poema flertam com a ideia de uma performance que desprivilegia a presença de tal forma que a própria ideia de corpo em performance é colocada em suspensão.Item A representação da mulher-mãe : a desconstrução da memória cultural da figura materna em Precisamos falar sobre o Kevin, de Lionel Shriver.(2022) Souza, Bárbara Ramos; Amorim, Bernardo Nascimento de; Amorim, Bernardo Nascimento de; Galery, Maria Clara Versiani; Nogueira, Adelaine LaguardiaPrecisamos falar sobre o Kevin, romance epistolar de Lionel Shriver, publicado originalmente em 2003, e no Brasil em 2007, conta a história de Eva Khatchadourian: uma mulher independente, que acaba se tornando mãe, mesmo sem nunca ter desejado, e vivencia a maternidade de forma traumática. Seu filho, Kevin, comete um crime brutal: um assassinato em massa no colégio em que estudava, três dias antes de completar dezesseis anos. A obra não foca no crime cometido pelo filho, mas na narrativa de uma mãe que rompe o silenciamento imposto às mulheres-mães por meio da escrita de suas cartas, ao dizer o indizível, quando o assunto é maternidade. O presente trabalho objetiva analisar a desconstrução do estereótipo oriundo da memória cultural socialmente construída acerca da maternidade e da figura da mulher-mãe, a partir da personagem Eva Khatchadourian, considerando as mudanças da concepção de maternidade e a ideologia maternalista, a relação entre memória e identidade, o trauma e a escrita de si, assim como certas características próprias do romance epistolar. Considerando-se o potencial da literatura em incitar reflexões sobre os mais variados assuntos, o romance de Lionel Shriver é de grande relevância para que o leitor, que internaliza o ideal socialmente propagado, possa pensar sobre a maternidade como forma de opressão, que serve como uma importante ferramenta para a manutenção da desigualdade entre homens e mulheres, e, por conseguinte, do patriarcado.Item Um sujeito guenzo : a composição da voz poética a partir da memória da infância, em A escola das facas, de João Cabral de Melo Neto.(2023) Santos, Monick Pereira de Araújo dos; Amorim, Bernardo Nascimento de; Amorim, Bernardo Nascimento de; Rosa, Victor Luiz da; Salgueiro, Wilberth Claython FerreiraA partir da relação entre a composição da voz poética e a memória da infância, esta dissertação tem o propósito de relacionar a inserção de subjetividade na obra A escola das facas, de João Cabral de Melo Neto, com a constituição de um sujeito guenzo. Apesar de um imaginário construído acerca da poética antissubjetiva cabralina, já se sabe que a citada obra de 1980 traz traços de novidade junto às suas marcas antilíricas. Por isso, destacamos a emergência de uma subjetividade na figuração de um eu poético pela seleção de sete poemas, nos quais se vê uma considerável atuação da memória da infância. Na recriação das experiências de tal sujeito que rememora ocorre a centralidade da imagem pertencente a um menino. Por meio deste, articulamos a biografia do autor e sua linguagem poética, ou seja, a composição de tal voz lírica enquanto matéria do poema. Concluímos que, quando esse sujeito emerge de maneira mais intensa e a relação entre obra e biografia se torna mais nítida, a linguagem poética de João Cabral passa por uma transformação, uma reformulação subjetiva.