DEART - Departamento de Artes

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    Os lugares da arte na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) : experiência docente a partir da arte da performance e suas imbricações com a cultura afro-brasileira.
    (2022) Gasperi, Marcelo Eduardo Rocco de; Araújo, Giulia Oliva de; Pessôa, Matheus Felipe Marques
    O presente artigo analisa a aproximação entre a arte da performance e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) – Componente Curricular Arte. Para tanto, fez-se um estudo histórico-crítico acerca do processo de formulação da BNCC, a fim de se compreender quais os impactos para o ensino de Artes no Brasil. Após tal panorama, investiga-se uma experiência do- cente realizada no Instituto Federal de Minas Gerais – IFMG – Campus Ouro Preto (MG), dentro do con- texto de obrigatoriedade da Lei 10.639/03, que prevê o estudo da cultura afro-brasileira nos currículos das escolas públicas. Para discorrer sobre essa experi- ência, parte da fundamentação teórica se baseou em estudos acerca de necropolítica e de refiguração de si (MBEMBE, 2018). Com isso, buscou-se inves- tigar o estudo de parte da arte da performance como proposta metodológica para o ensino do afrocentra- mento na escola, pontuando a pertinência de políticas públicas que valorizem a cultura afro- brasileira.
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    Como performar uma utopia chamada América? : um posfácio.
    (2022) Dias, Luciana da Costa; Barbosa, Tamira Mantovani Gomes
    Neste texto reflete-se sobre o próprio entendimento de uma “América Latina”: é esta uma utopia dos colonizadores ou algo a ser revisado como Abya Yala, nome hoje dado pelos povos originários? A partir deste questionamento, discute-se alguns problemas para a arte latino-americana, especialmente, para o teatro e a performance latino-americanas em geral, ao mesmo tempo em que se pretende demarcar congruências e questões futuras – e urgentes – para o campo.
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    Antonin Artaud, o México e os Raramuri : questões raciais e colonialismo nas viagens de Artaud pelo México.
    (2022) Dias, Luciana da Costa
    A viagem de nove meses de Artaud através do México, geralmente tratada como uma nota de rodapé em sua biografia, precisa ser vista como sendo mais do que isso: foi um momento decisivo para os rumos de sua obra/vida. Para Jay Murphy (2017), haveria um Artaud antes e outro depois de sua jornada ao México, pois – mesmo que deixemos de lado sua “loucura” – podemos observar uma metamorfose profunda em seu trabalho, uma mudança paradigmática que engloba a evolução de um Teatro da Crueldade em direção ao conceito de Corpo sem Órgãos. Dentro deste contexto, este texto objetiva primeiramente, apresentar criticamente, em perspectiva pós- colonial, as intenções de Artaud ao buscar uma linguagem teatral primordial nos cânions mexicanos – seus limites e possibilidades; e, em segundo lugar, interrogar como as questões raciais foram problematizadas em tal busca e como elas reverberam através de seu trabalho e além, afetando e mudando profundamente o campo dos Estudos em Teatro e Performance.
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    Ana Mendieta : vestígios de colonialismo, performance e feminismos na América Latina.
    (2022) Dias, Luciana da Costa
    Profundas mudanças levam a uma revisão da arte no século 20, sobretudo a partir da influência do trabalho seminal das vanguardas e de artistas dos anos 1960 e 1970, que acabariam por conduzir a uma estética que vê a arte como ação, acontecimento e, sobre- tudo, presença – o paradigma da performatividade. Paralelamente, houve a emergência de estudos que questionam a lógica moderna, ao ver a indissociabilidade do par modernidade/ colonialidade, inquietação essa que atinge também o fazer artístico e levanta questiona- mentos sobre a história da arte como narrativa moderna e colonial. Esse aporte servirá de pano de fundo para discussão da obra de Ana Mendieta (1948-1985), performer de origem cubana exilada nos EUA. Partindo da metodologia de revisão bibliográfica, este trabalho discute como sua obra é atravessada e profundamente marcada por questões de gênero e questões ligadas aos feminismos e, ao mesmo tempo, também por questões oriundas da colonialidade, que colonizou corpos e fazeres nas Américas. Investiga-se assim como tais questões (de gênero e colonialidade) podem surgir e ser problematizadas na obra de Ana Mendieta, sobretudo em sua Silueta Series (1973-1980).
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    Confabulações de encenadoras mineiras : uma breve reflexão acerca do empoderamento da artista cênica em tempos descoloniais.
    (2022) Andrade, Leticia
    Este artigo apresenta, de modo breve, um debate crítico sobre o papel da artista cênica latina-americana brasileira, focando, para tanto, em diretoras que atuam na cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. Discute o trabalho da diretora e atriz mineira Cida Falabella, que também tem uma longa trajetória como educadora e representante política na cidade e também o da diretora, pesquisadora e professora chilena Sara Rojo, radicada há mais de duas décadas em Belo Horizonte, que vem trabalhando com diversos grupos e artistas mineiros. O texto busca legitimar e dar visibilidade a essas artistas e inseri-las no quadro da história do teatro brasileiro contemporâneo, com o objetivo de trazer à tona uma visão descolonial de legitimação da mulher em funções de comando e criação teatral. Além desse foco, apresento, por fim, uma breve lista de diretoras mineiras, que atuam nas três últimas décadas é apontado, a fim de realizar um necessário registro inicial para futuros estudos sobre o tema.
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    O processo documental no espetáculo Mi Vida Después : a transformação da vivência em experiência.
    (2022) Valença, Ernesto Gomes; Schinelo, Letícia Pavão
    O artigo propõe uma análise da peça Mi Vida Después, da encenadora argentina Lola Arias, considerando o modo como a combinação de elementos testemunhais, de representação e de apresentação de documentos estabelece sobreposições temporais no espetáculo. O tempo da ditadura militar argentina, vivido pelas atrizes e atores quando ainda crianças, é colocado em perspectiva com o tempo atual dos personagens adultos, configurando o tempo da representação propriamente dita. Esse jogo de temporalidades é analisado a partir do contraste entre as noções de “experiência” e “vivência” na obra de Walter Benjamin e, em especial, do conceito de “estrutura de sentimentos”, desenvolvido por Raymond Williams. Por fim, levando em conta essa sobreposição de temporalidades, são tecidas considerações sobre um espetáculo de treze anos atrás, criado no contexto cultural e social da Argentina, e se ele teria algo a dizer ao Brasil atual.
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    Esboços de uma corporeidade decolonial na dança moderna africana de Germaine Acogny.
    (2022) Azevedo, Thais Lopes Santos de; Peretta, Éden Silva
    O presente artigo tem como objetivo central percorrer fragmentos da história de vida da dançarina e coreógrafa senegalesa Germaine Acogny, bem como alguns dos princípios de sua dança moderna africana, para problematizar a sua arte colocando-a em diálogo com dimensões do pensamento crítico e decolonial contemporâneo. Neste cruzamento teórico, emergem significativas questões (micro)políticas com as quais torna- se possível delinearmos esboços de uma corporeidade decolonial.
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    Dança e biopolítica : notas sobre uma vida nua.
    (2022) Lemos, Gabriely Mara; Peretta, Éden Silva
    Este artigo busca colocar em diálogo alguns conceitos trabalhados pelo filósofo italiano Giorgio Agamben e o espetáculo de teatrodança Zoé - restos de uma vida nua (2018), do coletivo Anticorpos - Investigações em Dança (UFOP). Neste sentido, evidencia-se que as noções de Vida Nua e de Resto figuram como elementos centrais no processo de criação coreodramatúrgica da obra, propondo um potente encontro entre princípios do pensamento político agambeniano e matrizes poéticas da dança butô.
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    Do sarau à palavra (per)formada : entre paradigmas, intuição e artivismo.
    (2022) Cruz, Thaís Alessandra Martins da; Cavalcante, Alex Beigui de Paiva
    Este artigo visa contribuir para a compreensão da palavra como potencialidade performativa. A partir do estudo do fenômeno da poesia marginal dos saraus, o hip-hop, o slam até a palavra (per)formada, obje- tiva-se demonstrar como o poder da palavra e sua potência cênica, relação com o conceito de intuição e de ativismo na arte, são capazes de produzir sentido poético e ético na cena contemporânea. O trabalho é resultado de uma pesquisa teórica e prática reali- zada no campo dos processos de criação e pretende investigar a intuição como dispositivo de criação para a arte da performance. Foi utilizada a metodologia etnográfica de Sylvie Fortin e Pierre Gosselin (2014) para organização do material criativo. Desse modo, foi discutida a partir do paradigma decolonial, o ra- cismo estrutural, a identidade negra e o corpo negro em cena. Parte dos resultados práticos foi apresenta- da na Bienal Black Brazil Art, produzida em parceria com a Njabala Foundation de Uganda. O trabalho foi premiado em 2019 e a autora convidada a integrar residência artística internacional.
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    Espetáculos em Leopoldina : um breve histórico das artes cênicas no interior de Minas Gerais entre o final do século XIX e o início do século XX.
    (2021) Barroso, Alan Villela; Maciel, Paulo Marcos Cardoso
    O artigo é resultado de uma pesquisa em andamento que busca delinear os contextos históricos sobre o teatro e as Artes Cênicas na Zona da Mata mineira, sobretudo, em Leopoldina, durante o final do século XIX e início do XX, investigando, ao mesmo tempo, os indícios que contribuíram para o desenvolvimento de culturas no Município e que, assim, fomentaram o surgimento de uma vida teatral em atividade na região.