PPCBIOL - Doutorado (Teses)

Navegar

Submissões Recentes

Agora exibindo 1 - 20 de 161
  • Item
    Traumas relacionados à pandemia da COVID-19 : sofrimento mental de estudantes universitários e os efeitos de uma sessão de biofeedback cardiorrespiratório sobre parâmetros fisiológicos e emocionais.
    (2023) Rosário, Nacha Samadi Andrade; Souza, Gabriela Guerra Leal de; Bearzoti, Eduardo; Souza, Gabriela Guerra Leal de; Bearzoti, Eduardo; Freire, Izabela Mocaiber; Oliveira, Lenice Kappes Becker; Pereira, Mirtes Garcia; Vital, Wendel Coura
    A pandemia da COVID-19, causada pelo Coronavírus da Síndrome Respiratória Aguda Grave 2 (SARS-CoV-2), levou a um elevado número de mortes em todo o mundo, que foi associado a incertezas em relação ao futuro, sofrimento mental e exposição a eventos traumáticos, sendo este último, pouco estudado até o momento em amostras que não trabalharam na linha de frente de combate à doença, como os universitários. A população de estudantes universitários é considerada mais suscetível ao sofrimento mental, quando comparada à população geral, devido a pressões acadêmicas, carga de trabalho, novos relacionamentos e responsabilidades. A pandemia pode ter agravado esse quadro. Estudos já demonstraram que diversos transtornos mentais, como depressão e ansiedade estão relacionados à baixa variabilidade da frequência cardíaca (VFC). A VFC consiste na variação dos intervalos entre os batimentos cardíacos e é modulada pelos ramos simpático e parassimpático do sistema nervoso autônomo sob o coração. Diversas técnicas podem ser utilizadas para modificar a VFC, dentre elas destaca-se o biofeedback cardiorrespiratório. Este tem se mostrado efetivo em aumentar os componentes da VFC, assim como reduzir sintomas de sofrimento mental, mas ainda não há estudos realizados com essa técnica com foco nos traumas vivenciados durante a pandemia da COVID-19. A presente pesquisa foi dividida em dois estudos. O primeiro estudo teve como objetivo avaliar a influência do tipo e a intensidade de eventos traumáticos relacionados à COVID-19, das características sociodemográficas, e dos hábitos de vida e condições de saúde sobre os sintomas de depressão, ansiedade e estresse de estudantes universitários durante a pandemia da COVID-19. O estudo foi realizado no formato online em dois momentos distintos, um em 2021 e o outro em 2022. Todos os estudantes da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) receberam o convite de participação e os questionários pelo e-mail institucional. Participaram estudantes de ambos os sexos, com idade entre 18 e 35 anos. Os resultados mostraram uma associação positiva entre o aumento da intensidade dos eventos traumáticos relacionados à COVID-19 e os sintomas de estresse, ansiedade e depressão, e também que cada tipo de evento traumático foi associado a esses sintomas no ano de 2021, porém estes resultados não foram encontrados no ano de 2022. Além disso, encontramos que esses sintomas se associaram com sexo, idade, ter ou ter tido uma doença, usar medicação e não praticar exercício físico para ambos os anos investigados. O segundo estudo foi realizado entre maio e junho de 2022 no formato presencial tendo como objetivo avaliar os efeitos de uma sessão de biofeedback cardiorrespiratório sobre a VFC, coerência cardiorrespiratória, frequência respiratória e estados emocionais de estudantes universitários que vivenciaram as mais altas e baixas intensidades de trauma relacionadas à COVID-19. Para a realização do estudo, selecionamos 69 estudantes da UFOP, de ambos os sexos, com idade entre 18 e 35 anos, sendo 37 com as maiores pontuações e 32 com as menores pontuações no questionário de experiências traumáticas durante a pandemia da COVID-19. Esses estudantes realizaram uma sessão de biofeedback cardiorrespiratório com duração de 12 minutos. Antes e após a sessão, foram coletados o estado de afeto positivo e negativo, o estado de ansiedade, a coerência cardiorrespiratória, a frequência respiratória e a VFC por quatro minutos em repouso. Os resultados mostraram que antes da sessão o grupo de alta intensidade apresentou maiores valores de sintomas de ansiedade e ansiedade estado comparados ao grupo baixa intensidade de trauma. A sessão de biofeedback promoveu aumento dos parâmetros parassimpáticos da VFC e da coerência cardiorrespiratória, diminuição da frequência respiratória, do afeto positivo e negativo e da ansiedade estado para ambos os grupos independente da intensidade de trauma. Concluímos que eventos traumáticos relacionados à COVID-19 podem exacerbar o sofrimento mental, mesmo em uma amostra que não esteve na linha de frente da pandemia. E que uma única sessão de biofeedback foi capaz de melhorar os parâmetros fisiológicos e emocionais de estudantes universitários independente da intensidade de traumas vivenciados.
  • Item
    Avaliação da influência do inóculo em açaí (Euterpe oleracea) na infecção oral pelo Trypanosoma cruzi em camundongos BALB/c.
    (2024) Marques, Flávia de Souza; Vieira, Paula Melo de Abreu; Borges, William de Castro; Vieira, Paula Melo de Abreu; Borges, William de Castro; Lima, Wanderson Geraldo; Amaral, Joana Ferreira do; Souza, Daniel Menezes; Toledo, Max Jean de Ornelas
    Por muito tempo, o principal mecanismo de transmissão da doença de Chagas foi o vetorial. Entretanto, após uma série de medidas de controle ao principal vetor, Triatoma infestans, ocorreu um decréscimo na transmissão vetorial no Brasil. Nesse cenário, a infecção por via oral se tornou o principal mecanismo de transmissão da doença de Chagas no Brasil. Essa via de infecção é caracterizada pela ingestão de alimentos ou bebidas contaminados com asformas metacíclicas (TM) do Trypanosoma cruzi, sendo o açaí (Euterpe oleracea) o principal alimento envolvido. A alta capacidade antioxidante da pasta de açaí, com alto teor de polifenóis, especialmente antocianinas, já foi confirmada em vários estudos, entretanto existem poucos trabalhos na literatura que abordam a via oral, e complementarmente, a participação do açaí na interação parasito/hospedeiro. Nesse sentido, um estudo sobre a influência do açaí, frente a infecção por via oral possibilitará a compreensão de como o alimento no qual o parasito é inserido no organismo interfere na interação entre T. cruzi/hospedeiro. Baseado nisso, o objetivo desse trabalho foi avaliar a influência do inóculo em açaí na infecção experimental pelo T. cruzi. Para cumprir com esse objetivo, camundongos BALB/c foram divididos em três grupos experimentais, o grupo Controle (animais não infectados) e os grupos de animais infectados por via oral com formas TM da cepa Y (DTU II) do T. cruzi adicionadas ao meio RPMI ou ao açaí. Os animais inoculados com os parasitos em meio RPMI apresentaram 83% de sobrevida, enquanto essa porcentagem no grupo inoculado com parasitos em açaí foi de 98%. Apesar do grupo Açaí apresentar período pré- patente de parasitemia mais longo, as curvas de parasitemia dos animais infectados foram semelhantes. A quantificação da carga parasitária tecidual mostrou um aumento do parasitismo na bochecha no grupo RPMI em relação ao grupo Açaí no 14o DAI (dias após a infecção). Já no estômago esse aumento foi observado precocemente no 5o DAI. Entretanto, no coração observou-se um perfil inverso, onde houve um aumento da carga no grupo Açaí no 7o DAI em relação ao grupo RPMI. Já no 14o DAI ocorre uma inversão. A avaliação do processo inflamatório mostrou que tanto no músculo próximo a bochecha, quanto no estômago há presença de processo inflamatório nos dias 2 e 5 após a infecção para ambos os grupos infectados. No 14o DAI esse aumento foi observado apenas na bochecha para animais infectados em meio RPMI. No coração apesar de não ter sido observado processo inflamatório, foram encontrados ninhos de amastigota no 14o DAI no grupo RPMI. A quantificação de citocinas no músculo próximo a bochecha mostrou que ocorre uma maior produção da citocina pró-inflamatória TNF aos 14 dias após a infecção no grupo RPMI em relação ao grupo Açaí. Já no estômago, a avaliação das citocinas mostrou que nos animais infectados com Açaí há uma menor produção de citocinas pró-inflamatórias e imunoreguladoras. A avaliação proteômica do estômago revelou 110 proteínas diferencialmente abundantes nos três grupos experimentais. Destas, 24 proteínas encontraram- se aumentadas no grupo Açaí e diminuídas no grupo RPMI em relação ao grupo Controle. Estas proteínas estão envolvidas no controle do processo inflamatório e na manutenção da integridade da barreira epitelial. Já os grupos infectados partilharam 17 proteínas com aumento da abundância em relação ao grupo Controle, entre as quais se destacam proteínas relacionadas à invasão celular e integridade da mucosa gástrica. Esses resultados sugerem que a infecção oral por ingestão de formas metacíclicas em meio RPMI, além de promover uma parasitemia mais precoce, foi responsável pelo estabelecimento da infecção no estômago no 5o DAI. Já no grupo Açaí, a infecção ocorre de forma maissilenciosa, com parasitemia mais tardia e estabelecimento da infecção apenas no 14o DAI. Este fato pode estar relacionado à uma menor produção de citocinas pró-inflamatórias nos animais infectados com o Açaí, além do aumento de proteínas que dificultam a invasão celular pelo T. cruzi.
  • Item
    Efeito da dieta hiperlipídica consumida pela progenitora sobre o metabolismo do tecido adiposo branco da prole de segunda geração.
    (2023) Lima, Taynara Carolina; Alzamora, Andréia Carvalho; Carneiro, Cláudia Martins; Carneiro, Claudia Martins; Alzamora, Andreia Carvalho; Castro, Carlos Henrique de; Souza, Gabriela Guerra Leal de; Araujo, Ronaldo de Carvalho; Borges, William de Castro
    A dieta hiperlipídica (H) da progenitora pode induzir alterações metabólicas na prole. O presente estudo avaliou o efeito da dieta H consumida pela progenitora G0H durante o período de acasalamento, gestação e lactação (59 dias), no metabolismo do tecido adiposo branco da prole segunda geração F2- G0H. Ratos Fischer foram submetidos à dieta H (G0H) ou dieta controle (C; G0C) durante o acasalamento, gestação e lactação (59 dias), gerando as proles F1 e F2, que receberam dieta C após desmame até completarem 90 dias de idade. A prole F2 foi dividida em dois grupos de acordo com alimentação da G0: prole F2 de progenitoras G0H (F2-G0H) e de progenitoras G0C (F2-G0C). Nossos resultados revelaram que a dieta H materna induziu aumento da massa corporal, da eficiência alimentar, dos depósitos de gordura inguinal, retroperitoneal e epididimal, da relação TAV/TAS, do índice de adiposidade, da massa do fígado na prole F2-G0H. Além disso, a prole F2-G0H apresentou o TAB disfuncional gerando lipotoxicidade, mostrado pela hipertrofia do depósito de gordura retroperitoneal com aumento no teor de lipídeos, no colesterol total, no número de células inflamatórias e nas áreas dos adipócitos, além de aumento do processo redox e dos marcadores do processo inflamatório mostrado pelos níveis proteicos de CCL2 e da expressão gênica de componentes da via Toll (Tol2R; Tol4R; MyD88; Tirap e Traf). E ainda aumento da expressão gênica do sistema renina angiotensina (Agto; AT1R), de marcadores da lipólise (UCP-1; UCP-3; PGC1-α e leptina) e adipogênicos (BMP4+; Wnt10; Wnt1; C/EBPα) no depósito de gordura retroperitoneal. Já o depósito de gordura inguinal apresentou aumento do número e da área dos adipócitos e aumento de células inflamatórias. Adicionalmente, o fígado apresentou aumento do teor de lipídeos, do triglicerol e colesterol hepáticos e dos níveis séricos de ALT e AST, caracterizando um quadro de doença hepática não alcóolica. Nossos dados em conjunto sugerem que o consumo da dieta H pela progenitora, induziu na prole F2-G0H expansão do TAB por hipertrofia, seguido de processo inflamatório e lipotoxicidade, ocasionando disfunção no TAB e do fígado, contribuindo para o quadro de síndrome metabólica na prole F2-G0H.
  • Item
    Alta sintomatologia depressiva reduz as reações emocionais diante de estímulos de interação social.
    (2022) Lacerda, Kíssyla Christine Duarte; Souza, Gabriela Guerra Leal de; Souza, Gabriela Guerra Leal de; Meireles, Adriana Lúcia; Volchan, Eliane; David, Isabel de Paula Antunes; Nogueira, Katiane de Oliveira Pinto Coelho
    As interações sociais são inerentes a nossa espécie e representaram fator crucial para a evolução humana. Ainda hoje a sociabilidade tem impacto na a saúde física e mental, onde o sentimento de solidão é fator de risco para o desenvolvimento de doenças tanto físicas quanto mentais, dentre elas, destaca-se o transtorno depressivo. Já é elucidado que indivíduos depressivos apresentam expressões faciais distintas de indivíduos não depressivos. Uma vez que as expressões faciais representam um fator determinante para que as interações sociais se estabeleçam, estas diferenças podem estar relacionadas com o alto nível de solidão presente na população depressiva. Além disso, indivíduos depressivos exibem atividade muscular facial distinta ao visualizarem fotografias com diferentes níveis de valência e ativação emocional, entretanto, ainda não existem investigações utilizando estímulos pareados para a valência e ativação. Dessa forma, este trabalho se propõe a investigar se fotos com pistas de interação social, pareadas para valência e ativação, modulam as reações emocionais em indivíduos com sintomas depressivos e em indivíduos saudáveis, e se a re-exposição das imagens após um período de 10 semanas (TEMPO 2) permaneceria exercendo os mesmos efeitos observados na primeira exposição (TEMPO 1), caso estes efeitos ocorressem. A amostra foi composta por 85 individuos, divididos de acordo com seus escores no Inventário de Depressão de Beck. Voluntários com pontuação superior a 21 pontos foram incluídos no grupo depressivo (n=16) e os demais alocados no grupo saudável (n=69). Os participantes tiveram seus níveis de depressão, solidão, ansiedade, empatia e toque social avaliados por meio de escalas. Em seguida, visualizaram três blocos de imagens (28 imagens cada), contendo imagens neutras (objetos), afiliativas (pessoas realizando interação social direta) e controles (pessoas não realizando interação social direta). A atividade eletromiográfica do músculo zigomático maior (ZIG) e corrugador do supercílio (COR) foi coletada durante todo o período de visualização dos blocos. Após cada bloco de imagens, os voluntários responderam a escala de estado afiliativo e escala de comportamento altruísta. Todas as análises foram repetidas após um período de 10 semanas. No TEMPO 1, em indivíduos saudáveis, as imagens afiliativas aumentaram a atividade ZIG e os escores nas escalas de expectativa de aproximação e altruísmo, e reduziram a atividade do COR em comparação com as imagens neutras e controle. Entretanto, estes efeitos não foram observados em indivíduos depressivos. No TEMPO 2, as imagens afiliativas permaneceram exercendo modulação sobre o ZIG e sobre a expectativa de aproximação no grupo saudável, porém sem efeitos sobre o COR. Novamente, as fotos afiliativas não provocaram nenhum efeito nos indivíduos depressivos. Podemos concluir que indivíduos depressivos são hiporresponsivos às pistas de interação social, refletindo em baixa expressividade facial, sociabilidade e altruísmo. Além disso, a reexposição de imagens com interação social permanece exercendo seus efeitos sobre a resposta emocional de indivíduos saudáveis após 10 semanas, porém sem efeitos nos depressivos. Este trabalho nos indica que a depressão leva a responsividade emocional reduzida diante do contexto de interação social, o que pode impactar consideravelmente as interações sociais de indivíduos depressivos e o curso de desenvolvimento do transtorno.
  • Item
    Avaliação do potencial profilático e terapêutico da piperina na hepatotoxicidade induzida pelo paracetamol.
    (2022) Coelho, Aline Meireles; Costa, Daniela Caldeira; Costa, Daniela Caldeira; Cadena, Pabyton Gonçalves; Santos, Sandra Lauton; Isoldi, Mauro César; Cardoso, Leonardo Máximo
    A metabolização de xenobióticos pelo fígado pode levar a intoxicação e hepatotoxicidade. O paracetamol (APAP) é um dos analgésicos e antipiréticos mais utilizados, porém devido ao acesso fácil e a falta de conhecimento da população sobre seus efeitos nocivos o número de intoxicações por este fármaco tem aumentado progressivamente. A piperina, um composto natural extraído da pimenta preta, tem sido relatado na literatura pelo seu potencial hepatoprotetor, antioxidante, anti- inflamatório e imunomodulatório. Assim, o objetivo deste projeto foi avaliar a progressão temporal da intoxicação hepática causada pela overdose de paracetamol bem como o potencial profilático e terapêutico da piperina na redução da hepatotoxicidade em camundongos C57BL/6. Para tal, utilizamos 98 animais, sendo que todos os procedimentos experimentais foram aprovados pelo Comitê de Ética no Uso de Animais (CEUA-UFOP). Nos três delineamentos utilizados neste projeto (temporal, profilático e terapêutico), a hepatotoxicidade foi induzida pela administração do paracetamol na dose de 500mg/kg por gavagem orogástrica. No delineamento temporal, distribuímos os grupos em: controle, APAP 3H e APAP 12H, sendo os animais eutanasiados 3 ou 12 horas após a overdose de paracetamol. Nossos resultados mostram que 3 horas após a overdose foi observado aumento de creatinina e do biomarcador de peroxidação lipídica (TBARS). Já no período de 12H foi observado um aumento nos marcadores de lesão hepática e dano oxidativo, além do aumento de citocinas inflamatórias séricas e ativação da expressão genica dos componentes do inflamassoma, sugerindo o agravamento da hepatotoxicidade ao longo do tempo. No delineamento profilático com a piperina, avaliamos o potencial do fitoterápico na prevenção das alterações hepáticas induzidas pela exposição à xenobiótico, neste caso o paracetamol. Os grupos foram distribuídos em: grupo controle, APAP, P20 + APAP e P40 + APAP. Os animais receberam piperina por 8 dias consecutivos nas doses de 20 mg/kg ou 40 mg/kg, sendo o APAP administrado 12 horas após a última dose de piperina. Os animais foram eutanasiados 03 horas após a administração do APAP. Os resultados mostraram que a prevenção com ambas as doses da piperina reduziu a atividade de ALT, o índice de necrose e os biomarcadores de dano oxidativo, além de modular positivamente a expressão gênica dos componentes da via do inflamassomo e da isoenzima CYP2E1. No delineamento terapêutico com a piperina, os grupos foram distribuídos em: controle, APAP, APAP + P20, APAP + P40, APAP + NAC, APAP + P20 + NAC, APAP + P40 + NAC. Neste delineamento, após 2 horas à overdose de APAP foram realizados os tratamentos com a piperina nas doses de 20 ou 40 mg/Kg em associação ou não com a N- acetilcisteína (NAC) na dose de 300 mg/kg. Todos os tratamentos foram realizados por gavagem orogástrica. Os animais foram eutanasiados 12 horas após a administração do APAP. Os resultados mostraram que a associação da NAC com ambas as doses de piperina diminuiu a atividade de AST e da MMP-9, além da redução dos níveis de ureia, proteína carbonilada, TBARS, TNF e IL-6. Também foi observado redução na área de necrose hepática e aumento na regeneração dos hepatócitos. Em relação à expressão gênica, a associação da NAC com ambas as doses de piperina reduziu os níveis de mRNA de IL-1β, IL-18 e CASP-1 e a associação com a maior dose de piperina reduziu os níveis de mRNA de NLRP3. Além disso, a associação da NAC com a menor dose de piperina reduziu a atividade de ALT e aumentou os grupamentos sulfidrilas. Assim, podemos concluir que a piperina isolada ou em associação com a NAC tem se mostrado uma possível aliada tanto na prevenção quanto no tratamento da hepatotoxicidade causada pelo paracetamol.
  • Item
    Avaliação da atividade anti-Trypanosoma cruzi in vitro e in vivo da miltefosina em combinação com compostos nitro-heterocíclicos e com derivados azólicos.
    (2019) Mota, Suianne Letícia Antunes; Bahia, Maria Terezinha; Bahia, Maria Terezinha; Reis, Alexandre Barbosa; Diniz, Lívia de Figueiredo; Soeiro, Maria de Nazaré Correia; Mosqueira, Vanessa Carla Furtado
    A terapia combinada e o reposicionamento de fármacos ganharam atenção como uma possível estratégia para superar as deficiências do atual arsenal terapêutico para a doença de Chagas. O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito anti-Trypanosoma cruzi da miltefosina em associação com compostos nitroheterocíclicos (benznidazol e metabólito sulfona do fexinidazol) e com derivados azólicos (posaconazol e ravuconazol). Para evitar efeitos tóxicos a citotoxicidade dos compostos (isolados ou combinados) para as linhagens celulares H9c2 e J774 foi avaliada. Não foi observada citotoxicidade destes compostos para as células hospedeiras nas concentrações próximas ao IC90 de cada fármaco isolado ou em combinação. Em seguida, o efeito in vitro da miltefosina em combinação com compostos nitro- heterocíclicos ou derivados azólicos contra amastigotas das cepas Y e colombiana foi avaliado em um ensaio de 72h, utilizando as mesmas linhagens celulares. Não foi observada uma marcante influência da cepa do parasito nos valores de IC50 ou IC90 para miltefosina e para os compostos nitro-heterocíclicos, sendo o valor de IC50 no máximo 3,4 vezes maior quando células H9c2 foram infectadas pela cepa colombiana e o IC90 no máximo 2.0 vezes. De forma diferente, os valores de IC50 do ravuzonazol e do posaconazol foram 23 e 11,7 vezes maiores para a cepa colombiana, em relação à cepa Y, respectivamente. Os valores de IC90 foram 4.26 e 7.66 vezes maiores para a cepa colombiana quando as células infectadas foram tratadas com ravuconazol e posaconazol, respectivamente. Os valores de IC50 e IC90 não foram influenciados pela célula hospedeira. As interações foram classificadas como aditivas para todas as combinações de drogas avaliadas (somas das concentrações inibitórias fracionárias - ∑ICF> 0,5). No entanto, é importante notar que os valores de ΣFIC para as combinações miltefosina/compostos nitro-heterocíclicos foram sempre <1,0. Diferentemente, os resultados de ΣFIC>1 foram observados na maioria dos experimentos realizados com miltefosina/derivados azólicos. Não foi observada a influência da cepa do parasito ou da célula hospedeira no tipo de interação entre os diferentes compostos. Em seguida, camundongos infectados pela cepa Y foram tratados com 10 doses de 40 mg/kg de miltefosina administradas em dias consecutivos ou alternados e com 20 doses de 50 e 100mg/kg de benznidazol administradas em dias consecutivos. Os fármacos foram administrados em monoterapia e em combinação nas mesmas doses. O tratamento com miltefosina e benznidazol a 50mg/kg em monoterapia levaram à supressão transitória da parasitemia. Os mesmos resultados podem ser observados entre animais tratados com 40mg/kg de miltefosina (dias consecutivos) em combinação com 50mg/kg de benznidazol. No entanto, o tratamento com a mesma dose de miltefosina, administrada em dias alternados, e 50mg/kg de benznidazol foi capaz de curar 62,5% dos animais. A administração de uma dose mais elevada de benznidazol (100mg/kg) e 40mg/kg de miltefosina aumenta significativamente a taxa de cura: 87,5% entre camundongos tratados com miltefosina em dias consecutivos e 100% naqueles que receberam o fármaco em dias em dias alternados. Estes resultados mostram uma interação positiva entre a miltefosina e o benznidazol. No entanto é necessário a avaliação da sua eficácia contra a infecção induzida por outras cepas do parasito, bem como no tratamento da fase crônica da infecção.
  • Item
    Estudo dos efeitos da Hesperidina em células e camundongos submetidos à ventilação mecânica.
    (2022) Souza, Ana Beatriz Farias de; Bezerra, Frank Silva; Menezes, Rodrigo Cunha Alvim de; Bezerra, Frank Silva; Valença, Samuel dos Santos; Silva, Pedro Leme; Vieira, Paula Melo de Abreu; Souza, Gustavo Henrique Bianco de; Menezes, Rodrigo Cunha Alvim de
    A ventilação mecânica (VM) é uma ferramenta utilizada na assistência ao paciente crítico, porém pode desencadear processos inflamatórios e oxidativos capazes de causar ou agravar lesões pulmonares. A hesperidina é um flavonoide encontrado em frutas cítricas que apresenta propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias. Este estudo teve como objetivo avaliar os efeitos da administração de hesperidina em células e camundongos submetidos à VM. O estudo foi dividido em ensaios in vitro e in vivo, inicialmente foi avaliado os efeitos in vitro da hesperidina. Utilizando diferentes concentrações de hesperidina (12,21; 24,42; 48,84; 97,7; 195,4 μg/mL) e lipopolissacarídeo (LPS) (0,25; 0,5; 1,0; 2,0; 4,0 μg/mL) avaliamos em macrófagos da linhagem J774A.1 por meio do teste de MTT alterações na viabilidade celular e, posteriormente utilizando as melhores concentrações e hesperidina e LPS foi avaliada a produção intracelular de espécies reativas de oxigênio (ERO). Para os ensaios in vivo foram utilizados 50 camundongos C57BL/6 com idade entre 7 e 8 semanas. Os animais foram divididos em 2 ensaios (n = 25), e para ambos experimentos os camundongos foram randomizados em 5 grupos: grupo controle (GC), grupo ventilação mecânica (GVM), grupo VM + hesperidina 10 mg/kg (VMH10), grupo VM + hesperidina 25 mg/kg (VMH25) e grupo VM + hesperidina 50 mg/kg (VMH50). Os animais receberam solução salina (GC e GVM) ou solução de hesperidina (VMH10, VMH25 e VMH50) via gavagem orogástrica, sendo que para o primeiro ensaio a administração das soluções ocorreu seis horas antes do início da VM, já para o segundo estudo os animais receberam as respectivas soluções por 30 dias consecutivos antes do início da VM. Em ambos ensaios após o tempo de administração das soluções os animais foram submetidos à VM no modo controlado à volume por uma hora utilizando os seguintes parâmetros: volume corrente de 10 mL/kg, fração inspirada de oxigênio de 21%, frequência respiratória de 150 incursões respiratórias por minuto e pressão positiva ao final da expiração de 2 cmH2O. Ao término da VM os animais foram eutanasiados e foram coletados sangue, lavado broncoalveolar (LBA) e pulmões. No ensaio in vitro, células expostas por 24 horas à hesperidina, nas concentrações de 24,42; 48,85; 97,7 e 195.4 μg/mL apresentaram aumento da viabilidade celular quando comparado com o controle. Além disso, as células que foram incubadas com hesperidina (24,42; 48,85 e 97,7 μg/mL) e LPS (1,0 μg/mL) apresentaram menor produção de ERO quando comparado com as células expostas apenas ao LPS. Para os ensaios in vivo, os animais receberam a hesperidina seis horas antes do início da VM, especialmente os grupos VMH25 e VMH50, apresentaram menor influxo de células inflamatórias para as vias aéreas e menor dano oxidativo, quando comparado com GVM. Além disso, a administração de hesperidina modulou a resposta inflamatória, reduzindo os níveis de CLL2 e IL-12. A administração da hesperidina por trinta dias antes do início da VM promoveu em todas as doses utilizadas, uma diminuição do influxo de células inflamatórias, dano oxidativo e nos níveis de CCL2, TNF-α e IL-12. Em conclusão, a administração de única ou múltiplas doses de hesperidina exerceu efeitos protetivos sobre os pulmões de camundongos submetidos à ventilação mecânica.
  • Item
    Efeito do açaí (Euterpe oleracea martius) em fatores envolvidos na progressão da NAFLD induzida por dieta hiperlipídica em camundongos.
    (2020) Carvalho, Mayara Medeiros de Freitas; Pedrosa, Maria Lúcia; Silva, Marcelo Eustáquio; Guerra, Joyce Ferreira da Costa; Pedrosa, Maria Lúcia; Guerra, Joyce Ferreira da Costa; Silva, Marcelo Eustáquio; Esteves, Elizabethe Adriana; Silva, Fernanda Cacilda dos Santos; Espindola, Foued Salmen; Isoldi, Mauro César
    A Doença Hepática Gordurosa não Alcoólica (NAFLD) é caracterizada pelo acúmulo de triacilgliceróis nos hepatócitos e abrange esteato-hepatite e cirrose. Estresse oxidativo, inflamação, disfunção mitocondrial, apoptose e alterações na homeostase do retículo endoplasmático (RE) são citados como eventos implicados na sua patogênese. Como estratégia para prevenção da NAFLD, são considerados promissores os compostos fenólicos pelo seu modo de ação multifatorial e nesse contexto, encontram- se os alimentos ricos em compostos fenólicos, como o açaí (Euterpe oleracea Mart.), que possui alto teor de polifenóis, alta capacidade antioxidante e potencial atividade anti-inflamatória. Neste trabalho avaliamos o efeito antioxidante in vitro do filtrado da polpa de açaí e do seu efeito nos fatores/hits envolvidos na patogênese da NAFLD in vivo. A avaliação in vitro do filtrado do açaí demonstrou uma alta capacidade antioxidante pelo método ORAC: 36,608 μMTE/mL, e de inibição da produção de espécies reativas de oxigênio em células HepG2, sem efeito citotóxico. Para o experimento in vivo foram utilizados 32 camundongos swiss divididos nos grupos: Controle (C), Controle + açaí (CA), Hiperlipídico (HF) e Hiperlipídico + açaí (HFA). In vivo, a administração do açaí atenuou o dano hepático, observado pela redução do peso do fígado, conteúdo de lipídios hepáticos e da atividade da ALT, do número de células inflamatórias e proteínas carboniladas avaliada por OxyBlot. A administração de açaí modulou a atividade da enzima antioxidante paraoxonase. Não foram encontradas alterações na deposição de fibras colágenas, em marcadores de estresse no retículo endoplasmático e apoptose. A expressão do fator de crescimento de fibroblasto 21 (FGF21), importante hormônio secretado em maior concentração pelo fígado, e que pode levar a alterações no tecido adiposo, teve sua expressão reduzida nos grupos A, HF e HFA. Ao analisarmos o tecido adiposo, os resultados mostraram que o grupo HF apresentou ganho de peso e índice de adiposidade maior que o grupo C. O grupo A apresentou menor área dos adipócitos e expressão do coativador 1 alfa do receptor ativado por proliferador de peroxissoma (PGC1a) comparado a todos os outros grupos experimentais. Observou-se aumento no grupo HF quanto a expressão de mRNA da carnitina palmitoiltransferase I (CPT-1). Dessa forma demonstramos o efeito hepatoprotetor do açaí em fatores chave envolvidos na patogênese e progressão da NAFLD. Esses achados indicam que o filtrado do açaí pode representar uma estratégia terapêutica na NAFLD e que outros estudos serão importantes para ampliar e consolidar os conhecimentos sobre outros mecanismos de ação desse fruto no tecido adiposo, considerando os efeitos do açaí na expressão gênica e proteica nesse tecido.
  • Item
    Avaliação do estresse oxidativo e defesas antioxidantes na infecção pelo vírus Oropouche em modelo animal.
    (2023) Menegatto, Marília Bueno da Silva; Magalhães, Cíntia Lopes de Brito; Magalhães, Cíntia Lopes de Brito; Ferreira, Jaqueline Maria Siqueira; Vieira, Etel Rocha; Silva, André Talvani Pedrosa da; Bezerra, Frank Silva
    O Oropouche orthobunyavirus (OROV) é o arbovírus causador da Febre Oropouche, cujos sintomas são febre alta, cefaléia, mialgia, artralgia, fotofobia, tontura, náuseas e vômito. Mais de meio milhão de pessoas já foram infectadas com o OROV desde seu isolamento em 1955, sendo a Febre Oropouche uma doença negligenciada de caráter emergente. Até o momento não há medicamentos antivirais ou vacinas disponíveis contra a infecção e ainda, pouco se sabe sobre os mecanismos envolvidos em sua patogenicidade. Assim, estudos que busquem entender os mecanismos envolvidos na patogênese do OROV são de extrema importância. Nesse sentido, dados da literatura vêm demonstrando que o estresse oxidativo pode estar envolvido na patogênese de vários agentes virais, dentre alguns arbovírus como Dengue, Zika, Chikungunya e Mayaro. O estresse oxidativo é a condição que se estabelece quando há um desequilíbrio entre os oxidantes, como as “Espécies Reativas de Oxigênio” (ERO), e os antioxidantes, como as enzimas Superóxido Dismutase (SOD) e Catalase (CAT), a favor dos oxidantes. Sendo assim, este estudo teve como objetivo investigar em modelo animal, a homeostase redox em órgãos alvos da infecção. Primeiramente camundongos BALB/c de 21 dias de vida foram infectados via subcutânea com 6x106 Unidades Formadoras de Placas (UFP) do OROV e monitorados por 21 dias quanto ao desenvolvimento da doença e sobrevida. Os animais desenvolveram doença aguda autolimitada, com menor ganho de peso entre os dias 2 e 5, sem mortalidade. Para os próximos experimentos, os animais foram infectados da mesma forma e eutanasiados no 4o dia pós infecção (dpi). Ao final desse período, os animais infectados apresentaram aumento significativo do baço, leucopenia, anemia e trombocitopenia. Ainda, desenvolveram anticorpos neutralizantes anti-OROV, aumento dos níveis séricos das transaminases hepáticas (AST/ALT) e das citocinas pró-inflamatórias Fator de Necrose Tumoral alfa (TNF-α) e Interferon-γ (IFN-γ). O genoma do OROV e partículas virais infecciosas foram detectados no fígado e baço dos animais. A histopatologia revelou inflamação hepática e aumento do número e área total de nódulos linfóides no baço. No que diz respeito à homeostase redox, a infecção pelo OROV levou a um aumento dos níveis de ERO e dos biomarcadores de estresse oxidativo malondialdeído (MDA) e proteína carbonilada no fígado e baço. Ainda, nesses mesmos órgãos, a infecção pelo OROV levou a uma diminuição nas atividades das enzimas SOD e CAT. Juntos, estes resultados mostram que a infecção pelo OROV culmina com desequilíbrio na homeostase redox e consequente estresse oxidativo em órgãos alvos da infecção, ajudando a elucidar alguns aspectos importantes que podem contribuir na patogênese da Febre Oropouche.
  • Item
    Investigação do potencial terapêutico da silimarina na doença hepática gordurosa não alcoólica em camundongos submetidos ao consumo de frutose em água.
    (2022) Carvalho, Luana Cristina Faria; Costa, Daniela Caldeira; Costa, Daniela Caldeira; Garrido, Marilene Porawski; Lira, Eduardo Carvalho; Magalhães, Cíntia Lopes de Brito; Gomes, Sílvia de Paula
    Na última década, houve um aumento na prevalência da doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA). Dentre os fatores de risco para DHGNA, destaca-se o consumo de frutose, que favorece o acúmulo de triglicerídeos (TG) no fígado devido à sua via de metabolização hepática. Nesse sentido, antioxidantes exógenos podem ser uma alternativa para modular o perfil lipídico. Portanto, este trabalho teve como objetivo avaliar o efeito da silimarina no perfil hepático e metabólico em camundongos C57BL/6 submetidos ao consumo de 30% de frutose por quatro e oito semanas. Nossos resultados mostram em testes in vitro, que a silimarina apresenta importantes teores de compostos fenólicos e flavonoides, e uma significativa capacidade antioxidante. Além disso, observamos que a frutose induz estresse mitocondrial (290mM), revertido pela silimarina (25 e 50μg/mL). Os testes in vivo foram baseados em duas formas distintas de tratamento da DHGNA, a primeira objetivou averiguar a eficácia da silimarina mesmo diante do consumo contínuo da frutose e a segunda objetivou a avaliação da eficácia da silimarina concomitante à mudança do perfil dietético, ou seja, mediante a retirada da frutose. Assim, os resultados foram apresentados em dois capítulos. No CAPÍTULO I, os animais foram distribuídos em: controle (C), 30% frutose por 8 semanas (F), 30% frutose por 8 semanas+ 120mg/kg/dia de silimarina (FS1) e 30% frutose por 8 semanas + 240mg/kg/dia de silimarina (FS2). Na apresentação do CAPÍTULO II, os animais foram distribuídos nos seguintes grupos: controle (C), 30% frutose por 8 semanas (F), 30% frutose por 4 semanas, sendo na 5a semana a interrupção do consumo de frutose e consumo de água ad libitum até a 8a semana (FST), 30% frutose por 4 semanas, sendo na 5a semana a interrupção do consumo de frutose e tratamento com silimarina na dose de 120mg/kg/dia por 4 semanas (FS1), 30% frutose por 4 semanas, sendo na 5a semana a interrupção do consumo de frutose e tratamento com silimarina na dose de 240mg/kg/dia por 4 semanas (FS2). A frutose foi adicionada à água e o tratamento com silimarina foi administrado por gavagem. RESULTADOS CAPÍTULO I: Os grupos que receberam frutose aumentaram a ingestão de água e reduziram a ingestão de alimentos. Observamos aumento de AST e ALT no grupo F em relação aos grupos C, FS1 e FS2. O consumo de frutose induziu hipertrigliceridemia e hipercolesterolemia. No perfil hepático, o consumo de frutose aumentou a relação SOD/CAT, TBARS, triglicerídeos e colesterol (confirmado por análise histológica), além de aumentar a expressão gênica das enzimas regulatórias da via lipogênica, caracterizando o modelo animal de DHGNA. O tratamento com a silimarina em ambas as doses foi capaz de reduzir os agravos hepáticos e metabólicos decorrentes da DHGNA, mesmo mediante o consumo contínuo de frutose. RESULTADOS CAPÍTULO II: Os grupos que receberam frutose aumentaram a ingestão de água e reduziram a ingestão de alimentos. O grupo F induziu hipertrigliceridemia, sendo que a retirada do consumo líquido de frutose (FST), por si só, foi capaz de reduzir os TG séricos. Observamos hipercolesterolemia em todos os grupos que consumiram frutose (F, FST, FS1 e FS2). Verificamos que o grupo F aumentou a concentração de TG e CT hepáticos, enquanto os grupos FST, FS1 e FS2 reduziram. ALT e AST aumentaram nos grupos F e FST quando comparados aos grupos controle, FS1 e FS2. Os grupos F, FS1 e FS2 aumentaram TBARS em relação aos grupos C e FST. O grupo F aumentou a concentração de proteína carbonilada, sendo este perfil revertido pelos grupos FST, FS1 e FS2. A razão SOD/CAT aumentou nos grupos F e FST em relação aos grupos C, FS1 e FS2. O grupo F aumentou sulfidrilas em relação aos demais grupos. O grupo F aumentou a expressão de ACC-1, FAS em relação aos demais grupos. O grupo FS2 reduziu a expressão da ACC-2. Por fim, observamos que o grupo FST aumentou a concentração de ácido acético e butírico em relação aos demais grupos avaliados. Os resultados sugerem que a silimarina reduz os danos metabólicos e hepáticos causados pelo consumo de frutose, tanto na ausência quanto na presença de modificação no perfil dietético, podendo ser uma opção terapêutica complementar para a redução do agravamento da DHGNA.
  • Item
    Seleção de leveduras de frutos e folhas nativos do Cerrado para fabricação de cachaça e cerveja.
    (2022) Oliveira, Marcos de; Brandão, Rogélio Lopes; Cunha, Aureliano Claret da; Brandão, Rogélio Lopes; Tótola, Antônio Helvécio; Fietto, Luciano Gomes; Teixeira, Mônica Cristina; Silva, Silvana de Queiroz
    A cachaça é o genuíno destilado nacional. A cerveja, de origem mais tardia, tornou-se a bebida mais consumida tanto pelos brasileiros quanto pela população mundial. Ambas são bebidas derivadas de processos fermentativos, realizados pelas leveduras, microrganismos responsáveis pela fermentação alcoólica. Ademais, novas cepas têm sido estudadas e testadas objetivando a produção de bebidas com características sensoriais singulares. O Cerrado é um bioma que possui grande diversidade de plantas endêmicas e frutíferas, com características relevantes que possibilitem desenvolvimento de leveduras. O objetivo deste trabalho foi selecionar leveduras dos frutos e folhas do Cerrado Mineiro que possuíssem características importantes para produção de cachaça e cerveja. Desta forma, foram isoladas um total de 37 leveduras de 6 frutos e folhas do Cerrado mineiro com características morfológicas diferentes. Posteriormente de acordo com as respostas bioquímicas relacionadas a produção de cachaça e cerveja 4 foram selecionadas, a JUR11, JUR16, ERC10B e JEN11, nas quais todas pertencem ao mesmo gênero, Meyerozyma. Na produção da cachaça, os parâmetros fermentativos apresentados pelas leveduras não se diferenciaram estatisticamente umas das outras. Os parâmetros de teores alcoólicos, acidez volátil e metabólitos voláteis secundários estão dentro dos valores encontrados em cachaças elaboradas por meios tradicionais de produção e dentro dos parâmetros aceitos da legislação vigente (IN 13/2005). Adiante, as análises sensoriais mostraram uma aceitação acima de 58% entre os degustadores, sem diferença significativa nos atributos avaliados. Nos testes bioquímicos de seleção, foi verificado que as 4 leveduras selecionadas não foram capazes de metabolizarem maltose, característica importante para fabricação de cerveja com baixo teor alcoólico. Nesse sentido, elas foram submetidas a testes em diferentes condições fermentativas sendo estimados e quantificados os principais metabólitos voláteis relacionados ao sabor e aroma e o seu teor alcóolico produzido. A levedura ERC10B foi a selecionada para produção da cerveja produzindo cervejas do tipo zero álcool. O perfil de produção dos metabolitos secundários é compatível com as cervejas com álcool, tradicionalmente produzidas. Os resultados mostram que a presença do lúpulo pode influenciar o processo fermentativo da levedura ERC10B havendo necessidades de testes mais apurados.
  • Item
    Avaliação dos mecanismos associados ao efeito anti-hipertensivo de uma formulação com extrato da folha de goiabeira (Psidium guajava L.) em um modelo de hipertensão sódio-dependente.
    (2023) Silva, Daiane Cristina de Assis Braga; Cardoso, Leonardo Máximo; Cardoso, Leonardo Máximo; Colombari, Débora Simões de Almeida; Haibara, Andréa Siqueira; Costa, Daniela Caldeira; Gomes, Sílvia de Paula
    A hipertensão é um importante problema de saúde pública que requer tratamento com medicamentos. No entanto, muitos pacientes são resistentes aos tratamentos convencionais. As plantas medicinais têm sido utilizadas como uma alternativa para o tratamento destes indivíduos, e a goiabeira (Psidium guajava L.) é uma delas, cujas propriedades antihipertensivas já foram descritas. O objetivo deste estudo foi verificar se o extrato de folha de goiabeira (PsE) é eficaz em reduzir a pressão arterial em ratos hipertensos, e se isso é resultado da sua influência sobre a atividade simpática, absorção de sódio, citocinas inflamatórias, biomarcadores do perfil redox e microbiota intestinal. Ratos foram alimentados com uma dieta com excesso de sódio e, posteriormente, receberam PsE ou veículo por via oral por 4 semanas. Os resultados mostraram que PsE atenuou a absorção de sódio, aumentou a reatividade simpática lombar e alterou a microbiota intestinal. Além disso, houve aumento de IL-10 após o tratamento com PsE, sem alterações em biomarcadores do perfil redox. Conclui-se que o extrato está atenuando a resposta simpatoexcitatória e absorção de sódio intestinal em ratos HS12W e parte destes efeitos podem estar associados com a alteração da família Ruminococaceae e processo inflamatório.
  • Item
    Efeitos do exercício físico de natação sobre a palatabilidade e os mecanismos centrais envolvidos com a ingestão de sacarose.
    (2023) Silva, Marcone Rodrigues da; Cardoso, Leonardo Máximo; Oliveira, Lisandra Brandino de; Cardoso, Leonardo Máximo; Andrade, Carina Aparecida Fabrício de; Almeida, Roberto Lopes de; Souza, Gabriela Guerra Leal de; Oliveira, Lenice Kappes Becker; Oliveira, Lisandra Brandino de
    A ingestão de alimentos aumentada e as preferências alimentares associadas ao sedentarismo têm levado ao aumento da obesidade e diabetes e, portanto, se tornado um problema de saúde pública. O exercício físico leva a adaptações no sistema nervoso central, o qual é responsável pela regulação tanto regulatória quanto hedônica do comportamento ingestivo. A angiotensina II (ANG II) e a vasopressina (VP) são peptídeos, entre outros, que participam da modulação dos comportamentos ingestivos e podem ser alterados com a prática do exercício físico. Contudo, há poucos estudos sobre a atuação desses peptídeos ou do exercício físico na ingestão de sacarose (SAC). Portanto, o objetivo dessa tese foi buscar compreender e evidenciar os efeitos do exercício físico de natação sobre a ingestão da SAC em condições não regulatórias e regulatórias, além de verificar a preferência e a palatabilidade ao sabor da mesma. Ademais, analisar os mecanismos centrais angiotensinérgicos e vasopressinérgicos envolvidos com a ingestão de sacarose de ratos Wistar. Para tanto, ratos Wistar pesando inicialmente entre 130-150g (CEUA No 6720120219; 8980160320; 5873100920; 7424051021 e 6037081121) foram divididos em dois grupos, sedentários (SED) ou treinados (TR - natação: 1h/dia 5x/semana por 8 semanas, sem acréscimo de carga extra) e submetidos a vários protocolos experimentais. Inicialmente, foram realizados os protocolos de ingestão e preferência não regulatória para sacarose 2%, sacarina 0,1%, maltodextrina 2,08%, glicose 1,1% e frutose 1,1%, ofertadas separada ou simultaneamente com a água nos testes de duas ou mais garrafas. Quando ofertadas juntamente com água, os resultados revelaram redução na ingestão e preferência por sacarose e maltodextrina dos ratos TR em comparação aos SED, mas não na ingestão de sacarina, glicose e frutose, indicando uma correlação com o componente energético, mas não com o sabor doce da sacarose (glicose ou frutose). Todas as soluções dispostas simultaneamente com a água revelou um efeito mais evidente para a sacarose, pois TR reduziu a ingestão e preferência apenas dessa solução. Em seguida, outros grupos de animais SED e TR foram submetidos ao splash test e ao teste de reatividade ao sabor da sacarose, que revelou aumento do comportamento do autocuidado e redução dos componentes estressantes nos ratos TR. Além disso, houve redução do número de reações orofaciais hedônicas para sacarose dos ratos TR sem interferir nas aversivas. Posteriormente, em outros animais SED e TR foi verificada a ingestão de sacarose induzida por estímulos endógenos (depleção de sódio por 24h, gavagem intragástrica com 12% e pela privação hídrica de 24h), centrais e a reatividade ao sabor após privação hídrica de 24h seguida por reidratação parcial de 2h com água. O exercício físico de natação reduziu a ingestão de sacarose induzida por todos os estímulos endógenos, aumentou a quantidade de reações orofaciais hedônicas para água induzida pela privação hídrica de 24h, mas não alterou as aversivas, reduziu as hedônicas para sacarose e aumentou as aversivas após oferta de água por 2h (reidratação parcial) e após ingestão de água/SAC. Além disso, reduziu a ingestão de sacarose induzida pela injeção de ANG II no VL, e aboliu a ingestão de sacarose induzida por ANG II reduzida pelos antagonistas angiotensinérgicos losartana e PD 123319. Em adição, encontramos que os efeitos do exercício físico de natação sobre os comportamentos de ingestão de SAC são,pelo menos em parte, devido a VP, uma vez que a injeção central do seu antagonista do tipo V1 aboliu seu efeito. Em síntese, podemos concluir que a prática regular do exercício físico de natação reduz a ingestão e a preferência pela sacarose via modulação da palatabilidade e dos mecanismos centrais vasopressinérgicos.
  • Item
    Peptídeo A-1317 aumenta depósito de tecido adiposo marrom e a funcionalidade das células β pancreáticas na síndrome metabólica induzida por dieta hiperlipídica em ratos.
    (2020) Barbosa, Maria Andréa; Alzamora, Andréia Carvalho; Alzamora, Andréia Carvalho; Vieira, Maria Aparecida Ribeiro; Martins, Almir de Sousa; Cardoso, Leonardo Máximo; Lima, Wanderson Geraldo de
    O objetivo desse estudo foi avaliar o efeito terapêutico da formulação oral de A-1317, análogo da Ang-(1-7), sobre diferentes parâmetros hemodinâmicos, metabólicos e histológicos de ratos submetidos à dieta hiperlipídica. Ratos, após desmame, foram alimentados com dieta controle (CT) ou dieta hiperlipídica (HF) por 15 semanas e ao tratamento com Ang-(1-7), A-1317 ou HPβCD (V) nas últimas sete semanas de dieta. A massa corporal e a ingesta alimentar foram quantificadas semanalmente. A avaliação indireta da pressão arterial média (PAM) através de pletismografia de cauda foi realizada ao final da 8a e 15a semana. No final da 15a semana foi avaliado os parâmetros biométricos, bioquímicos, histológicos e ainda, resistência à insulina e as expressões gênicas (qRT- PCR) de componentes do SRA e o processo redox. Os ratos HF/V apresentaram aumento da massa corporal, do índice de adiposidade, dos níveis plasmáticos de leptina, da PAM, da FC, da expressão gênica de angiotensinogênio, de ECA e de AT1R no fígado, e ainda esteatose hepática, hipertrofia e hiperplasia do tecido adiposo branco e marrom, dislipidemia e resistência à insulina, comparado aos ratos CT/V. Tanto o tratamento oral com Ang-(1-7) e com A-1317, em ratos com síndrome metabólica, além de manter ingestão calórica semelhante e melhorar o metabolismo, reduziu o índice de adiposidade, níveis plasmáticos de leptina e de triacilglicerol, a esteatose hepática e a expressão gênica AT1R e iNOS no fígado e a PAM e melhorou a resistência à insulina, a atividade da SOD e a expressão gênica de eNOS e da ECA2 no fígado. Porém, no presente estudo mostramos que o tratamento oral com A-1317, além de promover efeitos similares aos observados com o tratamento com Ang-(1-7), ainda foi capaz de tratar a síndrome metabólica já estabelecida, provavelmente devido à remodelação do tecido adiposo branco e marrom e ao aumento da capacidade funcional das células β pancreáticas.
  • Item
    Efeito do treinamento com biofeedback cardiorrespiratório em idosos institucionalizados e não institucionalizados.
    (2022) Souza, Perciliany Martins de; Souza, Gabriela Guerra Leal de; Bearzoti, Eduardo; Souza, Gabriela Guerra Leal de; Bearzoti, Eduardo; Marmora, Claudia Helena Cerqueira; Volchan, Eliane; Silva, Fernanda Cacilda dos Santos; Oliveira, Lenice Kappes Becker
    O treinamento com biofeedback cardiorrespiratório tem sido usado como uma ferramenta para melhorar o funcionamento fisiológico e emocional em adultos jovens, embora haja poucos estudos com a população idosa. O objetivo do presente estudo foi avaliar o efeito do treinamento com biofeedback cardiorrespiratório em parâmetros fisiológicos e emocionais em idosos institucionalizados e não institucionalizados. Participaram 32 idosos de ambos os sexos, com idade entre 65 e 80 anos, sendo 16 institucionalizados e 16 não institucionalizado, tendo metade deles feito um treinamento com biofeedback cardiorrespiratório e a outra metade um treinamento controle. Ambos os treinamentos ocorreram 3 vezes por semana, com 15 minutos de duração, totalizando 14 sessões. Imediatamente antes e após o treinamento e 4,5 semanas depois da última sessão (follow up), foram avaliados: condicionamento aeróbico, antropometria, medidas emocionais (escalas de depressão, solidão e toque social) e fisiológicas (Variabilidade da Frequência Cardíaca-VFC). Em cada uma das 14 sessões de treinamento foi registrado o estado de afeto positivo e negativo e a VFC (essa antes, durante e pós a sessão). Os resultados mostraram que antes do treinamento os idosos institucionalizados apresentaram maiores valores de solidão (p<0,01) e depressão (p<0,0001) e menores valores de toque social (p<0,0001), massa corporal (p=0,04) e percentual de gordura (p=0,002) em relação aos idosos não institucionalizados. O treinamento com biofeedback promoveu melhora nos sintomas de depressão para ambos os grupos (institucionalizados, p=0,002; não institucionalizados, p=0,003); a VFC melhorou apenas no grupo não institucionalizado (RMSSD, SDNN, pNN50, SD1 p<0,05); e a solidão melhorou apenas para o grupo institucionalizado (p=0,03). Todos os parâmetros modificados pelo biofeedback perduraram após o follow up. Considerando as sessões 1, 7 e 14 notou-se que o treinamento com biofeedback foi capaz de promover uma tendência de modificações no afeto positivo (institucionalizados p=0,08, não institucionalizados p=0,96) e no afeto negativo (institucionalizados, p=0,24; não institucionalizados, p≥0,99), e aumento de alguns componentes da VFC dos idosos não institucionalizados (RMSSD, SDNN, SD1 p<0,05). Por fim, constatou-se que para o grupo não institucionalizado que realizou o treinamento com biofeedback, houve uma interação entre o afeto positivo e a VFC, onde o aumento no afeto positivo provocou um aumento nos componentes da VFC (RMSSD, SDNN, pNN50, SD1 p<0,05). Conclui-se que o treinamento com biofeedback cardiorrespiratório foi eficiente em melhorar os sintomas de depressão em idosos de ambos os grupos, e que outros fatores foram também modificados, mas dependeram da condição de institucionalização ou não. As modificações se mantiveram no follow up, demonstrando a efetividade do treinamento. O treinamento com biofeedback não foi capaz de provocar mudanças no afeto positivo, mas aumentou a VFC dos idosos não institucionalizados e, além disso, neste grupo o aumento no afeto positivo provocou aumento nos componentes da VFC.
  • Item
    População leucocitária e expressão de CD39 e CD73 durante o curso da infecção por Leishmania amazonensis.
    (2019) Castro, Renata Alves de Oliveira e; Afonso, Luís Carlos Crocco; Afonso, Luís Carlos Crocco; Roatt, Bruno Mendes; Carneiro, Cláudia Martins; Gomes, Daniel Cláudio de Oliveira; Gonçalves, Ricardo
    O ATP extracelular induz uma resposta inflamatória regulada por sua hidrólise à adenosina pela ação sequencial de CD39 e CD73. A adenosina, por outro lado, induz uma resposta anti- inflamatória. O objetivo deste estudo foi avaliar a cinética de migração celular, a expressão de CD39 e CD73 e a produção de citocinas em linfonodos que drenam uma infecção na orelha por L. amazonensis (103 metacíclicas), no modelo murino. A análise de citocinas (IFN- e IL-10) produzidas por cultura de células de linfonodo drenante nos tempos analisados demonstra um balanço, pró e anti-inflamatório, tanto nos tempos iniciais (baixas em 3 e 1 semana) quanto nos tempos tardios (alta em 7 e 10 semanas). Fotomicrografias das lesões de orelha evidenciam um atraso na formação do processo inflamatório e, a partir de 7 semanas, presença de infiltrado inflamatório misto. A análise por citometria de fluxo mostra aumento da população CD45+ e ectonucleotidases na orelha e linfonodo drenante em 7 e 10 semanas de infecção. Em 3 dias ocorre aumento da população CD45+ e expressão de CD39+ /CD73+ na orelha, independente do grupo analisado, provavelmente devido ao inóculo. No linfonodo, as APCs têm um aumento em 7 e 10 semanas e CD39 e CD73 estão em alta expressão. Na orelha, a população de macrófagos aumenta em 10 semanas de infecção com alta expressão de CD39 ou CD73. Os monócitos inflamatórios aumentam na orelha e linfonodo em 10 semanas com alta de ectonucleotidases. Os neutrófilos aumentam em 7 e 10 semanas no linfonodo e orelha, respectivamente e, têm aumento da expressão das enzimas. Os linfócitos TCD4+ aumentam no linfonodo em 7 semanas e regridem em 10 semanas, enquanto na orelha estão presentes apenas em 10 semanas com aumento da expressão de CD39. No linfonodo a população Treg, tem aumento em 7 e 10 semanas. Tanto na orelha quanto no linfonodo a população CD8+ /CD39+ está aumentada em 10 semanas, em um padrão de exaustão. As células NK estão aumentadas em 7 e 10 semanas no linfonodo e orelha com aumento de ectonucleotidases. Nossos resultados nos permitem concluir que existe correlação entre o aumento da população celular no infiltrado inflamatório da lesão e a expressão de ectonucleotidases durante o curso da infecção por L. amazonensis. Este padrão de enzimas exerce uma regulação importante que suplanta a ação das citocinas. As alterações celulares em linfócitos parecem apontar para uma similaridade entre o local de infecção por este parasito e o ambiente tumoral causada pela modulação do sistema imune por ectonucleotidases.
  • Item
    Angiotensina II central e o apetite à sacarose.
    (2022) Paes, Milede Hanner Saraiva; Cardoso, Leonardo Máximo; Oliveira, Lisandra Brandino de; Cardoso, Leonardo Máximo; Oliveira, Lisandra Brandino de; Andrade, Carina Aparecida Fabrício de; Colombari, Débora Simões de Almeida; Souza, Gabriela Guerra Leal de; Freitas, Renata Nascimento de
    O consumo alimentar inadequado é comumente relacionado ao desenvolvimento de diferentes doenças, tornando essencial o entendimento de mecanismos relacionados ao controle dos comportamentos ingestivos. Neste contexto, diversos hormônios têm se tornado alvo de diferentes estudos. A angiotensina II (Ang II) é um hormônio que, atuando por meio dos receptores AT1 e AT2, induz ingestão de água e sódio e reduz a ingestão alimentar. Porém, o papel de Ang II na ingestão de açúcares é incompreendido, assim, essa pesquisa buscou entender a relação entre Ang II central e a ingestão de sacarose. Para facilitar o entendimento, este trabalho foi dividido em três capítulos, abordando primeiramente a ação de Ang II endógena na indução da ingestão de sacarose, posteriormente, a relação entre a administração central de Ang II e a ingestão de sacarose e por fim, os possíveis mecanismos envolvidos. Para a execução dos experimentos, foram utilizados ratos Wistar com aproximadamente três meses de idade, que receberam implante de uma cânula guia para injeções intracerebroventriculares (i.c.v.). No primeiro capítulo, os experimentos mostraram que a privação hídrica induziu um aumento na ingestão de sacarose, não decorrente de uma busca energética e dependente da ativação dos receptores AT2 da Ang II. No segundo capítulo, demonstramos o efeito da injeção i.c.v. de Ang II sobre a ingestão de diferentes concentrações de sacarose e sobre a ingestão de glicose e frutose, componentes da sacarose. Os resultados mostraram uma maior ingestão de sacarose 60 e 150 mM em relação à água ofertada simultaneamente, não havendo diferença para a concentração 0,6 mM. Foi possível observar ainda a similaridade entre as ingestões de sacarose, frutose e glicose de mesma molaridade (60 mM). Por fim, a dissociação do efeito da sede sobre a ingestão de sacarose induzida por Ang II i.c.v foi demonstrada, sendo que mesmo após terem acesso, por 2h, apenas à água, os animais ingeriram sacarose quando a mesma foi ofertada. No terceiro capítulo, buscando entender como Ang II induz a ingestão de sacarose, avaliamos o efeito de Ang II i.c.v. sobre a reatividade ao sabor para água e para sacarose, sendo possível notar um aumento das reações apetitivas para ambos, entretanto mais significativo para sacarose quando os animais receberam água antes do teste. Em seguida, a participação dos receptores AT1 e AT2 foi evidenciada, uma vez que as injeções de losartana e PD123319 i.c.v. reduziram a ingestão de sacarose induzida por Ang II i.c.v.. De modo similar, apontamos a participação de mecanismos opioidérgicos, pois a injeção de naloxona (antagonista opioidérgico) i.c.v. também reduziu a ingestão de sacarose induzida por Ang II i.c.v.. Assim, concluímos que Ang II pode atuar no controle central da ingestão de sacarose e que essa ação pode ser mediada pelos receptores AT1 e AT2 e por vias opioidérgicas. Além disso, Ang II aumenta a palatabilidade à sacarose 60 mM, sendo esse um potencial mecanismo pelo qual ela favorece a ingestão de sacarose.
  • Item
    Ingestão de dieta hiperlipídica por ratas progenitoras induz aumento da ingesta calórica, inflamação sistêmica e disbiose na prole da segunda geração.
    (2022) Barbosa, Claudiane Maria; Alzamora, Andréia Carvalho; Alzamora, Andréia Carvalho; Costa, Daniela Caldeira; Moreira, Leandro Marcio; Vieira, Maria Aparecida Ribeiro; Campos, Wellington Garcia de
    Este trabalho apresenta os efeitos da dieta hiperlipídica (DH) consumida pela progenitora (G0) nos distúrbios cardiometabólicos e na microbiota intestinal na prole segunda geração (F2). Ratos submetidos a DH (G0H) ou dieta controle (DC) (G0C) durante o período de acasalamento, gestação e lactação, geraram a prole F2 (F2-G0H e F2-G0C, respectivamente), que receberam apenas DC. Ambos, G0H e F2G0H, apresentaram alterações na microbiota intestinal, aumento da PAM, níveis plasmáticos de TAG, índice de adiposidade e processo inflamatório no depósito de gordura retroperitoneal e no cólon evidenciado pelo aumento da expressão gênica de TNF-α, MCP-1, MyD-88 e CAV-1. Além disso, a prole F2-G0H apresentou aumento da ingestão alimentar, resistência à leptina, colesterol total e níveis plasmáticos de MCP-1 e redução de adiponectina. Em relação às comunidades microbianas, observou-se maior diversidade com 5 famílias de bactérias exclusivas que foram correlacionadas com distúrbios cardiometabólicos. Em geral, a progenitora induziu aumento na ingestão alimentar, inflamação sistêmica e alterações na microbiota na prole F2G0H.
  • Item
    Avaliação da atividade hepatoprotetora, antioxidante, anti-inflamatória e antiviral da silimarina em camundongos BALB/c infectados com o vírus Mayaro.
    (2022) Ferraz, Ariane Coelho; Magalhães, Cíntia Lopes de Brito; Magalhães, José Carlos de; Magalhães, Cíntia Lopes de Brito; Magalhães, José Carlos de; Souza, Daniele da Glória de; Costa, Vivian Vasconcelos; Costa, Daniela Caldeira; Brandão, Geraldo Célio
    Embora pouco conhecido pela população, o vírus Mayaro (MAYV), agente etiológico da Febre Mayaro, é responsável por causar doença febril aguda inespecífica, na qual a maioria dos pacientes desenvolve artrite/artralgia incapacitante e persistente. A Febre Mayaro é uma doença negligenciada e subnotificada, sem tratamento ou vacina, que vem ganhando atenção nos últimos anos após a observação laboratorial da competência do vetor urbano Aedes aegypti transmitir o vírus. Além disso, com a crescente modificação humana do ecossistema, os casos de Febre Mayaro estão sendo cada vez mais relatados fora de áreas florestais endêmicas, sendo um alerta sobre a possibilidade de estabelecimento de uma epidemia em um futuro próximo. Assim, para mitigar a falta de informações sobre os aspectos patológicos decorrentes da infecção pelo MAYV, descrevemos anteriormente o envolvimento do estresse oxidativo em cultura de células hepáticas infectadas e também em um modelo animal susceptível à infecção. Esses trabalhos ascenderam questões sobre uma possível abordagem terapêutica utilizando compostos antioxidantes na tentativa de modular o dano celular oxidativo desencadeado pelo MAYV. Então, mostramos que a silimarina, um complexo de antioxidantes obtido da erva Silybum marianum, atenuou o estresse oxidativo induzido pelo MAYV, bem como foi capaz de exercer atividade antiviral em cultura de células, uma vez que reduziu significativamente a multiplicação viral. Dessa forma, esses resultados in vitro nos levaram a determinar se a silimarina poderia reduzir o dano hepático e a inflamação, além do estresse oxidativo e da multiplicação do MAYV após a infecção em um modelo animal imunocompetente. Assim sendo, no presente trabalho, demostramos que camundongos BALB/c (3 semanas) infectados via subcutânea com o MAYV são susceptíveis à infecção, sem mortalidade, mas com menor ganho de peso, hepatomegalia, esplenomegalia, anemia, trombocitopenia, leucopenia e aumento dos níveis séricos das transaminases hepáticas. Ainda, no fígado desses animais observamos aumento de citocinas pró-inflamatórias, infiltrado inflamatório, aumento dos biomarcadores de estresse oxidativo e redução do sistema de defesa antioxidante. No entanto, no grupo de animais infectados e tratados com silimarina (100mg/kg/dia via gavagem) durante 5 dias, todos esses parâmetros foram revertidos ou significativamente melhorados, e a detecção de carga viral no fígado, baço, cérebro, músculo quadríceps e pata foi significativamente reduzida. Portanto, este trabalho reforça os potentes efeitos hepatoprotetor, antioxidante, antiinflamatório e antiviral da silimarina contra a infecção por MAYV, demonstrando seu potencial terapêutico contra a Febre Mayaro.
  • Item
    Avaliação do potencial terapêutico da quercetina sobre o desequilíbrio redox e inflamação em células e camundongos expostos à fumaça de cigarro.
    (2021) Araújo, Natália Pereira da Silva; Bezerra, Frank Silva; Menezes, Rodrigo Cunha Alvim de; Bezerra, Frank Silva; Souza, Gustavo Henrique Bianco de; Araújo, Raquel Silva; Cardoso, Valbert Nascimento; Zin, Walter Araújo
    A fumaça de cigarro é altamente tóxica e a sua inalação promove o aumento da produção de espécies reativas, bem como uma resposta inflamatória pulmonar e sistêmica em seja em modelos experimentais ou em humanos. A quercetina é um potente antioxidante dietético que exibe atividades antiinflamatórias. O objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos da quercetina na redução do desequilíbrio redox e da inflamação induzidos pela exposição, in vitro e in vivo, em curto e longo prazo, à fumaça do cigarro. In vitro, a quercetina nas concentrações de 25 e 50 μM, atenuou os efeitos do extrato da fumaça do cigarro diminuindo a geração de espécies reativas de oxigênio e óxido nítrico em macrófagos alveolares J774A.1. In vivo, camundongos machos C57BL/6 foram divididos em cinco grupos: controle (CG), veículo (VG), quercetina (QG), fumaça de cigarro (CSG), quercetina e fumaça de cigarro (QCSG). CSG e QCSG foram expostos à fumaça de cigarro por cinco e sessenta dias consecutivos. Ao término do protocolo experimental, os animais foram eutanasiados e foram retirados o lavado broncoalveolar, o sangue, o tecido pulmonar e hepático. Os camundongos que receberam 10 mg/kg/dia de quercetina diluída em uma solução de propilenoglicol/Salina (50%) via gavagem orogástrica, uma hora antes da primeira exposição à fumaça de cigarro por cinco dias, apresentaram uma diminuição no influxo de leucócitos no lavado broncoalveolar, reestabelecendo o desequilíbrio redox, com isso, preservando o padrão histológico do parênquima pulmonar e a função pulmonar em comparação com o grupo exposto à fumaça de cigarro. No segundo estudo, os camundongos que receberam a mesma dose de QC antes da exposição à fumaça de cigarro por 60 dias apresentaram um menor influxo de células inflamatórias, estresse oxidativo, reação inflamatória e alterações histopatológicas no fígado em comparação aos animais expostos a fumaça de cigarro. Esses resultados sugerem que a quercetina atuou de forma preventiva em células e tecidos de diferentes modelos experimentais de exposição a fumaça de cigarro.